Trabalho integrado intersetorial reforça ofensiva contra a dengue em Campinas

21/05/2008

Autor: Denize Assis

Campinas vai intensificar a ofensiva contra o Aedes aegypti, mosquito que transmite o vírus da dengue, a partir deste mês de maio, com o trabalho concomitante intersetorial integrado entre as várias secretarias envolvidas nas ações de combate. A estratégia atende a decisão apontada na reunião da Comissão Municipal de Endemias e Epidemias da última terça-feira, dia 21 de maio.

O trabalho conjunto já é realizado pelas diversas áreas. No entanto, cada pasta realizava as atividades de acordo com a disponibilidade nas suas agendas. A partir de agora, os trabalhos serão ao mesmo tempo e atendendo a urgência apontada pela saúde.

Inicialmente, o foco dos trabalhos vão ser áreas elencadas como prioritárias pela equipe técnica da Vigilância em Saúde que são bairros na abrangência dos Centros de Saúde Ipaussurama e Balão do Laranja (região noroeste); União de Bairros, Santo Antônio e Caic (região sudoeste); Costa e Silva (leste); Anchieta (norte); e São José (sul).

Nestes locais serão reforçadas as ações de educação em saúde, informação e mobilização social; remoção de criadouros criteriosa dentro e fora do ambiente domiciliar; trabalho de redução das pendências, caracterizadas pela existência de imóveis fechados no momento da visita do agente, ou aqueles em que o proprietário não permite que o profissional de saúde realize o seu trabalho; e controle químico. As equipes de ajudantes de controle ambiental serão direcionadas para ações nestes locais.

“O objetivo principal é zerar a transmissão da doença no inverno e preparar a cidade de forma adequada diminuindo o risco de surtos epidêmicos no próximo verão. No Brasil, de janeiro a junho sempre há esse risco. Por isso, não podemos baixar a guarda”, diz a médica veterinária Andréa von Zuben, coordenadora do Programa Municipal de Controle da Dengue.

Andréa informa que este ano Campinas registrou 231 casos de dengue. No ano passado, no mesmo período - janeiro, fevereiro, março e abril -, foram 6.926 mil. De acordo com a coordenadora, a suspeição está alta e a positividade está boa, com confirmação de 12% dos casos suspeitos notificados.

“Das 63 unidades básicas de saúde do município, 61 estão com transmissão. Trabalhamos em todas as áreas, mas elencamos algumas como prioritárias considerando que são as que tiveram mais de cinco casos confirmados em abril”, diz.

A coordenadora informa ainda que, além da prefeitura, que pode fazer a limpeza urbana, mobilizar escolas e equipes de saúde, a população tem que ter consciência da importância da adoção de medidas para o controle do mosquito, como não deixar água acumulada em pneus e outros objetos que podem servir de criadouros, cuidar da caixa d’água e da piscina, limpar calhas e ralos e dispor corretamente os resíduos.

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