Sobe para 30 o número de casos de dengue em Campinas

16/03/2006 

Novo boletim divulgado nesta quinta-feira, dia 16, pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mostra que houve um aumento de 6 casos de dengue autóctone em relação ao levantamento divulgado no último dia 10. Agora são 30 casos de dengue em Campinas, sendo 19 autóctones e 11 importados. Desde o começo do verão haviam sido registrados 23 casos, sendo 13 autóctones e 10 importados.

Diante do aumento do número de casos, a Secretaria de Saúde de Campinas intensificou suas ações contra a dengue e na busca de novos casos da doença. O que mais preocupa as autoridades de saúde são os casos autóctones, ou seja, quando a pessoa é infectada pelo mosquito contaminado no próprio município. No mesmo período, no verão de 2005, foram registrados 14 casos, sendo apenas 3 autóctones.

Outro fator considerado importante é que as pessoas contaminadas estão distribuídos por todas as regiões da cidade. A região Sudoeste lidera, com 7 casos, seguida da Sul, com 5 casos, da Norte e Noroeste, com 3 casos cada, e da Leste com 1. De acordo com a médica sanitarista Naoko Silveira, da Covisa, isso demonstra que o vírus da dengue está em circulação pela cidade.

A exemplo da semana anterior, o Jardim Itatinga, na região Sudoeste, detém o maior número de casos. Agora são seis pessoas contaminadas pelo mosquito Aedes aegypti. Devido ao grande trânsito de pessoas de outros estados, como motoristas de caminhão, o bairro está recebendo uma atenção especial das autoridades de saúde para evitar que a doença se propague para a região e o país.

Segundo o médico veterinário Cláudio Castagna, da Vigilância em Saúde Ambiental do Distrito de Saúde Sudoeste, entre as medidas já tomadas está o levantamento e controle de criadouros, busca ativa de suspeitos com sintomas em uma área de até nove quarteirões a partir da residência do contaminado e nebulização dos quarteirões dos casos positivos, em parceria com a Sucen.

O levantamento mostrou também um alto índice de larvas do mosquito Aedes aegypti em praticamente todos os bairros da cidade. A maior concentração está no bairro Taquaral e o prato de vaso de flores aparece como o principal criadouro positivo.

A chuva e calor são propícios à proliferação do mosquito Aedes aegypti, além do fato da cidade receber um grande número de estudantes de todo o país nesta época do ano. Os bairros onde foram encontrados os casos autóctones são os Jardins Santa Mônica, Aurélia, Campo Belo II, Jardim Fernanda II, Jardim São Fernando, Paranapanema, Santa Genebra, Itatinga, DIC V, Novo Campos Elíseos, Satélite Íris e Padre Manuel da Nóbrega.

Dos 30 casos confirmados de dengue, 11 são importados de Mato Grosso do Sul, São Félix (CE), Rondônia, Espírito Santo, Tanabi (SP), Santos (SP), Lins (SP) e Uberlândia (MG).

A Vigilância orienta aos profissionais de saúde para que estejam atentos a pessoas com febre, acompanhada ou não de outro sintoma como dor de cabeça, dor no corpo, mal-estar e exantema (manchas vermelhas na pele). "É necessário que os profissionais suspeitem, investiguem e notifiquem imediatamente os casos para que a Vigilância possa ser ágil para desencadear todas as medidas ambientais e sanitárias necessárias para evitar a propagação da doença", afirma.

Segundo Naoko é fundamental a participação de todos os setores da sociedade nas medidas de combate ao Aedes aegypti. A expansão da epidemia está diretamente relacionada às ações de controle, principalmente as de eliminação de criadouros.

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