Megaoperação contra a dengue vistoriou cinco mil imóveis e inutilizou centenas de criadouros

26/02/2007

Jorge Massarolo

Dezessete caminhões carregados de entulhos (cerca de quatrocentos metros cúbicos), mais de cinco mil imóveis vistoriados e centenas de criadores do mosquito Aedes aegypti inutilizados. Este foi o resultado parcial da megaoperação de combate ao mosquito transmissor da dengue realizado no sábado, dia 24, em sete bairros da região Norte de Campinas. Os bairros fazem divisa com os municípios de Hortolândia e Sumaré e concentram o maior número de casos de dengue de Campinas. Os municípios de Hortolândia e Sumaré também fizeram ação conjunta.

A megaoperação, desenvolvida pela Secretaria Municipal de Saúde, contou com a parceria da Secretaria de Infra-estrutura, Sanasa, Administrações Regionais e Distritos de Saúde. Cerca de 300 profissionais e 30 viaturas foram mobilizados.

Na região abrangida - Vila Padre Anchieta, Nova Aparecida, CDHU, Vila Maria Helena, Vila Padre Josimo, Vila Francisca e Renascença – foram confirmados 67 casos de dengue este ano. Até o dia 21 de fevereiro haviam sido confirmados 225 casos de dengue em Campinas, sendo 76 autóctones e 22 importados. Deste total, 127 estão em investigação quanto ao local onde ocorreu a infecção. Foram confirmados outros 60 casos, cujo atendimento ocorreu em Campinas, mas os pacientes residem nos municípios de Hortolândia e Sumaré. No mesmo período de 2006 foram confirmados apenas 27 casos.

De acordo com a Coordenadora da Vigilância em Saúde do Distrito Norte, Cely Vendramini Munhoz, a operação foi um sucesso. “Conseguimos acesso em oito de cada dez casas visitados e inutilizamos centenas de criadouros”, diz. Durante a semana, os agentes de saúde conseguem acesso a apenas seis de cada dez casas visitadas. O resultado final da operação será divulgado na segunda-feira, após a tabulação de todas as planilhas.

Técnicos da saúde avaliam que a grande quantidade de reciclados e entulhos, além da falta de infra-estrutura básica como água encanada, condições sanitárias precárias e borracharias favorecem a criação do mosquito na região.

Para a dona de casa Senhorinha da Silva Pereira, moradora na Vila Padre Josimo, que já registrou oito casos, a visita dos agentes de saúde foi positiva. “É bom porque eles ensinam a gente a evitar a criação do mosquito”, diz. Ela mora com o marido e mais seis pessoas na pequena casa sem reboco. Até agora ninguém teve dengue. “Mas também não queremos que ninguém pegue”, afirma. Em poucos minutos, os agentes recolheram do quintal, muro e telhado diversos vasilhames que poderiam se tornar criadouros de mosquitos.

“É importante a população saber que a dengue mata, por isso é necessário uma ampla conscientização sobre os cuidados que se deve ter para evitar a criação do mosquito”, diz o secretário municipal de saúde de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva, que acompanhou parte dos trabalhos.

"Evidentemente não eliminaremos totalmente os mosquitos, mas temos que diminuir a infestação de dengue, e para isso necessitamos da colaboração dos moradores em manter seus quintais livres de entulhos ou objetos que sirvam para a procriação do mosquito", diz. Saraiva solicita também à população que permita a entrada em suas residências dos agentes de saúde, devidamente identificados com crachás, para fazer a busca ativa. “O nosso trabalho não para por aqui, o combate ao mosquito é uma atividade constante e ininterrupta que a Secretaria da Saúde e todos seus profissionais estão empenhados em fazer”.

Mutirão

As equipes iniciaram suas atividades às 7h30 da manhã, na Subprefeitura da Vila Padre Anchieta. Em seguida, iniciaram a busca ativa de casos suspeitos, remoção dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, atividades de educação e limpeza de terreno. Criadouros são recipientes que podem acumular água, servindo assim de ambiente favorável para a proliferação do Aedes aegypti.

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