Secretaria de Saúde mobiliza instituições para melhorar vacinação contra a nova gripe entre gestantes

29/04/2010

Autor: Denize Assis

Técnicos da Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas, preocupados com a baixa adesão das gestantes à Campanha de Vacinação contra a nova gripe, reúnem-se na próxima sexta-feira, 30 de abril, com representantes da Maternidade de Campinas, das duas maiores universidades (PUC/Celso Pierro e Unicamp/Caism), da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC) e das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia Estadual e Nacional para discutir estratégias para melhorar a cobertura vacinal neste grupo populacional.

A Secretaria também vai pedir apoio no sentido de que estes profissionais reforcem a importância da vacina junto à população e aos profissionais da área. A reunião será na SMCC, na rua Delfino Cintra, 63, Centro, às 10h, no 2º andar, na sala C.

Até a manhã desta quarta-feira, 61% das grávidas moradoras de Campinas haviam se vacinado contra a gripe H1N1. Segundo a Vigilância em Saúde, a primeira onda da nova gripe, em 2009, já evidenciou que as gestantes se constituem num dos grupos mais vulneráveis a se infectar e a desenvolver formas graves da doença. Dos índices relacionados à nova gripe em 2010, as gestantes representam uma em cada três mortes pela doença.

“A vacina é segura e eficaz e não traz risco para o feto ou a gestante. Os componentes utilizados na sua composição são semelhantes aos de outras vacinas que são atualizadas durante a gravidez. Além disso, milhões de pessoas já foram vacinadas no Hemisfério Norte e Brasil e os efeitos adversos registrados não foram mais freqüentes ou mais graves dos que os verificados na vacina da influenza sazonal. Sabidamente, as gestantes devem se vacinar contra a influenza. Inclusive as sociedades americana e européia de medicina recomendam as vacinas contra a gripe na gestação”, diz o médico infectologista Rodrigo Angerami, da Vigilância em Saúde de Campinas.

A Campanha de Vacinação contra H1N1 começou dia 8 de março, ocorre por etapas e é direcionada aos grupos mais vulneráveis à doença. Até agora, já foram vacinados os profissionais de saúde que atuam no enfrentamento da doença; crianças de seis meses a 1 ano, onze meses e 29 dias; portadores de doenças crônicas; gestantes; pessoas de 20 a 29 anos; e idosos com doenças crônicas. Estas pessoas têm até dia 7 de maio para tomar sua dose. A última etapa acontece de 10 a 21 de maio e será dirigida a pessoas de 30 a 39 anos.

Campinas já vacinou pelo menos 272.216 pessoas e atingiu cobertura de mais de 90% do público-alvo entre profissionais de saúde que atuam no enfrentamento da doença; crianças de seis meses a 1 ano, onze meses e 29 dias; e portadores de doenças crônicas.

No município, há 63 centros de saúde onde as pessoas podem se vacinar em Campinas, o que garante um atendimento mais próximo da residência ou do trabalho das pessoas. A vacinação é rápida. Quem tiver, deve levar a carteira de vacinas.

Dados.

Em 2010, no Brasil, foram registrados 361 casos graves da gripe H1N1, até o dia 3 de abril. Desse total, um em cada cinco casos esteve relacionado à gestação. Em relação às mortes, um total de 50, as mulheres correspondem a 76% do total e as gestantes 32%. No ano passado, os 2.051 óbitos registrados, 1.539 (75%) ocorreram em pessoas com doenças crônicas. Entre as grávidas (189 morreram, ao todo), a mortalidade foi 50% maior que na população geral. Adultos de 20 a 29 anos concentraram 20% dos óbitos (416, no total). E as crianças menores de dois anos tiveram a maior taxa de incidência da doença no ano passado (154 casos por 100 mil habitantes).

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