A
Secretaria Municipal de Saúde de Campinas (SMS), em
parceria com o Ministério da Saúde e a Secretaria de
Estado da Saúde inicia neste sábado, dia 3 de junho, a
divulgação da primeira fase da Campanha Nacional de
Vacinação contra a Paralisia Infantil (Poliomielite),
que será realizada no dia de 10 de junho, em todo o
país.
Com o
slogan “O seu filho quer duas gotinhas da sua atenção”,
os bonecos Zé Gotinha e Maria Gotinha, personagens
criados pelo Ministério da Saúde para divulgar a
campanha, estarão às 9 horas deste sábado no Centro de
Convivência e das 11h às 15h no Hipermercado Carrefour
D. Pedro, orientando pais e crianças para a importância
de tomar a gotinha contra a doença. Também serão
distribuídos cartazes e folderes da campanha.
A
poliomielite é uma doença viral aguda, cujo quadro
clínico é caracterizado por febre, mal estar, cefaléia,
distúrbio gastrintestinal e rigidez de nuca, acompanhado
ou não de paralisa, podendo também levar a morte.
O
Ministério da Saúde preconiza que cada município
brasileiro vacine 95% das crianças menores de 5 anos (4
anos, 11 meses e 29 dias). De acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Campinas
tem uma população estimada de 82 mil crianças com menos
de cinco anos.
Para
atingir este objetivo, a SMS dispõe de 120 mil doses da
vacina. No dia 10 serão mobilizados 1,4 mil servidores
municipais para atuar em 277 postos de vacinação, fixos
e volantes, espalhados por todas as regiões da cidade. A
vacinação vai das 8h às 17h e as doses são gratuitas.
“A idéia é
sensibilizar o público para a importância de todos
comparecerem aos postos de vacina no próximo sábado”,
diz a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da
Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) de
Campinas. Segundo Brigina, os pais e responsáveis pelos
menores de cinco anos também poderão atualizar as
vacinas. “A recomendação vale para quem deixou atrasar
algumas das vacinas indicadas no calendário de vacinação
infantil”.
Além da
dose contra a paralisia infantil, estarão disponíveis as
vacinas BCG, que protege contra formas graves da
tuberculose, e a tetravalente, contra difteria, tétano,
coqueluche e infecções causadas pelo Haemophilus tipo b.
Além dessas duas, também serão aplicadas a tríplice
viral, contra sarampo, caxumba e rubéola, e a vacina que
protege contra a hepatite B.
Universal
Todos os
menores de cinco anos devem ser vacinados, mesmo os que
estiverem com tosse, gripe, rinite ou diarréia, e mesmo
os que tiverem tomado a dose em várias campanhas
anteriores. “A vacinação universal, indiscriminada e em
todas as localidades, de todos os menores de cinco anos
de idade, é fundamental para preservar a erradicação da
paralisia infantil no país”, afirma a enfermeira
sanitarista.
O Programa
Nacional de Imunizações (PNI) recomenda aos estados que
atinjam a cobertura mínima de 95% em pelo menos 80% dos
municípios. Isso garantirá a homogeneidade da vacinação
e evitará o reaparecimento da doença. O último caso
verificado no país ocorreu em 1989, no município de
Sousa, na Paraíba. A criança acometida pela doença
sobreviveu sem seqüelas. No entanto, a poliomielite pode
causar paralisias permanentes, principalmente dos
membros inferiores, ou até matar.
Na década
de 1970, foram mais de 21 mil casos da doença no País.
No estado de São Paulo, o último caso foi registrado em
1988, no município de Teodoro Sampaio. Em Campinas, a
última ocorrência é de 1980.
A partir
de 1980, o Brasil adotou a estratégia de vacinar todas
as crianças menores de cinco anos. O resultado foi a
redução para 2,8 mil casos na década e a erradicação da
doença, certificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS),
em 1994. Mas é importante que o País continue a manter a
boa cobertura vacinal nas campanhas anuais, realizadas
em duas fases, pois há risco de a doença ser
reintroduzida, já que a pólio ainda é endêmica em vários
países da África e da Ásia, continentes com grande
trânsito de pessoas no Brasil. Sem a vacinação, o país
ficaria vulnerável. A segunda etapa da campanha contra a
paralisia infantil ocorre em 26 de agosto.