70 Nota para a imprensa sobre a Influenza A

12/08/2009

Campinas, 12 de agosto de 2009, às 18h30

Secretaria de Saúde de Campinas

Nota à imprensa

Ocorrências de casos humanos de Influenza A (H1N1)

1. CASOS EM CAMPINAS

1.1 - A Secretaria Municipal de Saúde informa nesta quarta-feira, 12 de agosto, que foram confirmados 8 NOVOS CASOS de infecção pelo vírus Influenza A (H1N1) em moradores de Campinas. 

1.2 - Com os novos casos, a Secretaria de Saúde de Campinas registra um total de 145 CASOS CONFIRMADOS da doença. Do total de casos, 64 são em homens (44%) e 81 em mulheres (56%).

1.3 – Do total de casos confirmados, 8 são de gestantes, sendo que uma delas morreu.

1.4 – Segundo a faixa etária, a maior proporção de casos é de 15 a 49 anos (110 casos ou 77%). Ou seja: o perfil da doença em Campinas vem mostrando que os mais acometidos são adolescentes e adultos jovens, mantendo este padrão nos óbitos pela Influenza A (H1N1).

1.5 – Do total de casos confirmados, nove foram a óbito, sendo oito mulheres e um homem. A média de idade dos óbitos foi de 35 anos. Os fatores de risco isolados apresentados por estes pacientes foram 1 gestação, 2 com imunodepressão e 2 com obesidade mórbida. Entre os fatores associados, uma das pessoas apresentava associação de diabetes e obesidade mórbida e outra diabetes e pneumopatia. 

1.6 – Também estão confirmados em Campinas 3 SUR TOS, em creche, com três casos, e serviços de saúde, com cinco casos e seis casos). Outros dois surtos estão em investigação. Com o retorno dos escolares, poderá ocorrer aumento dos casos de doenças respiratórias, entre os quais a Influenza, com possibilidade de novos surtos institucionais. 

1.7 - Vale destacar que o total de casos é o resultado acumulado desde os primeiros registros confirmados de infecção em moradores de Campinas, no dia 19 de junho. Foram dois casos com início de sintomas no dia 14 de junho. Eram dois adultos procedentes da Argentina. A quase totalidade desses pacientes já recebeu alta ou está em processo de recuperação.

1.8 - De acordo o Protocolo de Manejo Clínico e Vigilância Epidemiológica da Influenza, de 15 de julho, baseado em recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), não está mais indicada a identificação individual de cada caso de influenza pelo novo H1N1, mas a notificação, investigação, diagnóstico laboratorial e tratamento dos casos com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e dos grupos de risco para desenvolver formas graves, assim como identificação de novos focos da doença no país. Portanto, os casos confirmados em Campinas não representam a totalidade.

Os grupos com maior risco para desenvolver as formas graves da doença são os seguintes:
- Gestação;
- Idade menor que 2 e maior que 60 anos;
- Pessoas com doenças que debilitam o sistema imunológico (defesas do organismo), como câncer e aids; ou que tomam regularmente medicamentos que debilitam o sistema imunológico;
- Doenças crônicas preexistentes, como problemas cardíacos (como arritmias), pulmonares (exemplos: bronquite e asma), renais (pessoas que fazem hemodiálise, por exemplo) e sanguíneos (como anemia e hemofilia); diabetes e obesidade mórbida.

1.9 – Dentro deste cenário, comunica que investiga 3 ÓBITOS SUSPEITOS de Doença Respiratória Aguda Grave (SRAG), que serão investigados também para Influenza A (H1N1).

1.10 - Cabe destacar que, de acordo com o novo protocolo, o cálculo da taxa de letalidade em relação ao total de casos de influenza não é mais utilizado como parâmetro para monitorar o comportamento da doença, uma vez que os casos leves não são mais notificados, exceto em surtos, segundo recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Em Campinas, a mortalidade neste momento é de 0,84/100 mil habitantes.

 

2. PROVIDÊNCIAS
2.1 – O monitoramento da circulação do novo vírus no município está sendo feito pela Secretaria de Saúde, por meio da Vigilância em Saúde e Vigilâncias Distritais com apoio dos Núcleos de Vigilância dos hospitais, com base no acompanhamento dos casos suspeitos e confirmados.

2.2 – A Secretaria de Saúde informa que tem monitorado casos graves junto aos hospitais públicos e privados de Campinas e disponibilizado suporte técnico e logístico para toda rede pública e privada de saúde do município – com disponibilização de medicamento para casos em que há indicação conforme Protocolo do Ministério da Saúde e investigação laboratorial -, para que todos os pacientes sejam tratados adequadamente. Essas medidas têm o objetivo de realizar diagnóstico precoce e proporcionar tratamento ágil a todos que necessitem, no sentido de reduzir a possibilidade de óbitos.

2.3. – Outras PROVIDÊNCIAS adotadas por Campinas:

- Capacitação das redes de saúde pública e privada;

- Reuniões com setores hoteleiro, de turismo, comercial, de educação e com a RMC;

- Reunião com secretariado e autarquias municipais;

- Reunião com o Conselho Municipal de Saúde;

- Elaboração do plano de contingência e protocolo de atendimento;

- Incremento do plantão de vigilância;

- Reorganização da rede de assistência;

- Adiamento do início das aulas para todas as escolas públicas até dia 17 de julho, suspensão das aulas na educação infantil e recomendação da prorrogação das férias também para a rede privada inclusive universidades e faculdades.

