A
Prefeitura Municipal de Campinas, seguindo determinação
da Secretaria de Estado da Saúde, prorrogou a Campanha
de Vacinação contra a Paralisia Infantil no município
até a próxima quarta-feira, dia 14. A intenção é
melhorar a cobertura vacinal em todo o Estado. No
sábado, 10 de junho, dia nacional da campanha, foram
vacinadas 57.940 crianças menores de 5 anos, ou seja,
78,85% da população do município nesta faixa etária. A
meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é de vacinar
95%.
Os pais ou
responsáveis que ainda não vacinaram seus filhos devem
procurar a unidade de saúde mais próxima para
imunizá-los contra a paralisia infantil. A “gotinha” não
tem nenhum tipo de reação. Crianças que estejam com
gripe ou outra doença devem tomar a dose.
A
poliomielite é uma doença viral aguda, cujo quadro
clínico é caracterizado por febre, mal-estar, cefaléia,
distúrbio gastrintestinal e rigidez de nuca, acompanhado
ou não de paralisa, podendo também levar a morte.
Além da
dose contra a paralisia infantil, estão disponíveis as
vacinas BCG, que protege contra formas graves da
tuberculose, e a tetravalente, contra difteria, tétano,
coqueluche e infecções causadas pelo Haemophilus tipo b.
Também serão aplicadas a tríplice viral, contra sarampo,
caxumba e rubéola, e a vacina que protege contra a
hepatite B.
Abertura
A abertura oficial da
campanha contra a paralisia ocorreu às 08h00 de sábado,
no Centro de Saúde 31 de Março, com a presença do
prefeito Hélio de Oliveira Santos, do Secretário de
Saúde José Francisco Saraiva, além de autoridades
municipais e profissionais da saúde.
O prefeito
aplicou a gotinha em Eduarda Roberto Alves, de um ano e
11 meses. Levada pela mãe, Susan Roberto, compareceu
logo às 8 horas e tinha a carteira de vacinação em dia.
No sábado,
a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde
(SMS), mobilizou 1,4 mil servidores municipais para
trabalhar em 292 postos de vacinação, 187 fixos e 105
volantes, espalhados por todas as regiões da cidade e
ofereceu 120 mil doses da vacina.
Histórico
A
poliomielite já paralisou milhares de crianças no
decorrer da história. Ainda hoje, são encontrados
milhares de casos da síndrome pós-pólio naqueles que
algum dia foram acometidos pela infecção. E a gotinha
oral contra a poliomielite é a única forma capaz de
erradicar mundialmente a doença que ainda ocorre nas
regiões da África e Ásia.
Todos os
menores de cinco anos devem ser vacinados, mesmo os que
estiverem com tosse, gripe, rinite ou diarréia, e mesmo
os que tiverem tomado a dose em várias campanhas
anteriores. “A vacinação universal, indiscriminada e em
todas as localidades, de todos os menores de cinco anos
de idade, é fundamental para preservar a erradicação da
paralisia infantil no país”, diz a enfermeira
sanitarista Brigina Kemp, da Coordenadoria de Vigilância
em Saúde (Covisa) de Campinas.
O Programa
Nacional de Imunizações (PNI) recomenda aos estados que
atinjam a cobertura mínima de 95% em pelo menos 80% dos
municípios. Isso garantirá a homogeneidade da vacinação
e evitará o reaparecimento da doença. O último caso
verificado no país ocorreu em 1989, no município de
Sousa, na Paraíba. A criança acometida pela doença
sobreviveu sem seqüelas. No entanto, a poliomielite pode
causar paralisias permanentes, principalmente dos
membros inferiores, ou até matar.
Na década
de 1970, foram mais de 21 mil casos da doença no País.
No estado de São Paulo, o último caso foi registrado em
1988, no município de Teodoro Sampaio. Em Campinas, a
última ocorrência é de 1980.
A partir
de 1980, o Brasil adotou a estratégia de vacinar todas
as crianças menores de cinco anos. O resultado foi a
redução para 2,8 mil casos na década e a erradicação da
doença, certificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS),
em 1994. Mas é importante que o País continue a manter a
boa cobertura vacinal nas campanhas anuais, realizadas
em duas fases, pois há risco de a doença ser
reintroduzida, já que a pólio ainda é endêmica em vários
países da África e da Ásia, continentes com grande
trânsito de pessoas no Brasil. Sem a vacinação, o país
ficaria vulnerável. A segunda etapa da campanha contra a
paralisia infantil ocorre em 26 de agosto.