Campinas é exemplo de atendimento a casos de dengue no País

25/03/2015

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A organização da rede de assistência aos pacientes com dengue em Campinas foi apontada como referência de sucesso no País pelo coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue, Giovanini Coelho, durante a Reunião Macrorregional Sudeste, Sul e Centro-Oeste sobre a doença, no Rio de Janeiro.  

O evento foi promovido pelo Ministério da Saúde nestas terça-feira e quarta-feira, dias 24 e 25 de março, e também discutiu a chikungunya, doença transmitida pelo mesmo mosquito da dengue. 

Segundo Giovanini Coelho, Campinas é o melhor exemplo de organização da rede e sistematização de assistência no País. “É prova de que é possível fazer o que tem que ser feito.”  

O encontro reuniu representantes, gestores e técnicos das secretarias estaduais e municipais de saúde das regiões. O médico epidemiologista e coordenador do Programa de Controle da Dengue em Campinas, André Ribas, representou a Secretaria de Saúde do município no evento. A reunião foi uma estratégia nacional de mobilização para fortalecimento das ações contra dengue e chikungunya.  

Assistência em Campinas 

Com provisão de recursos humanos, de insumos e medicamentos, além de alas exclusivas e salas de hidratação em alguns centros de saúde (medida que poderá ser estendida para outras unidades, caso necessário), a Prefeitura de Campinas preparou a rede pública municipal de saúde para garantir atendimento qualificado a todos os pacientes com dengue. 

Nas unidades de Pronto Atendimento e no Pronto Socorro do Ouro Verde, por exemplo, o atendimento é diferenciado para pacientes de dengue. Além do horário ampliado do Laboratório Municipal de Análises Clínicas, profissionais de saúde foram capacitados para o atendimento. 

“Fundamental, neste momento, é qualificar a assistência no sentido da preservação de vidas. Dengue é uma doença benigna e grande parte das mortes pode ser evitada”, ressalta o médico hematologista e secretário de Saúde de Campinas, Carmino Antônio de Souza. 

O esquema especial de atendimento estabelece que cada paciente identificado com quadro de febre durante a classificação de risco seja encaminhado para uma investigação mais detalhada dos sinais vitais. Para citar um exemplo, na região Sul, que tem a maior incidência de casos, as unidades do Jardim Fernanda, Campo Belo e São Domingos organizaram um fluxo de atendimento diferenciado, com porta de entrada exclusiva para dengue, funcionando todos os dias da semana. 

“Avaliamos semanalmente o número de atendimentos dos locais e, quando necessário, montamos imediatamente esta porta exclusiva. Mas em todas as nossas unidades, os pacientes com sintomas de dengue são priorizados”, explica Mônica Macedo Nunes, diretora de Saúde de Campinas. 

Os pacientes que procuram os Centros de Saúde do Jardim São Marcos, Santa Bárbara, Jardim Aurélia e Anchieta, na região Norte, também já contam com esse atendimento exclusivo. Na região Noroeste, as unidades do Ipaussurama, Balão do Laranja e Integração deslocaram equipes específicas para recepcionar esses pacientes. 

Na região Leste, os Centros de Saúde Costa e Silva, Taquaral e Sousas têm equipes voltadas para dengue. As unidades do Jardim Santa Lúcia, DIC I, DIC III, Vista Alegre, Aeroporto, Capivari e Santo Antônio, todas na região Sudoeste, também lançaram mão deste recurso. 

Desde 14 de março, aos sábados, alguns Centros de Saúde estão mantendo atendimento prioritário para dengue. São unidades localizadas em áreas estratégicas, conforme a situação epidemiológica da doença.

A Secretaria de Saúde também fez uma previsão de compras que permite a aquisição de um volume até 50% maior do que no ano de 2014.  

“Os coordenadores das unidades de saúde estão orientados a liberar horas extras para os profissionais quando necessário, além de terem reorganizado os períodos de férias para que não coincidam com o pico da curva epidêmica, que ocorre em março, abril e maio”, diz a diretora de Saúde.

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