A Secretaria
Municipal de Saúde continua intensificando suas ações de
combate à dengue na região do Campo Belo, bairro nas
proximidades do Aeroporto de Viracopos onde habitam cerca de 1.800
famílias. Em operação que está sendo chamada de "Pente
Fino", onze agentes de saúde e dois coordenadores percorrem
as ruas do bairro realizando o Índice de Breteaux, que é a
avaliação da quantidade de larvas nos eventuais criadouros do Aedes
aegypti, mosquito que transmite a doença ao homem..
A "Operação
Pente Fino" teve início no último dia 3, quando funcionários
da Prefeitura, orientados pelos coordenadores da Secretaria de Saúde,
precisaram de cerca de doze caminhões para recolher toneladas de
pneus velhos, garrafas, latas e demais vasilhames que poderiam
servir de criadouro do mosquito.
Renata Lúcia
Gigante, coordenadora de Vigilância à Saúde do Distrito Sul,
que abrange o Campo Belo, lembra que desde abril do ano passado,
quando foram confirmados os primeiros casos de dengue nesse local,
foi deflagrado um amplo trabalho de fechamento de caixas d’água,
tambores e outras vasilhas utilizadas pelos moradores para
armazenar água.
Renata explica
que as caixas d’água e vasilhames abertos são o maior problema
que contribui para a disseminação da doença, uma vez que o
saneamento básico no bairro é bastante precário e as residências
não contam com água encanada.
Em dezembro, com
a confirmação de um número maior de casos, outra operação,
desta vez envolvendo Secretaria Municipal de Saúde, Sucen e
Sanasa, foi realizada no local. Enquanto a Secretaria promovia a
orientação e a remoção de criadouros, a Sucen fazia a
pulverização de inseticida e a Sanasa cuidava do abastecimento
de água.
Neste sábado,
dia 19, técnicos da Prefeitura, juntamente com representantes de
moradores, participam de uma assembléia para discutir novas
medidas que possam reduzir o surgimento de novos casos.
Caixas
d’água e tanques abertos são perigos constantes
A dona de casa
Sara Hilária Agostinho, residente na Rua 6 do Jardim Campo Belo,
ficou surpresa nesta quinta-feira quando o Supervisor de Saúde,
Giovanni Legendre Del Gallo, encontrou larvas do mosquito dentro
de tanque que ela utiliza para lavar utensílios domésticos.
"É difícil manter o tanque fechado todo o tempo porque a
gente utiliza muito a água", justifica a dona de casa.
Rosa Maria
Ferreira Gonçalves, residente na mesma rua, também ficou
preocupada ao ser advertida do perigo pela agente de Saúde Maria
de Souza Mello. Seus dois tambores de água, utilizados para a
lavagem de roupas, estavam destampados.
A agente explicou
que qualquer recipiente pode ser utilizado como criadouro,
"desde uma tampinha de garrafa com água, até um pneu ou uma
garrafa tipo PET. Se eliminarmos esses criadouros o mosquito não
tem como sobreviver".
Enquanto isso, a
agente de Saúde Maria Cleidimar de Oliveira conversava com o
morador Carlos Alberto Telles, que já havia providenciado o
fechamento de suas duas caixas d’água. "A dengue só vai
acabar aqui no bairro quando todos tiverem consciência do
perigo", adverte o morador.