Denize Assis
Mais de 53
mil crianças já foram aos postos de vacinação em Campinas
para se protegerem contra a poliomielite desde o início da
Campanha Nacional de Vacinação, em 21 de agosto. O número
representa 72% de cobertura. Em relação ao sarampo, a
cobertura já atingiu 73%, com mais de 44 mil crianças
vacinadas. Os dados da Secretaria Municipal de Saúde foram
divulgados nesta terça-feira, 31 de agosto, com base em
informações preliminares dos Centros de Saúde e Módulos
Paidéia de Saúde da Família coletadas até o dia 28 de
agosto.
A campanha se
estende até sexta-feira, dia 3 de setembro. Até lá, a meta
é vacinar contra a paralisia infantil pelo menos 95% das
75,05 mil crianças menores de cinco anos de idade residentes
na cidade, o que corresponde a 71,3 mil. Contra o sarampo, o
objetivo é imunizar 95% das 60,8 mil crianças de 1 até 5
anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias), cerca de 57,7 mil.
Portanto, até
sexta-feira, todo cidadão menor de cinco anos deve ser levado
a um centro de saúde ou módulo Paidéia de Saúde da Família
no período de funcionamento da unidade. As vacinas são
totalmente grátis e os pais devem levar a carteira de vacinação.
No entanto, a criança poderá receber as doses mesmo sem a
carteira.
Segundo o
Ministério da Saúde, em todo País, os números apontam para
o sucesso da campanha e mostram que as reações alérgicas à
vacina tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba) não
afetaram a vacinação. Assim que foi detectado que havia uma
quantidade excessiva de reações em um dos lotes, as doses
foram substituídas por frascos de outros fabricantes.
"A
vacinação de todas as crianças, ao mesmo tempo e em todas
as localidades, é uma das mais fundamentais ações para
preservarmos a erradicação da paralisia infantil", diz
Carmo Ferreira. A vacina contra a poliomielite, segundo a
sanitarista, é segura e não apresenta contra-indicações.
"É importante que os pais levem as crianças mesmo as
que tiverem tomado a dose na primeira etapa e várias doses
anteriormente e independentemente delas estarem com febre,
rinite, tosse ou diarréia", diz.
Sarampo.
Quanto ao sarampo, Carmo Ferreira informa que a campanha de
seguimento é uma estratégia necessária para garantir que
todas as crianças estejam imunizadas contra a doença.
"Com o passar do tempo, forma-se uma população de
suscetíveis, ou pessoas que estão vulneráveis à doença.
Como o sarampo ainda ocorre em vários países do mundo – o
México enfrenta um surto da doença neste momento -, há o
risco de alguma pessoa infectada chegar ao Brasil e, assim,
desencadear um surto", diz.
Há mais de
30 anos a vacina contra o sarampo está disponível na rede pública
de saúde do Brasil. Ela deve ser aplicada quando a criança
completa o primeiro ano de vida. Segundo Carmo Ferreira, a
população de suscetíveis forma-se porque a eficácia da
vacina é de 95% e, portanto, 5% não desenvolvem imunidade.
Também é preciso considerar que há falha secundária,
quando a criança toma a dose e desenvolve imunidade mas, com
o tempo, esta imunidade cai. A estas duas situações,
somam-se os casos das pessoas que não tomam a vacina e está
constituída a população de suscetíveis.
Segundo a
enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Saúde Coletiva de
Campinas, o sarampo é a doença febril exantemática de maior
freqüência no mundo, com um taxa de mortalidade importante
– mais de 800 mil mortes por ano - e de fácil transmissão.
"Por isso, para reduzir o risco de reintrodução do vírus,
é preciso, além de uma boa vigilância e altas coberturas
vacinais, manter homogeneidade, isto é boa cobertura em todos
os municípios e, dentro do município, em todas as regiões",
afirma.