Campanha contra nova gripe ultrapassa 505 mil doses aplicadas

28/05/2010

Autor: Denize Assis

A estratégia de vacinação contra a gripe H1N1 conseguiu uma forte adesão da população nos últimos dias em Campinas. Nesta quinta-feira, dia 27 de maio, a Secretaria de Saúde registrou 505.597 doses aplicadas. Este total significa 66.663 vacinas a mais do que no último balanço, em 19 de maio.

Entre os grupos contemplados na campanha, o município conta com uma população constituída de 512.546 campineiros. É preciso considerar que as crianças menores de 9 anos recebem duas doses. Portanto, não necessariamente o número de doses corresponde ao número de pessoas imunizadas.

Em relação aos públicos-alvos, já foram vacinados mais de 99% dos doentes crônicos de todas as faixas etárias, profissionais de saúde que atuam no enfrentamento da pandemia, crianças menores de dois anos e adultos de 20 a 29 anos. Entre os adultos de 30 a 39 anos, a cobertura está em 65,7% (117.716) e, entre as gestantes, em 69% (9.867). A Secretaria não divulgou o número de crianças vacinadas entre 2 anos e menores de 5 anos. Estes três últimos grupos ainda têm mais uma semana para se vacinar, já que a Campanha termina no dia 2 de junho.

“A estratégia de vacinação tem avançado bem. Estamos otimistas com a cobertura. O Brasil já está entre os países que mais vacinaram contra o vírus H1N1 no mundo”, afirma a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância em Saúde de Campinas.

Carmo Ferreira reforça, no entanto, a necessidade de vacinação daquelas pessoas dos grupos prioritários que ainda não foram a um centro de saúde. “São essas pessoas que correm maior risco de complicações pelo vírus H1N1, conforme mostrou a primeira onda pandêmica em 2009”, diz.

Além disso, segundo a sanitarista, é importante que a vacina seja tomada logo, já que os dados atuais do município apontam que os vírus da influenza - tanto sazonal como H1N1 - já começaram a circular de forma mais intensa e a tendência é de crescimento. Carmo Ferreira reitera que, embora a maioria dos casos de síndrome gripal evolua bem, a partir de agora, por conta da sazonalidade, a expectativa é de aumento de ocorrências mais graves.

A Secretaria de Saúde reforça que a vacina está disponível em 61 centros de saúde em toda cidade, portanto tem sempre um próximo da residência ou do local de trabalho de cada cidadão. Para checar o horário de funcionamento, basta ligar no telefone 156, da Prefeitura. As pessoas que possuem devem levar a carteira de vacinas. A falta do documento, no entanto, não impede de tomar a dose.

Situação epidemiológica. Em 2009, em Campinas, foram registrados 206 casos de H1N1 de infecção pelo vírus Influenza A (H1N1). Deste total, 17 foram a óbito, sendo nove mulheres e oito homens. Do total de casos – dos 206 -, 16 referiam-se a gestantes, sendo que uma delas evoluiu para óbito. Tratava-se de uma grávida de gêmeos. Os bebês sobreviveram.

No Brasil. Em 2009, no País, foram confirmados 46.100 casos de Doença Respiratória Aguda Grave (DRAG), com 2.051 óbitos. A mortalidade em gestantes foi 50% maior que na população geral. 75% dos óbitos ocorreram em pessoas com doenças crônicas. Em 2010, até 3 de abril, foram 361 notificações de H1N1 e 20% dos casos graves ocorreram em gestantes. Deste total, houve 50 óbitos, sendo 76% (38) em mulheres e 32% (16) em gestantes.

No mundo. Até 1º de abril, pelo menos 213 países e territórios tiveram casos confirmados de H1N1. Pelo menos 17.483 mortes foram confirmadas à Organização Mundial de Saúde (OMS). Alguns países do Hemisfério Norte chegaram a sugerir que a 2ª onda teria sido mais branda do que o previsto. De acordo com nota oficial da OMS, é prematuro anunciar o fim da pandemia e imprudente pensar em reduzir nível de alerta, que deve continuar pelos próximos seis meses. Segundo a nota, o vírus H1N1 já é responsável por 99,4% dos casos de gripe nas Américas. Em alguns países, como Canadá e Cuba, o índice chega a 100%.

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