Saúde investiga casos suspeitos de febre maculosa, leptospirose e dengue

02/08/2006

Registros referem-se a moradores de uma mesma comunidade,
por isso está sendo avaliada possibilidade de vínculo entre os casos

A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental (Covisa), recebeu ontem, terça-feira, dia 1° de agosto, notificação de um caso suspeito de febre maculosa, leptospirose e dengue. Trata-se de um homem de 45 anos que morreu no dia 31 de julho em um hospital público da cidade. Ele morava no Núcleo Residencial do Jardim Eulina, região norte da cidade.

Imediatamente após a notificação, a Covisa iniciou a investigação do caso e desencadeou as ações preconizadas de vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental e de mobilização e comunicação social na comunidade.

As ações de vigilância epidemiológica incluem busca ativa de outras pessoas com sintomas e, neste trabalho, a Vigilância conheceu mais três casos suspeitos de febre maculosa, leptospirose e dengue -, sendo que dois deles são moradores da comunidade um deles foi a óbito no dia 23 e um outro mora na região sul da cidade mas freqüenta um lugar comum dos outros casos suspeitos este último já recebeu alta hospitalar.

O médico sanitarista André Ricardo Ribas de Freitas, da Covisa, informa que a Secretaria investiga as três doenças porque alguns sintomas são comuns entre elas, como febre, dor no corpo e dor de cabeça. Além disso, segundo André, existe um histórico epidemiológico entre os casos, já que estas pessoas freqüentaram um ambiente que oferece risco para as três doenças, ou seja: com infestação de carrapatos, com probabilidade de ratos porque existe disposição de resíduos e com presença de mosquitos.

A enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Covisa, informa que ontem mesmo uma equipe composta por médico, enfermeiro, biólogo, médico veterinário e agentes comunitários de saúde iniciou as ações na comunidade. E, a partir de amanhã, quinta-feira, dia 3, esta mesma equipe, vai contar com reforço da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen).

Vamos fazer um trabalho de busca ativa de suspeitos das três doenças, com informação e orientação para a comunidade sobre sintomas, maneiras de prevenção e quando e como procurar a unidade de saúde, informa o biólogo Ovando Provati, da Vigilância em Saúde (Visa) Norte. Ovando integra a equipe que atua na comunidade. Também serão promovidas atividades de inviabilização de criadouros e estão sendo articulados outros setores da Prefeitura para ações ambientais mais específicas.

O biólogo informa que a área tem infestação de carrapatos e muitos resíduos dispostos inadequadamente. A comunidade também possui muitos catadores e recicladores, diz. A orientação, neste momento, é para que as pessoas não entrem em contato com a vegetação da lagoa que existe no local. Os moradores também estão sendo informados sobre como proceder no caso de sofrerem infestação por carrapatos.

Segundo a direção da Covisa, a previsão é de que os exames laboratoriais das amostras colhidas dos pacientes fiquem prontos em duas semanas.

Denize Assis

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