Infestação pelo mosquito da dengue em Campinas é a maior da história em dezembro

11/02/2010

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas divulgou nesta quarta-feira, dia 10 de fevereiro, o resultado do levantamento sobre a infestação pelo mosquito da dengue, o Aedes aegypti, realizado no final de dezembro. O índice de 3,3 é o maior já identificado no município no referido mês desde 2001 e preocupa a Vigilância em Saúde já que significa maior risco de transmissão.

Esta pesquisa – que consiste em trabalhar áreas, por amostragem, em todas as regiões da cidade – aponta o número de criadouros com larva do mosquito da dengue a cada 100 domicílios. O objetivo é identificar as áreas de maior infestação e intervir para evitar aumento de casos nos meses de calor e chuva.

As áreas de maior infestação foram localizadas na abrangência dos Centros de Saúde São Domingos, região sul, e Santa Mônica, região norte da cidade.

“Os dados são preocupantes e, embora a situação epidemiológica ainda esteja tranqüila, temos vários municípios do estado de São Paulo com epidemia, o que pressiona a entrada de vírus em Campinas. Além disso, o sorotipo predominante no Estado é o DENV I, que não circula em nosso meio desde início dos anos 2000. Sendo assim temos um maior número de suscetíveis a este sorotipo. Portanto, todo cuidado é pouco”, diz o médico sanitarista André Ribas Freitas, coordenador do Programa de Dengue na Vigilância em Saúde de Campinas.

A pesquisa aponta ainda quais são os principais criadouros. Como no levantamento anterior, em outubro, a pratinho do vaso de planta continua sendo o mais encontrado. Também são criadouros freqüentes as plantas que acumulam água, os resíduos inservíveis como pneus, latas, potes e outros e os reservatórios de água nas áreas sem abastecimento regular. Em toda cidade, os resíduos de construções e os chamados criadouros fixos como calhas, lajes, caixas d´água e piscinas sem o devido cuidado consistem em criadouros importantes.

Segundo a Vigilância em Saúde, mais de 80% dos criadouros estão dentro dos domicílios. Portanto, além da Prefeitura que pode e deve fazer sua parte, cada cidadão precisa ter um olhar crítico para dentro de seu domicílio no sentido de eliminar os recipientes propícios à reprodução do mosquito.

“Ficar atento para não deixar acumular águia é uma das armas mais eficazes no combate ao mosquito transmissor da doença. As chuvas freqüentes e as altas temperaturas desta época do ano também exigem mais atenção”, afirma André.

Em 2010, Campinas registrou 14 casos autóctones de dengue, 18 importados e dois ainda estão em investigação sobre o local provável de infecção. Em 2008, no mesmo período do não, eram 11 autóctones, sete importados e dois em investigação.

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