Prefeitura realiza arrastão de criadouros de dengue na região norte neste sábado

16/03/2007

A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde (Visa) Norte e dos Centros de Saúde (CSs) da Vila Padre Anchieta e do Rosália com apoio da Subprefeitura de Nova Aparecida, promove das 7h30 às 13h deste sábado, 17 de março, um grande arrastão de criadouros de dengue nas Vilas 7 de Setembro, São Luiz e Régio 1 e 2. Estes bairros situam-se na região norte da cidade e integram a área com maior concentração de casos da doença no município em 2007.

A Coordenadoria de Vigilância em Saúde confirmou 559 casos de dengue em Campinas este ano, sendo que uma parte dos casos ainda está em investigação para que se saiba se é de Campinas, Hortolândia ou Sumaré.

Para a operação vão ser mobilizadas 110 pessoas entre motoristas e ajudantes, agentes comunitários de saúde, supervisores de controle ambiental, biólogo, veterinário e técnicos de diversas áreas da saúde. Três caminhões vão recolher os materiais.

A Secretaria de Saúde orienta que os moradores coloquem na calçada tudo que não tem mais serventia em suas casas - principalmente latas, garrafas, pneus e qualquer outro recipiente que possa acumular água – para que os caminhões da Prefeitura possam levar embora.

“É fundamental que as pessoas recebam as equipes. Os moradores devem se programar para estar em casa durante a ação ou, na impossibilidade, deixar a chave com o vizinho ou um outro responsável para facilitar o acesso dos profissionais. A comunidade precisa ser parceira na luta contra a dengue”, diz o supervisor de controle ambiental Nilton dos Santos Menezes, da Visa Norte.

Além da eliminação de criadouros, as equipes vão procurar pessoas com sintomas e coletar amostras de sangue dos pacientes – que estiverem no dia da coleta – para exame laboratorial. Também vão ser desenvolvidas ações de educação em saúde, comunicação e mobilização social.

O biólogo Ovando Provati, da Visa Norte, afirma que, além da prefeitura, que pode fazer limpeza urbana e mobilizar equipes de saúde, a população tem que ter consciência da adoção de medidas para evitar que o mosquito Aedes aegypti se reproduza em suas casas. “Nas ações em campo, constatamos que as pessoas ainda têm muitas dúvidas em relação à dengue. Por isso, durante os arrastões de criadouros, aproveitamos para desenvolver ações de educação em saúde e esclarecer dúvidas”, diz Ovando.

O biólogo mais uma vez lembra às pessoas que eliminem criadouros do mosquito diariamente. Criadouros são recipientes que servem para armazenar água, tanto em áreas sombrias como ensolaradas. Por exemplo: caixas d'água, barris, tambores, vidros, potes, pratos e vasos de plantas ou flores, tanques, cisternas, garrafas, latas, pneus, panelas, calhas de telhados, bandejas, bacias, drenos de escoamento, canaletas, blocos de cimento, urnas de cemitério, folhas de plantas, tocos e bambus, buracos de árvores e muitos outros onde a água da chuva é coletada ou armazenada. Em 90% dos casos, o foco do mosquito está nas residências.

No caso de um ou mais sintomas como febre, dores no corpo, principalmente nas articulações, e dor de cabeça, a pessoa deve procurar rapidamente o serviço de saúde porque pode ser dengue. Também podem aparecer manchas vermelhas pelo corpo e, em alguns casos, sangramento, mais comum nas gengivas.

A dengue, mesmo na forma clássica, é uma doença séria. Caso a pessoa seja portadora de alguma doença crônica, como problemas cardíacos, devem ser tomados cuidados especiais. No entanto, ela é mais grave quando se apresenta na forma hemorrágica. Nesse caso, quando tratada a tempo a pessoa não corre risco de morte.

Tratamento. Não há tratamento específico para o paciente com dengue clássico. O médico deve tratar os sintomas, como as dores de cabeça e no corpo, com analgésicos e antitérmicos (paracetamol e dipirona). Devem ser evitados os salicilatos, como o AAS e a Aspirina, já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas. É importante também que o paciente fique em repouso e ingira bastante líquido.

Já os pacientes com Febre Hemorrágica do Dengue (FHD) devem ser acompanhados e observados cuidadosamente para identificação dos primeiros sinais de choque, como a queda de pressão. Alguns dos sintomas da doença só podem ser diagnosticados por médico. Não existe vacina contra a dengue.

A dengue é um sério problema de saúde pública em todo o mundo, especialmente nos países tropicais como o nosso, onde as condições do meio ambiente, aliado a características urbanas, favorecem o desenvolvimento e a proliferação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti. Mais de 100 países em todos os continentes, exceto a Europa, registram a presença do mosquito e casos da doença.

Denize Assis

Volta ao índice de notícias