Novo
boletim divulgado nesta quinta-feira, dia 16, pela
Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) da
Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mostra que houve
um aumento de 6 casos de dengue autóctone em relação
ao levantamento divulgado no último dia 10. Agora são
30 casos de dengue em Campinas, sendo 19 autóctones e
11 importados. Desde o começo do verão haviam sido
registrados 23 casos, sendo 13 autóctones e 10
importados.
Diante
do aumento do número de casos, a Secretaria de Saúde
de Campinas intensificou suas ações contra a dengue e
na busca de novos casos da doença. O que mais preocupa
as autoridades de saúde são os casos autóctones, ou
seja, quando a pessoa é infectada pelo mosquito
contaminado no próprio município. No mesmo período,
no verão de 2005, foram registrados 14 casos, sendo
apenas 3 autóctones.
Outro
fator considerado importante é que as pessoas
contaminadas estão distribuídos por todas as regiões
da cidade. A região Sudoeste lidera, com 7 casos,
seguida da Sul, com 5 casos, da Norte e Noroeste, com 3
casos cada, e da Leste com 1. De acordo com a médica
sanitarista Naoko Silveira, da Covisa, isso demonstra
que o vírus da dengue está em circulação pela
cidade.
A
exemplo da semana anterior, o Jardim Itatinga, na região
Sudoeste, detém o maior número de casos. Agora são
seis pessoas contaminadas pelo mosquito Aedes
aegypti. Devido ao grande trânsito de pessoas de
outros estados, como motoristas de caminhão, o bairro
está recebendo uma atenção especial das autoridades
de saúde para evitar que a doença se propague para a
região e o país.
Segundo
o médico veterinário Cláudio Castagna, da Vigilância
em Saúde Ambiental do Distrito de Saúde Sudoeste,
entre as medidas já tomadas está o levantamento e
controle de criadouros, busca ativa de suspeitos com
sintomas em uma área de até nove quarteirões a partir
da residência do contaminado e nebulização dos
quarteirões dos casos positivos, em parceria com a
Sucen.
O
levantamento mostrou também um alto índice de larvas
do mosquito Aedes aegypti em praticamente todos
os bairros da cidade. A maior concentração está
no bairro Taquaral e o prato de vaso de flores aparece
como o principal criadouro positivo.
A
chuva e calor são propícios à proliferação do
mosquito Aedes aegypti, além do fato da cidade
receber um grande número de estudantes de todo o país
nesta época do ano. Os bairros onde foram encontrados
os casos autóctones são os Jardins Santa Mônica, Aurélia,
Campo Belo II, Jardim Fernanda II, Jardim São Fernando,
Paranapanema, Santa Genebra, Itatinga, DIC V, Novo
Campos Elíseos, Satélite Íris e Padre Manuel da Nóbrega.
Dos
30 casos confirmados de dengue, 11 são importados de
Mato Grosso do Sul, São Félix (CE), Rondônia, Espírito
Santo, Tanabi (SP), Santos (SP), Lins (SP) e Uberlândia
(MG).
A
Vigilância orienta aos profissionais de saúde para que
estejam atentos a pessoas com febre, acompanhada ou não
de outro sintoma como dor de cabeça, dor no corpo,
mal-estar e exantema (manchas vermelhas na pele). "É
necessário que os profissionais suspeitem, investiguem
e notifiquem imediatamente os casos para que a Vigilância
possa ser ágil para desencadear todas as medidas
ambientais e sanitárias necessárias para evitar a
propagação da doença", afirma.
Segundo
Naoko é fundamental a participação de todos os
setores da sociedade nas medidas de combate ao Aedes
aegypti. A expansão da epidemia está diretamente
relacionada às ações de controle, principalmente as
de eliminação de criadouros.