A
Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da
Vigilância em Saúde (Visa) Norte e dos Centros de
Saúde (CSs) da Vila Padre Anchieta e do Rosália com
apoio da Subprefeitura de Nova Aparecida, promove
das 7h30 às 13h deste sábado, 17 de março, um grande
arrastão de criadouros de dengue nas Vilas 7 de
Setembro, São Luiz e Régio 1 e 2. Estes bairros
situam-se na região norte da cidade e integram a
área com maior concentração de casos da doença no
município em 2007.
A
Coordenadoria de Vigilância em Saúde confirmou 559
casos de dengue em Campinas este ano, sendo que uma
parte dos casos ainda está em investigação para que
se saiba se é de Campinas, Hortolândia ou Sumaré.
Para a
operação vão ser mobilizadas 110 pessoas entre
motoristas e ajudantes, agentes comunitários de
saúde, supervisores de controle ambiental, biólogo,
veterinário e técnicos de diversas áreas da saúde.
Três caminhões vão recolher os materiais.
A
Secretaria de Saúde orienta que os moradores
coloquem na calçada tudo que não tem mais serventia
em suas casas - principalmente latas, garrafas,
pneus e qualquer outro recipiente que possa acumular
água – para que os caminhões da Prefeitura possam
levar embora.
“É
fundamental que as pessoas recebam as equipes. Os
moradores devem se programar para estar em casa
durante a ação ou, na impossibilidade, deixar a
chave com o vizinho ou um outro responsável para
facilitar o acesso dos profissionais. A comunidade
precisa ser parceira na luta contra a dengue”, diz o
supervisor de controle ambiental Nilton dos Santos
Menezes, da Visa Norte.
Além
da eliminação de criadouros, as equipes vão procurar
pessoas com sintomas e coletar amostras de sangue
dos pacientes – que estiverem no dia da coleta –
para exame laboratorial. Também vão ser
desenvolvidas ações de educação em saúde,
comunicação e mobilização social.
O
biólogo Ovando Provati, da Visa Norte, afirma que,
além da prefeitura, que pode fazer limpeza urbana e
mobilizar equipes de saúde, a população tem que ter
consciência da adoção de medidas para evitar que o
mosquito Aedes aegypti se reproduza em suas
casas. “Nas ações em campo, constatamos que as
pessoas ainda têm muitas dúvidas em relação à
dengue. Por isso, durante os arrastões de
criadouros, aproveitamos para desenvolver ações de
educação em saúde e esclarecer dúvidas”, diz Ovando.
O
biólogo mais uma vez lembra às pessoas que eliminem
criadouros do mosquito diariamente. Criadouros são
recipientes que servem para armazenar água, tanto em
áreas sombrias como ensolaradas. Por exemplo: caixas
d'água, barris, tambores, vidros, potes, pratos e
vasos de plantas ou flores, tanques, cisternas,
garrafas, latas, pneus, panelas, calhas de telhados,
bandejas, bacias, drenos de escoamento, canaletas,
blocos de cimento, urnas de cemitério, folhas de
plantas, tocos e bambus, buracos de árvores e muitos
outros onde a água da chuva é coletada ou
armazenada. Em 90% dos casos, o foco do mosquito
está nas residências.
No
caso de um ou mais sintomas como febre, dores no
corpo, principalmente nas articulações, e dor de
cabeça, a pessoa deve procurar rapidamente o serviço
de saúde porque pode ser dengue. Também podem
aparecer manchas vermelhas pelo corpo e, em alguns
casos, sangramento, mais comum nas gengivas.
A
dengue, mesmo na forma clássica, é uma doença séria.
Caso a pessoa seja portadora de alguma doença
crônica, como problemas cardíacos, devem ser tomados
cuidados especiais. No entanto, ela é mais grave
quando se apresenta na forma hemorrágica. Nesse
caso, quando tratada a tempo a pessoa não corre
risco de morte.
Tratamento. Não há tratamento específico para o
paciente com dengue clássico. O médico deve tratar
os sintomas, como as dores de cabeça e no corpo, com
analgésicos e antitérmicos (paracetamol e dipirona).
Devem ser evitados os salicilatos, como o AAS e a
Aspirina, já que seu uso pode favorecer o
aparecimento de manifestações hemorrágicas. É
importante também que o paciente fique em repouso e
ingira bastante líquido.
Já os
pacientes com Febre Hemorrágica do Dengue (FHD)
devem ser acompanhados e observados cuidadosamente
para identificação dos primeiros sinais de choque,
como a queda de pressão. Alguns dos sintomas da
doença só podem ser diagnosticados por médico. Não
existe vacina contra a dengue.
A
dengue é um sério problema de saúde pública em todo
o mundo, especialmente nos países tropicais como o
nosso, onde as condições do meio ambiente, aliado a
características urbanas, favorecem o desenvolvimento
e a proliferação do mosquito transmissor, o Aedes
aegypti. Mais de 100 países em todos os
continentes, exceto a Europa, registram a presença
do mosquito e casos da doença.
Denize
Assis