- Adequação da logística de recursos materiais e humanos;

- Incremento constante das ações de comunicação, informação e mobilização social, tendo sido firmadas recentemente parcerias com a Emdec, para campanha na Rodoviária e entre motoristas e cobradores, e com a Unimed Campinas, para campanha entre profissionais de saúde cooperados e para a população em geral;

- Além disso, a Vigilância em Saúde divulgou orientação técnica onde indica que gestantes trabalhadoras que atuam em contato direto com o público, particularmente na área da saúde, sejam deslocadas para novas atribuições ou afastadas de suas atividades, de acordo com as especificidades de cada local ou, na impossibilidade de transferência, que as instituições estudem alternativas legais de afastamento temporário destas mulheres.

- Criação do Comitê Assessor Municipal da Influenza A (H1N1), com objetivo de agregar pessoas que representam outros setores da saúde no município, das áreas científica e de assistência, que possam somar forças com a Administração Municipal nas decisões, medidas de controle e de assistência aos pacientes.

2.4 – A Prefeitura informa que o início das aulas na rede pública municipal de educação foi prorrogado para o dia 17 de agosto. A medida inclui Centros Municipais de Educação Infantil (Cemeis), creches municipais conveniadas, pré-escola, ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos. A decisão atinge pelo menos 65 mil alunos em todo município. A medida visa conter o avanço da epidemia da nova gripe (Influenza A H1N1), já que reduz a capacidade de disseminação do vírus na comunidade, e preservar a saúde das crianças, já que o comportamento social dos pequenos facilita a transmissão entre eles.

Na volta às aulas, serão reforçadas as ações de educação em saúde, informação e mobilização social com a distribuição de 300 mil folhetos entre alunos, pais e professores com orientação sobre a nova gripe, sintomas, orientações sobre crianças com sinais – que não devem freqüentar a escola e precisam de atendimento médico – e sobre afastamento para os alunos com síndrome gripal – que devem permanecer em casa por sete dias após início de sintomas.

 

3. ÓBITOS NO ESTADO DE SÃO PAULO E NA REGIÃO:

3.1- No Estado de São Paulo, foram confirmados 69 ÓBITOS até dia 7 de agosto. Na Região de Campinas, são 19. No Brasil, são 192 óbitos.

 

4. RECOMENDAÇÕES:

Diante da situação epidemiológica atual da influenza, a Vigilância em Saúde de Campinas reforça as medidas de prevenção e proteção individual que neste momento são as mais importantes para reduzir o risco da propagação da doença no município e no País. As medidas são:

- Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, preferencialmente descartável.

- Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente depois de tossir ou espirrar.

- Evitar locais fechados com aglomeração de pessoas.

- Evitar o contato direto com pessoas doentes.

- Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal.

- Evitar tocar olhos, nariz ou boca.

- Em caso de adoecimento, procurar assistência médica e informar história de contato com doentes ou/e roteiro de viagens recentes.

- Não usar medicamentos sem orientação médica.

- Pessoas com sintomas de gripe (febre, tosse, coriza e dores de garganta, de cabeça ou pelo corpo e desconforto respiratório como dor e dificuldade para respirar) devem procurar o profissional de saúde onde habitualmente já se consultam para avaliação do médico e monitoramento clínico, diagnóstico precoce de gravidade e investigação epidemiológica de casos graves e surtos. Elas não devem ir ao trabalho e à escola ou a locais de aglomeração de pessoas. Os hospitais devem ser reservados para os casos mais graves.

Para as escolas, as orientações são:

A Influenza A (H1N1) é uma doença respiratória aguda (gripe), causada pelo vírus influenza A (H1N1). Este novo vírus da influenza, assim como a gripe comum, é transmitido de pessoa a pessoa principalmente, por meio de tosse ou espirro e de contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas. Os sintomas são: febre e tosse podendo estar acompanhadas de dor de cabeça, dores musculares e nas articulações e dor de garganta.

Todos que apresentarem um desses sintomas acima não deverão freqüentar a escola e deverão consultar um serviço de saúde. Se o diagnóstico for síndrome gripal a pessoa deve permanecer em domicílio por sete dias após o início dos sintomas para evitar a transmissão do vírus para pessoas sadias.

As seguintes medidas de higiene devem ser tomadas e incentivadas para evitar o contágio:

  • Higienizar as mãos frequentemente com água e sabão ou com solução álcool-gel;
  • Evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies;
  • Não compartilhar copos e utensílios, sem que sejam previamente limpos;
  • Proteger com lenços (preferencialmente descartáveis a cada uso) a boca e nariz ao tossir ou espirrar;
  • Pessoas com síndrome gripal devem evitar entrar em contato com outras pessoas, devem evitar aglomerações e ambientes fechados e, se não for possível, usar máscaras cirúrgicas;
  • Manter ambientes ventilados, inclusive no transporte escolar;
  • Manter uma boa alimentação e hábitos saudáveis;
  • Manter os brinquedos limpos usando água e sabão para a higienização;
  • Se afastado da escola, não participar de atividades extraescolares que envolvam grupos sociais, permanecendo em repouso para a adequada recuperação e não transmissão da doença;
  • Não tomar medicamento sem indicação médica. A automedicação pode mascarar sintomas, retardar o diagnóstico e até causar resistência do vírus;
  • Todas as pessoas que apresentarem sintomas da gripe deverão procurar um serviço de saúde para avaliação e monitoramento
  • Para maiores informações: 160 ou www.campinas.sp.gov.br/saude

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