Plenária Municipal de Saúde

Agenda 2 – Modelo de atenção

Em Campinas a implantação do Projeto Paidéia de Saúde da Família – uma nova maneira de produzir saúde escorada no tripé Gestão Participativa, Clínica ampliada e uma nova Saúde Coletiva, mas particularmente sustentado na ampliação da autonomia das pessoas, permitindo maior exercício da criatividade e uma postura mais crítica para análise e intervenção na realidade sanitária concreta em que vivemos, está criando maneiras e “ferramentas” de intervenção na realidade, capaz de mudá-la, e, em breve estará gerando impactos não só na Saúde, mas na própria sociedade. 

A gestão deste modelo deve ser partilhada e descentralizada, buscando-se resolver os problemas nos espaços onde se possa fazê-lo com o máximo de responsabilidade e criatividade. A participação de trabalhadores, de usuários e da comunidade na avaliação, planejamento e tomada de decisões é uma necessidade tanto para aumentar a eficácia e eficiência dos gastos públicos quanto para o desenvolvimento da autonomia dos indivíduos para se caminhar na vida e ainda o fortalecimento da democracia e da solidariedade entre profissionais, governantes e comunidade.

É importante que ocorram mudanças nas posturas e atitudes dos profissionais de saúde, deslocando-se de uma pretensa neutralidade técnica, para outras de envolvimento e maior responsabilização pela produção da saúde individual e coletiva. Esta é uma tarefa tanto da instituição pública prestadora do serviço de saúde quanto das escolas de saúde, buscando a formação de profissionais mais consentâneos com as necessidades desta nova saúde pública.

As principais diretrizes desta agenda são:

a) ampliar a oferta de serviços, particularmente nas regiões mais carentes da cidade;

b) a atenção individual se norteará pelo vínculo entre uma equipe multiprofissional e uma população limitada a ela adscrita, tendo como foco o cidadão sadio, doente ou em risco de adoecer, bem como a sua família;

c) a atenção à saúde deve se dar a partir da ampliação da clínica, ou seja, de uma atenção à doença ou ao doente para a atenção a pessoas e ao seu território, considerando o seu contexto familiar, social, cultural e econômico;

d) O cuidado deve nortear-se por uma prática integral, articulando a prevenção, as ações de promoção e de educação para a saúde com as ações curativas e de reabilitação;

e) investir em uma outra consciência sanitária que inclua hábitos saudáveis de vida, combatendo o sedentarismo, o tabagismo, o uso de drogas químicas lícitas e ilícitas, etc

f) ampliar o acesso a leitos hospitalares, principalmente os de UTI, semi-intensivos e cirúrgicos eletivos;

g) garantir o acesso a toda tecnologia e conhecimento médico disponíveis a toda população;

h) garantir a integralidade do sistema através da interação da atenção primária, secundária e terciária, incluindo o atendimento de urgência e emergência.

 

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