Campinas já vacinou mais de 167 mil contra H1N1

12/04/2010

Autor: Denize Assis

Balanço da Secretaria de Saúde de Campinas sobre a vacinação contra a gripe H1N1 mostra que, até as 17h de sábado, 10 de abril, quando foi realizado o Dia “D”, 167.323 pessoas foram imunizadas no município desde 8 de março, quando começou a estratégia nacional. A fonte dos dados é o sistema de informações da Vigilância em Saúde Municipal, que é alimentado pelas Vigilâncias Distritais.

Até o momento, grávidas e doentes crônicos com menos de 60 anos têm cobertura de 57,7% (8.251) e 82,8% (45.215), respectivamente. Em 2009, o Brasil registrou 2.051 óbitos pela gripe pandêmica, dos quais 1.539 (75%) ocorreram em pessoas com doenças crônicas. Outra análise que chama a atenção é que, nas gestantes, a mortalidade foi 50% maior que na população geral. Ao todo, morreram 189 grávidas no ano passado em todo País.

Com 90% de cobertura, até o momento, o grupo das crianças de 6 meses a menores de 2 anos representa o de melhor cobertura até o momento. Ao todo, 19.305 pessoas nesta faixa etária foram vacinadas. Mas também é importante reforçar a vacinação desse grupo, o que teve a maior taxa de incidência da doença no ano passado - 154 casos por 100 mil habitantes.

Entre os trabalhadores dos serviços de saúde, incluídos na primeira etapa, foram vacinados 27.161, o que equivale a 87,6% de cobertura.

“A vacina se constitui numa das mais eficazes estratégias para a prevenção e controle desta pandemia. Como qualquer outra vacina e medicamento, não está isenta de efeitos adversos que, no caso específico da vacina contra influenza, são raros e se manifestam de forma leve, como dor no local da aplicação, dor de cabeça, febre e cansaço. Para as pessoas que fazem parte dos grupos prioritários, o perigo não é tomar a vacina, mas correr o risco de pegar a gripe”, disse o secretário de Saúde de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva.

Em 2010, até o dia 3 de abril, foram registrados 361 casos de pessoas internadas com doença respiratória grave em todo o país. Mais da metade (56,2%) ocorreu na região Norte (203 casos). No mesmo período, houve 50 óbitos, nos estados do Pará (25), Paraná (8), Amazonas (6), Amapá (2), Maranhão (2), Minas Gerais (2), Goiás (1), Piauí (1), Ceará (1), Paraíba (1) e São Paulo (1).

O Secretário de Saúde também alertou para a circulação de boatos sobre a segurança da vacina, principalmente na Internet. “Informações desse tipo só atrapalham. A vacina é segura e eficaz, está disponível, foi e continua sendo recomendada por organismos envolvidos com a promoção da saúde em todo o mundo”, afirmou.

“DIA D”.

No último sábado, 10 de abril, a Secretaria de Saúde promoveu o “Dia Nacional de Vacinação contra a Gripe H1N1”. Em Campinas 143 postos de vacinação ficaram abertos das 8h às 17h. O objetivo foi reforçar a importância da vacinação para os grupos prioritários e dar uma nova oportunidade às pessoas que ainda não se imunizaram. Segundo a Vigilância em Saúde, o Dia D trata-se de uma iniciativa importante porque as pessoas costumam ter mais tempo livre no fim de semana. “O resultado foi muito bom. Vacinamos além das nossas expectativas”, diz a enfermeira sanitarista Maria Alice Satto, da Vigilância em Saúde de Campinas.

Grávidas, crianças e doentes crônicos.

Segundo Maria Alice, todas as grávidas, independentemente do período de gestação, devem tomar a vacina. As mulheres que engravidarem após o fim da terceira etapa poderão se imunizar nas fases seguintes. Não é necessário apresentar atestado médico para comprovar a gravidez. “As gestantes se constituem num dos grupos mais vulneráveis e devem se vacinar o quanto antes”, disse.

Na vacinação das crianças, pais e responsáveis devem levar aos locais de imunização apenas os bebês de seis meses a menores de dois anos. É muito importante levar o cartão de vacinação das crianças. Elas receberão uma dose dividida em duas vezes. A segunda meia dose será administrada 30 dias após a primeira. Se a criança completar seis meses depois de 23 de abril, também poderá ser vacinada nas etapas seguintes.

Em relação aos doentes crônicos, devem procurar os postos de vacinação pessoas com menos de 60 anos que têm problemas crônicos de coração, pulmão, rins, fígado, diabéticos, pacientes em tratamento para Aids e câncer ou os chamados grandes obesos. Aqueles que serão vacinados devem levar aos postos um documento de identidade com foto e a carteira de vacinação do adulto, se possuírem. Também não é preciso levar atestado médico comprovando a doença crônica.

Dia D dos Idosos.

Os idosos com doenças crônicas devem aguardar, pois terão um “Dia D” exclusivo para eles. Será em 24 de abril, quando começa a Campanha Nacional de Vacinação do Idoso contra a gripe comum, que vai até 7 de maio. Nesse período, todas as pessoas com mais de 60 anos serão imunizadas contra a gripe comum, como acontece todos os anos. Se tiverem doenças crônicas, serão vacinadas também contra a gripe pandêmica. Assim, o idoso só precisará ir ao local de vacinação uma única vez.

Público adulto.

A quinta e última etapa de vacinação, para adultos de 30 a 39 anos, será de 10 a 21 de maio. O público-alvo é de 29,1 milhões. Esta faixa etária concentrou 15% dos casos de doença respiratória grave e 22% dos óbitos causados pelo vírus H1N1 em 2009.

Etapas de vacinação.

A estratégia de vacinação contra a influenza pandêmica foi dividida em cinco etapas, para públicos específicos. Os grupos prioritários são aqueles que têm o maior risco de desenvolver formas graves da doença e de morrer. Eles foram definidos pelo Ministério da Saúde em consenso com sociedades científicas, entidades de classe e representantes de estados e municípios.

Os critérios para definição dos grupos prioritários levaram em conta as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), os dados epidemiológicos observados na primeira onda da pandemia no Brasil e a experiência dos países do Hemisfério Norte.

A OMS recomendou a imunização de quatro grupos: trabalhadores de serviços de saúde, indígenas, gestantes e pessoas com doenças crônicas. O governo brasileiro ampliou a vacinação para outros três grupos: crianças de seis meses a menos de dois anos e adultos de 20 a 29 anos e de 30 a 39 anos.

Ao todo o Ministério da Saúde adquiriu 113 milhões de doses para vacinar 91 milhões de pessoas contra gripe pandêmica. A meta é imunizar pelo menos 80% desse público-alvo.

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