Mais de 1,2
mil domicílios dos bairros Jardim Novo Campos Elíseos,
Residencial Souza Queiróz, Jardim Santa Amália, Jardim
Aerocontinental, Jardim Márcia e Jardim Nova Independência,
na região sudoeste de Campinas, receberam esta semana
bloqueio químico – nebulização com veneno – contra o
Aedes aegypti, mosquito que transmite o vírus da dengue.
A medida,
iniciada na última segunda-feira, 7 de maio, prossegue na
segunda-feira, terça-feira e quarta-feira, dias 14, 15 e 16
de maio, no Jardim Capivari e Jardim Novo Campos Elíseos -
da rua Piracicaba até a rua Aguinaldo Saturnino. O objetivo
é trabalhar, no total, 6,5 mil domicílios. A previsão era de
que todos os bairros citados acima fossem trabalhados esta
semana, mas as condições do tempo prejudicaram a ação, já
que a chuva e o vento inviabilizam a pulverização.
O bloqueio
químico é feito com Malation, um inseticida da classe dos
organofosforados, de toxicidade alta e que requer cuidados
na aplicação para evitar contaminação e intoxicação dos
seres vivos. Até o momento, Campinas não notificou casos de
intoxicação nem em humanos nem em animais. “O resultado se
deve ao rigor técnico adotado na ação”, afirma o médico
veterinário Cláudio Castagna, da Visa Sudoeste.
Segundo
Cláudio, na véspera da nebulização, as equipes da Secretaria
de Saúde vão de casa em casa para informar os moradores
sobre a ação e como preparar a residência para o bloqueio
químico. “Além disso, são realizados antecipadamente
arrastões de criadouros do mosquito para deixar a área
adequada para a nebulização e melhorar a eficácia do
inseticida”, afirma Cláudio.
O veterinário
informa que a nebulização não extermina o mosquito, já que
mata somente adultos alados e não atinge as larvas. “O
bloqueio químico não é uma ação ‘milagrosa’. O mosquito vai
se reproduzir novamente se a latinha, a garrafa e outros
objetos com água parada não forem eliminados. As pessoas
precisam se mobilizar, se envolver na luta contra a dengue e
eliminar criadouros todo dia, senão qualquer ação se torna
pouco eficaz”, diz.
A Secretaria
de Saúde informa que o bloqueio químico não será feito na
cidade inteira, já que não tem sentido fazer o controle do
mosquito com base no veneno. Além disso, não são todas as
áreas que precisam – somente áreas com transmissão recente,
autoctonia e coeficiente de incidência alto.
Além disso,
não há condição operacional para promover nebulização numa
cidade inteira com as proporções de Campinas, sem contar o
impacto ambiental que isto provocaria. Segundo a Vigilância
em Saúde, a escolha das áreas a serem nebulizadas é feita
quase que dia-a-dia, a partir da análise da ocorrência de
casos.
Situação da
doença. Desde janeiro, Campinas notificou 11.953 casos
de dengue, sendo que, deste total, foram processados pelo
laboratório do Instituto Adolfo Lutz pouco mais de 6 mil
exames, entre os quais foram confirmados 3.110 casos, sendo
2.364 de residentes de Campinas, 540 de outros municípios e
150 que ainda estão em investigação quanto ao local de
moradia.
Nesta
sexta-feira, 11 de maio, o Centro de Vigilância
Epidemiológica (CVE) da Secretaria de Saúde do Estado
reconheceu mais cinco casos de dengue hemorrágica que já
haviam sido notificados pela Coordenadoria de Vigilância em
Saúde (Covisa) de Campinas. Com isto, sobe para sete o
número de casos desta forma de dengue entre moradores de
Campinas. Os sete casos referem-se a pacientes que foram
tratados e curados. Portanto, até o momento, entre os casos
ratificados pelo CVE, a taxa de cura de dengue hemorrágica
em Campinas é de 100%.
Além destes
casos, há pelo menos outros 14 prováveis (entre os quais um
óbito) de dengue hemorrágica entre moradores de Campinas.
Casos prováveis são aqueles que têm dengue hemorrágica
clínica e laboratorialmente, mas ainda não têm resultado da
sorologia ou ainda não foram reconhecidos pelo CVE.
O CVE também
reconheceu seis casos de dengue com complicação entre
moradores de Campinas e que já haviam sido notificados pela
Covisa. Entre estes casos não houve óbitos. Pelo menos
outros oito casos de dengue com complicação - com um óbito -
já registrados por Campinas estão sendo analisados pelo CVE.
O órgão
estadual também confirmou mais dois casos de dengue
hemorrágica de moradores de Hortolândia que foram atendidos
em Campinas. Assim, sobe para quatro o número de casos
hemorrágicos de pacientes de outros municípios atendidos em
Campinas. Entre estes casos, um – que já estava confirmado
pelo CVE - foi a óbito. Ainda há 14 casos nesta mesma
condição – de morador de fora atendido em hospital de
Campinas - aguardando ratificação do CVE. Também há quatro
casos de dengue com complicação, entre os quais 1 óbito.
Denize Assis