A Secretaria
de Saúde de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde (Visa)
Norte, promoveu nesta terça-feira, dia 8 de maio, um grande
arrastão de criadouros de dengue no Jardim Campineiro, na
área de abrangência do Centro de Saúde (CS) São Marcos,
região norte da cidade. O trabalho incluiu busca ativa de
pessoas com sintomas e orientações aos moradores. A medida
integra as ações intensificação da ofensiva contra a doença
no município.
Segundo o
supervisor de controle ambiental da Visa Norte, Roberto
Alves de Oliveira, o problema mais importante na área é com
relação aos catadores. “Esta comunidade é composta por um
grande número de pessoas que sobrevivem desta atividade. No
entanto, poucas acatam as orientações dos agentes
comunitários de saúde de dispor corretamente os materiais.
Como conseqüência proliferam os criadouros e os mosquitos e
aumenta o risco de dengue. Por isso, temos reforçado as
campanhas de informação e mobilização”, diz Roberto Alves.
O supervisor
informa que entre os trabalhos desenvolvidos na abrangência
do Centro de Saúde São Marcos já foram trabalhadas as áreas
do San Martin, na divisa com Sumaré, do Parque Cidade,
Jardim São Marcos e Vila Esperança. Ele reforça a
necessidade das pessoas receberem os agentes comunitários de
saúde.
Noroeste.
Na região noroeste, a Secretaria de Saúde, por meio da Visa
distrital, promoveu hoje ações de controle da dengue nos
Parque Floresta e Jardim Novo Maracanã. Os trabalhos
incluíram campanhas de informação e mobilização, remoção de
criadouros e busca ativa de casos suspeitos.
As atividades
na área do Novo Maracanã, que fica na abrangência do Centro
de Saúde Valença, deram continuidade ao trabalho iniciado na
semana passada que incluiu bloqueio químico.
“As ações são
contínuas o ano todo e estão intensificadas neste momento.
No entanto, a eficácia é reduzida se a população não
colaborar. As pessoas precisam receber as equipes de saúde
e, além disso, incorporar hábitos diários de inviabilizar
criadouros, mantendo quintais limpos, eliminando pratos de
vasos de planta e desentupindo calhas entre outras
iniciativas” afirma Rodrigo Antônio Araújo Pires, técnico da
Visa Noroeste.
Rodrigo
informa que na quinta-feira, dia 10, a Visa em parceria com
agentes comunitários de saúde inicia trabalho na área do
Centro de Saúde do Balão do Laranja. As atividades estão
programadas para serem realizadas durante uma semana.
Contexto.
A enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da
Vigilância Epidemiológica de Campinas, informa que a
epidemia de dengue enfrentada por Campinas este ano está
inserida num contexto de aumento de casos na região, em todo
Estado de São Paulo e em outras regiões do País.
“Campinas tem
atuado intensamente, exaustivamente, com a intensificação
das atividades de vigilância epidemiológica e entomológica,
com o fortalecimento do trabalho de campo para eliminar
criadouros e diminuir a infestação do mosquito, na
assistência aos pacientes, no desenvolvimento de campanhas
de informação e mobilização, na capacitação de recursos
humanos e no acompanhamento e avaliação”, diz a sanitarista.
Segundo
Brigina, as equipes também foram ampliadas, com 60 pessoas
que atuam no bloqueio químico e 33 ajudantes de controle
ambiental. E o resultado das ações já surtiu efeito, como o
que pode ser verificado nas áreas do Padre Anchieta, região
norte, e Carvalho de Moura, região sul, onde a epidemia se
manifestou com maior intensidade este ano.
Brigina afirma
que o trabalho contra a dengue tem que ser feito sempre,
todos os dias em todos os meses do ano, e não somente em
períodos de picos epidêmicos. “O cuidado com os resíduos,
com recipientes descartáveis, tem que ocorrer
constantemente, tanto por parte do Poder Público como por
parte da população”, afirma.
Situação da
doença. Desde janeiro, Campinas notificou 11.953 casos
de dengue, sendo que, deste total, foram processados pelo
laboratório do Instituto Adolfo Lutz pouco mais de 6 mil
exames, entre os quais foram confirmados 3.110 casos, sendo
2.364 de residentes de Campinas, 540 de outros municípios e
150 que ainda estão em investigação quanto ao local de
moradia.
Entre os casos
de moradores de Campinas, foram notificados 21 da forma
hemorrágica, sendo que dois já foram ratificados pelo Centro
de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria de Saúde do
Estado; cinco já têm sorologia positiva, mas ainda não foram
reconhecidos pelo CVE; e os outros 14 são prováveis (um
óbito), ou seja: têm clínica de dengue hemorrágica, mas
ainda não têm resultado da sorologia.
Também foram
registrados, entre moradores de Campinas, 14 casos de dengue
com complicação, com um óbito.
Entre os casos
de moradores de outros municípios atendidos em Campinas, há
dois casos hemorrágicos confirmados, com 1 óbito, e 16 casos
aguardando ratificação do CVE. Também há quatro casos de
dengue com complicação, entre os quais 1 óbito.
Denize Assis