Relatório
completo será
divulgado nesta
terça-feira
no II Simpósio de Doença
Exantemática
Denize Assis
A Vigilância
em Saúde de Campinas informou nesta segunda-feira, 16 de
agosto, que o exantema súbito é a doença febril exantemática
mais freqüente na cidade. Dos 1.246 casos febris exantemáticos
registrados no município entre maio de 2003 e maio de 2004,
293 (23,5%) tratam-se de exantema súbito. As doenças febris
exantemáticas são aquelas que apresentam como sintomas febre
e manchas vermelhas na pele (exantemas) como sarampo, rubéola,
dengue, febre maculosa entre outras.
O balanço
mostra ainda que o maior número de notificações suspeitas são
de escarlatina e exantema súbito. Do total de 1.246 notificações,
330 (26,4%) são exantema súbito e 321 (25,7%) escarlatina.
Os registros das duas doenças juntas representam metade das
notificações do período. A maior parte dos casos foi
registrada em menores de 10 anos.
Exantema súbito,
ou roséola, é uma doença viral que atinge crianças menores
de quatro anos, principalmente entre 6 meses e 2 anos de
idade. Não existe vacina contra a doença.
A escarlatina
é causada por uma bactéria e acomete principalmente crianças
entre 2 e 10 anos de idade. Para reduzir o risco de complicações,
é necessário tratamento específico com antibiótico durante
10 dias. Não há vacina contra a escarlatina.
A rubéola
consta em terceiro lugar entre as doenças mais notificada com
202 (16,2%) registros e, até o momento, 24 casos confirmados.
A rubéola é uma doença causada por vírus e que é
importante para a saúde pública porque pode ser transmitida
de mãe para filho durante a gestação e, assim, causar a Síndrome
da Rubéola Congênita responsável por mal formações e óbitos.
Referência.
As informações divulgadas pela Vigilância em Saúde estão
no relatório do Vigifex, projeto que será utilizado como
referência para o Plano Mundial de Erradicação do Sarampo e
deve estabelecer um sistema de detecção eficaz para o
controle das doenças febris exantemáticas no planeta.
O estudo,
pioneiro no mundo, foi desenvolvido pela Secretaria de Saúde
de Campinas sob coordenação da Organização Pan-Americana
de Saúde/Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS) em
colaboração com o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos
Estados Unidos.
Além do
exantema súbito, escarlatina e rubéola, sete outras doenças
foram investigadas durante o projeto. O relatório completo do
Vigifex será divulgado nesta terça-feira, dia 17 de agosto,
durante o II Simpósio de Doença Exantemática, que acontece
das 8h30 às 12h, no Hotel Nacional Inn, na Avenida Benedito
Campos, nº 35, Jd. do Trevo.
A supervisora
municipal do projeto, a enfermeira Eliana Nogueira Castro
de Barros, destaca que as notificações foram feitas pelo
setor público e privado. "A participação de todos os
equipamentos de saúde da cidade foi fundamental para uma
investigação mais fiel e proveitosa". Ela afirma ainda
que os pontos mais relevantes do projeto vão subsidiar
discussões para reorganizar a vigilância em saúde de todo o
Brasil.