Pacientes com suspeita de E.coli 0104:H4 em Campinas receberam alta hospitalar

27/06/2011

Autor: Denize Assis

A Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), informa nesta segunda-feira, 27 de junho, que os dois moradores de Campinas com suspeita de infecção pela bactéria Escherichia coli 0104:H4, circulante na Alemanha, passam bem e já receberam alta hospitalar.

A Covisa aguarda resultados dos exames que estão sendo processados pelo Instituto Adolfo Lutz para confirmar ou descartar as notificações. A expectativa é que fiquem prontos em uma semana. Os dois casos não estão relacionados entre si e as pessoas que tiveram contato com os pacientes não desenvolveram sintomas. Assim, pode-se afirmar que não há risco de surto de Escherichia coli 0104:H4 em Campinas e no Brasil a partir destes casos.

De acordo com a Covisa, os dois pacientes são do sexo masculino na faixa etária entre 55 anos e 60 anos. Os dois retornaram a Campinas depois de viagem à Europa, onde passaram pela Alemanha. Um deles chegou a Campinas no dia 13 de junho, quando já apresentava sintomas, foi internado no dia 15 e teve alta no dia 19. O outro chegou dia 11 de junho, apresentou sintomas dia 14 e recebeu tratamento ambulatorial, não sendo necessária internação.

As notificações dos casos suspeitos foram feitas à Covisa, por hospitais do município, após divulgação de nota técnica pela Secretaria Municipal de Saúde. De acordo com a nota, profissionais de saúde (da rede pública ou privada) devem estar atentos a pacientes com histórico de viagem internacional, nos últimos 30 dias, principalmente à Alemanha; e que apresentem fortes cólicas abdominais e diarreia.

O que é Escherichia coli. A Escherichia coli (E. coli) é uma bactéria encontrada naturalmente no intestino de humanos e animais. A maioria das cepas de E. coli são inofensivas, mas algumas podem causar graves doenças transmitidas por alimentos, como é o caso da E. coli enterohemorrágica (EHEC). Este tipo de E.coli produz duas toxinas, chamadas “verotoxina” e “Shiga”. Por isso, a bactéria enterohemorrágica é também denominada de E. coli produtora de verotoxina (VTEC) ou E. coli produtora de toxina Shiga (STEC).

Os principais sintomas da doença provocada pela E. coli enterohemorrágica são cólicas abdominais severas e forte diarreia, inclusive com presença de sangue. Vômitos e febre também podem ocorrer. O período de incubação, isto é, o tempo entre a transmissão e o início do aparecimento dos sintomas varia de três a oito dias. A maioria dos infectados recupera-se em até dez dias.

No entanto, em pessoas mais vulneráveis, como idosos e crianças, a infecção pode agravar-se, levando à Síndrome Hemolítica Urêmica (SHU) – caracterizada por falência renal aguda, anemia hemolítica (decorrente da destruição anormal das hemácias) e trombocitopenia (redução no número de plaquetas, responsáveis pela coagulação do sangue).

Cuidados para evitar transmissão. O Ministério da Saúde recomenda que pessoas em viagem internacional, principalmente aos países da Europa e aos Estados Unidos, não devem comer alimentos crus, sobretudo vegetais e produtos de origem animal. Não há nenhuma recomendação de restrição de viagem e é importante seguir as orientações das autoridades de saúde do país visitado.

As orientações sobre os procedimentos a serem adotados pelos profissionais de saúde podem ser encontradas no sítio eletrônico da Secretaria de Saúde de Campinas no endereço www.campinas.sp.gov.br/saude, no campo “Alertas”.

Situação atual. Até 24 de junho, foram registrados 3.836 casos de infecção pela E.coli, com 45 mortes – de acordo com o escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Europa. A Alemanha contabiliza 43 óbitos e concentra 97% das infecções, com 3.717 casos. O restante dos casos ocorreu na Áustria, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Holanda, Luxemburgo, Noruega, Polônia, Reino Unido, Suíça e Suécia.

Segundo a OMS, a maioria dos casos ocorridos fora da Alemanha, incluindo os dos Estados Unidos, está vinculada a pessoas que estiveram no país europeu, especialmente no Norte, na região da cidade de Hamburgo.

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