Autor: Marco Aurélio Capitão
Nesta sexta-feira, dia 13, para celebrar o 10º aniversário do Centro de Atenção Psicossocial Estação (CAPS III), o Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, promove o Encontro “Diálogos”. O evento, que acontece no Salão Vermelho da Prefeitura, a partir das 13h30, se propõe a discutir os avanços da reforma psiquiátrica brasileira e contará com convidados de instituições de saúde mental dos estados do Rio de Janeiro e Belo Horizonte. (confira a programação abaixo)
O CAPS Estação, inaugurado em abril de 2000, surgiu como consequência do fechamento de leitos hospitalares da antiga instituição psiquiátrica que funcionava no município. No ano seguinte, tornou-se o primeiro CAPS com funcionamento 24 horas da cidade, sendo, portanto, pioneiro na experimentação dessa nova forma de tratamento.
“Como aqueles pacientes que viviam internados há décadas voltaram a conviver com seus familiares ou nos serviços residenciais terapêuticos, as equipes se incumbiram de criar o Estação”, explica a psicóloga e psicanalista Patrícia Bichara, coordenadora do CAPS. Ela acrescenta que o Estação “tem a grande vantagem da territorialidade, isto é, situa-se próximo às residências dos usuários, conta com facilidade de articulação com a rede ampliada e oferece leito para atendimento às crises”.
Tipos de Caps. O Sistema Único de Saúde (SUS) prevê cinco modalidades de Centros de Atenção Psicossocial, variáveis conforme o número de habitantes da cidade. Os Caps do tipo I têm capacidade para assistir a população entre 20 mil e 70 mil habitantes. Os Caps do tipo II, por sua vez, atendem de 70 mil a 200 mil habitantes. Os do tipo III prestam assistência à população acima de 200 mil habitantes e funcionam por 24 horas. Os três tipos oferecem todo o tratamento para doenças mentais.
Também existem os chamados “Caps i” e “Caps ad”. No primeiro são desenvolvidas atividades diárias em saúde mental para crianças e adolescentes com transtornos mentais. O Caps ad presta assistência a pacientes adultos e crianças com transtornos decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas (drogas).
Atualmente, Campinas conta com os Caps David Capistrano e Integração, que são Caps-Dia. Os Caps Esperança, Novo Tempo, Estação e Antônio da Costa Santos funcionam 24 horas e oferecem 32 leitos para pacientes em situação de crise e já inseridos nos centros. A cidade também conta com um Caps para crianças, o Cevi. Um para dependentes de álcool e outras drogas, que é o Criad, e o Craisa, que recebe adolescentes usuários de droga e em situação de rua.
Nos últimos três anos, foram inaugurados quatro Caps na cidade e os 32 leitos. O município tornou-se uma das referências em todo o País na área de saúde mental. Fechou manicômios e inseriu as pessoas no meio social por meio de garantia de moradias e trabalho. Campinas conta, também, com dois núcleos de internação psiquiátrica, Nac e Nadeq, instalados no Serviço de Saúde Cândido Ferreira. Também possui um Núcleo Clínico que se responsabiliza por pacientes com comprometimento clínico e que estão há muito tempo internados no hospital.
Programação do Encontro
Mesa 1
13:30 - Abertura: Patrícia F. Bichara – Coordenadora do CAPS III Estação
13:40 - Mesa I
Coordenação: Telma Cristina Palmieri – Presidente do Conselho Diretor do Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira.
“Apoio Matricial: a co-responsabilização é necessária”.
Marco Aurélio Engel – Médico residente em Psiquiatria no CAPS III Estação.
Comentários: Paulo Bonilha – Médico pediatra e sanitarista, ex-diretor do Distrito de Saúde Norte de Campinas e ex-secretário de Saúde de Hortolândia, atualmente é médico do Centro e Saúde do Jardim Rosália.
“Centros de Convivência: a clínica do desassossego”.
Camila Cristina de Oliveira Rodrigues – Psicóloga do CAPS III Estação e do Centro de Convivência e Cultura Jardim Aurélia, especialista em saúde mental pela FCM/ UNICAMP.
Comentários: Elainy Singh de Almeida Veiga - Terapeuta Ocupacional do Centro de Saúde Jardim Aurélia e do Centro de Convivência e Cultura Jardim Aurélia.
“Subjetividade e demanda: qual paciente para o CAPS ?”
Flora Karina de Paula – Enfermeira do CAPS III Estação e do HC da UNICAMP, Psicanalista associada do Centro Lacaniano de Investigação da Ansiedade – CLIN-a.
Comentários: Eduardo Camargo Bueno – Apoiador municipal de Saúde Mental e psicanalista associado ao Centro Lacaniano de Investigação da Ansiedade – CLIN-a
Mesa II – 15h20
Coordenação – Emerson Elias Merhy – Professor aposentado da Unicamp, militante da reforma sanitária e psiquiátrica.
“As redes substitutivas de saúde mental são irreversíveis”.
Paula Cerqueira - Professora adjunta do Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da UFRJ, Coordenadora da Residência Multiprofissional de Saúde Mental do IPUB, Supervisora do CAPS Torquato Neto-SMS/RJ e Professora colaboradora da linha micropolítica do trabalho e o cuidado em saúde.
“Clínica e saúde mental”
Antonio Áureo Beneti – Psiquiatra, fundador do Centro Mineiro de Toxicomania – FHEMIG-MG, ex-diretor Clínico e ex-supervisor do Hospital-Dia do Instituto Raul Soares – FHEMIG-MG, Supervisor do Pai-PJ – Plano de Ação Integral a Pacientes Judiciários, supervisor dos CERSAMs da Prefeitura de Belo Horizonte , analista, Membro de Escola (AME) da Escola Brasileira de Psicanálise e Associação Mundial de Psicanálise, atual Presidente da Escola Brasileira de Psicanálise.
Inscrições poder ser feitas com Priscila, no telefone (19) 3758-8629 ou com Rita, no telefone (19) 3243-9531. As inscrições são gratuitas e as vagas são limitadas. Serão fornecidos certificados aos participantes. O CAPS Estação fica na Rua Francisco Gaspar da Silva, 180, Jardim Eulina. Contatos por telefones nos números (19) 3243-9531 e 3243-9537. E-mail: capsestacao@candido.org.br.