Saúde promove bloqueio contra a raiva em Barão Geraldo

27/06/2011

Autor: Denize Assis

A Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde (Visa) Norte e do Centro de Saúde (CS) Barão Geraldo, com apoio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), promove nesta terça-feira, dia 28 de junho, ação de informação, educação e mobilização social contra a raiva em 700 endereços nos bairros Chácara Santa Margarida, Chácaras Belvedere, Guará e Jardim Aruã, em Barão Geraldo, região norte da cidade.

A atividade, tecnicamente chamada bloqueio de foco, será desencadeada porque no local foi confirmado um caso positivo de raiva em morcego insetívoro. O resultado dos exames, realizados pelo laboratório do Instituto Pasteur, foi enviado ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) na última segunda-feira, dia 21. Este é o segundo caso da doença em morcego notificado em 2011.

Além das atividades educativas e de mobilização, também será realizado levantamento do número de cães e gatos existentes na área e sobre a cobertura vacinal destes animais. “Caso a cobertura esteja abaixo da preconizada, então, discutiremos a viabilidade da vacinação junto ao Grupo de Vigilância Epidemiológica da Direção Regional de Saúde 7, órgão da Secretaria de Estado da Saúde”, informa a médica veterinária Tosca de Lucca, da Visa Norte.

Segundo a médica veterinária é fundamental promover a educação em saúde e utilizar todas as formas possíveis de divulgar, entre a população, informações sobre a raiva, cuidados a serem adotados ao encontrar morcegos com alteração de comportamento e o papel que estes animais desempenham na cadeia de transmissão da doença.

Além disso, segundo Tosca, é necessário divulgar a importância de manter gatos e cães vacinados, uma vez que, ao vacinar os animais de estimação, indiretamente também se protege a população humana. A raiva é uma doença que atinge mamíferos e que pode ser transmitida aos homens sendo, portanto, uma zoonose. É causada por um vírus mortal.

A transmissão ocorre quando o vírus da raiva existente na saliva do animal infectado penetra no organismo, através da pele ou mucosas, por mordedura, arranhadura ou lambedura, mesmo não existindo necessariamente agressão.

Segundo o Instituto Pasteur, no Brasil, em espaços urbanos, o principal transmissor da raiva para o homem é o cão, seguido do gato. Em espaços rurais é o morcego. O último caso de raiva animal em Campinas foi registrado em 1999, em um gato. No entanto, o vírus rábico ainda circula na cidade em morcegos. Trata-se do no ciclo aéreo da doença, informa a Vigilância em Saúde.

Segundo Tosca é importante que as pessoas nunca toquem em morcego, vivo ou morto. A médica veterinária informa que este caso de raiva em Barão Geraldo é exemplar porque mostra que as pessoas desconhecem as situações de risco para a doença. Neste caso, o cão da residência estava com o morcego na boca e após largá-lo um homem pegou este morcego com as mãos.

“Independente do hábito alimentar, o morcego pode estar infectado com o vírus rábico e transmitir a doença. Ao entrar em contato acidental, a pessoa deve ser encaminhada o mais rápido possível para uma Unidade de Saúde para a orientação sobre as condutas indicadas que podem incluir sorovacinação. Cães e gatos também são submetidos a medidas profiláticas ”, afirma Tosca.

Neste caso de Barão Geraldo, o cão tomou uma dose de reforço vacinal quando o morcego foi capturado e a proprietária recebeu orientação quanto à necessidade de novo reforço. A pessoa que teve contato com o animal também recebeu vacina e indicação para o soro.

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