Exército inicia combate à dengue em Campinas na próxima semana

01/02/2013

Autor: Juliana Perrenoud

Os cem homens da 11ª Brigada de Infantaria Leve, que receberam capacitação pelo Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde) nesta semana, iniciam na próxima terça-feira, dia 5 de fevereiro, as ações para reforçar o combate à dengue em Campinas. Os trabalhos terão início no bairro Campo Belo.

Os soldados vão atuar na remoção de criadouros, telamentos de caixas d'água e nas ações de educação, informação e mobilização social em diversos bairros da cidade. "Escolhemos o Campo Belo por ser um dos locais com mais casos de contaminação pela doença", conta a coordenadora do Programa de Controle da Dengue do município, a médica veterinária Tessa Roesler. Até agora, sete casos foram confirmados no bairro, dos 33 registrados em Campinas.

Conforme explica Tessa, para o sucesso das ações é necessário o apoio da população para que acolham as equipes e, também, que coloquem em prática ao longo de todo o ano as orientações. "O combate à dengue tem que ser incorporado no dia a dia das comunidades", diz.

Situação da doença

Este ano foram notificados, em Campinas, 170 casos suspeitos de dengue, dos quais 33 foram confirmados, entre autoctonos e importados. Em 2012, o município registrou, pela primeira vez, a circulação do vírus tipo 4. De acordo com a diretora do Devisa, a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, este sorotipo não é mais virulento que os outros. Ela explica que existem quatro tipos diferentes de dengue e que a pessoa, ao adoecer por um sorotipo, fica imune somente àquela forma da doença. "Como esse tipo 4 não havia circulado no município até então, toda a população está suscetível. Além disso, o risco da gravidade da doença, no caso da pessoa ser reinfectada, é maior e, portanto, exige mais cuidados", afirma.

Parceria

A parceria entre a Prefeitura e o Exército foi formalizada em 23 de janeiro, quando o prefeito Jonas Donizette reuniu-se com o comandante da 11ª Brigada de Infantaria Leve, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva. Na ocasião, o prefeito afirmou que a ajuda dos militares será de extrema importância nesse momento.

"Nossa maior preocupação é que algumas medidas preventivas, que deveriam ter sido tomadas no período anterior, não foram adotadas. Temos, ainda, o quadro de desligamento dos profissionais contratados pelo Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira, que trabalhavam no combate da doença. Além disso, há circulação de um novo tipo de vírus, o da dengue 4, que potencializa o risco de epidemia. Portanto, o reforço do Exército é fundamental", ressaltou Jonas Donizette.

O general Ribeiro Paiva disse que a 11ª Brigada de Infantaria está preparada para auxiliar no que for preciso. "Há uma orientação para que façamos esse tipo de ação, que já tem ocorrido em outros locais do País", afirmou. Além da força de trabalho, o Exército também vai disponibilizar dois caminhões para a remoção de materiais e resíduos propícios para a proliferação do mosquito e cinco caminhões para transporte da tropa.

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