Denize Assis
A
Secretaria de Saúde de Campinas inicia na próxima
sexta-feira, dia 13 de agosto, aplicação assistida do
interferon peguilado, medicamento de alto custo distribuído
pela Secretaria de Estado da Saúde para pacientes
portadores de hepatite C. A aplicação assistida trata-se
da medicação feita em unidade de saúde sob supervisão
de médicos e enfermeiros. O procedimento deve ser
realizado sempre que o medicamento possa provocar efeitos
colaterais importantes.
Até então,
o paciente retirava o produto na Direção Regional de Saúde
(DIR XII), da Secretaria de Estado da Saúde, e levava-o
para casa onde ele mesmo cuidava para que fosse feita a
aplicação. Em Campinas, cerca de 200 pessoas têm
autorização para o uso do interferon peguilado.
"A
medida atende a antiga reivindicação da Associação dos
Portadores de Hepatites (Apohie), permite um melhor
monitoramento tanto da medicação – que precisa ser
conservada entre 2 graus e 8 graus centígrados – como
da aplicação – a dose é proporcional ao peso e tem
que ser bem misturada – e favorece o acompanhamento mais
de perto do paciente", informa a farmacêutica Maria
Elisa Moreira Bertonha, da Secretaria Municipal de Saúde.
As doses são injetáveis e devem ser aplicadas
semanalmente.
Inicialmente,
a aplicação será feita no Ambulatório Municipal de
Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (Amda) e,
posteriormente, será estendida para o Hospital Municipal
Mário Gatti e Complexo Ouro Verde. "A regionalização
facilita porque o paciente será atendido no local mais próximo
à sua casa", diz Maria Elisa. O Amda fica no Centro
de Referência em Doenças Sexualmente Transmissíveis e
Aids CR em DST/Aids na rua Regente Feijó, 637.
Saiba
sobre a hepatite.
As hepatites virais são doenças infecciosas que levam à
inflamação do fígado e podem causar a morte. São
provocadas por diferentes agentes etiológicos. Ao contrário
do que muita gente pensa, nem sempre a pessoa que está
com hepatite apresenta sintomas como pele amarela, urina
escura e as fezes brancas. Em muitos casos, ela é
"silenciosa", o que significa que a pessoa pega
o vírus e demora anos para perceber que está com algum
problema. Quando é diagnosticada, o fígado já está
comprometido, o que dificulta a recuperação do paciente
e pode levá-lo ao óbito.
As
hepatites são importante problema de saúde pública no
mundo e no Brasil. A Organização Mundial de Saúde (OMS)
estima que existam cerca de 170 milhões de portadores crônicos
da hepatite C no mundo. No Brasil, de acordo com
estimativas do Ministério da Saúde, os casos crônicos
de hepatite C devem corresponder a cerca de 1,5% da população.