Jorge Massarolo
Exames feitos pelo
Instituto Adolfo Lutz (IAL) confirmaram os dois
primeiros casos de dengue hemorrágica em Campinas
este ano. Uma menina e um homem foram infectados
pelo mosquito Aedes aegypti em fevereiro. Os
dois já tiveram alta e passam bem. A menina, de
cinco anos, ficou internada no hospital Albert Sabin
entre os dias 19 e 25. Ela é de Hortolândia, mas foi
atendida inicialmente no HC da Unicamp e encaminhada
ao Hospital Albert Sabin.
Um teste rápido
realizado no HC identificou a probabilidade de
dengue hemorrágica. A comprovação sorológica
definitiva veio nesta terça-feira, do Instituto
Adolfo Lutz, que descartou outras patologias como a
leptospirose. O outro caso é de um homem, morador do
Jardim Floresta, em Campinas. Ele ficou dez dias na
UTI e agora passa bem.
De acordo com o
médico sanitarista da Coordenadoria de Vigilância em
Saúde (Covisa) de Campinas, André Ribas de Freitas,
até o momento não existem outros casos suspeitos de
dengue hemorrágica em Campinas. Em 2006 não foi
registrado nenhum caso de dengue hemorrágica no
município.
Nos dois casos,
todos os indícios, como manchas vermelhas pelo
corpo, levavam tratar-se de dengue hemorrágica.
“Outro sintoma é a pressão baixa, que diminuiu a
contagem de plaquetas (células que fazem a
coagulação)”, diz.
A dengue hemorrágica
é o tipo mais grave. Os sintomas iniciais são os
mesmos da dengue comum. Só que, quando a febre
acaba, começam a surgir sangramentos, a pressão cai,
os lábios ficam roxos, a pessoa sente fortes dores
no abdômen e uma hora fica sonolenta, outra hora
agitada. A dengue hemorrágica pode levar à morte.
Casos
O último boletim
divulgado pela Covisa, nesta terça-feira, mostra que
o número de casos confirmados de dengue subiu para
302. Deste total, 130 são autóctones, 30 importados
e 142 estão em investigação quanto ao local de
residência e de infecção. O boletim anterior,
divulgado no dia 26 de fevereiro, registrava 207
casos confirmados.
O Distrito de Saúde
Norte lidera o ranking, com 77 casos, seguido do
Distrito Sul com 17, do Sudoeste com 15, do Noroeste
com 14 e do Leste com 7 casos. Também foram
atendidos em Campinas 90 casos de pacientes com
dengue vindos de outros municípios, principalmente
de Sumaré e Hortolândia.
Arrastão
Diante
do crescente número de casos, a Prefeitura Municipal
de Campinas, por meio da Secretaria de Saúde, tem
intensificado o número de ações de combate ao
mosquito Aedes aegipty.
Desde
segunda-feira, a Vigilância em Saúde do Distrito
Sudoeste realiza uma operação arrastão nos Jardins
Novo Campos Elíseos e Santo Antônio. Nas duas áreas
vivem cerca de 20 mil pessoas e já são mais de 20
casos confirmados de dengue. No sábado passado foi
realizado um mutirão de combate ao mosquito na Gleba
B, junto ao Parque Oziel. A região do Padre Anchieta
também passou por uma megaoperação, com a
participação de 300 pessoas e o recolhimento de 800
toneladas de entulho.