Campinas registra primeira morte por H1N1

10/08/2012

Autor: Marina Avancini

Campinas registrou a primeira morte por síndrome respiratória aguda grave causada por H1N1. A vítima é uma criança de 1 ano, que estava internada desde junho. A morte aconteceu em 8 de agosto e a confirmação de H1N1 em 28 de julho.

A criança, que nasceu prematura e tinha um histórico de problemas respiratórios, tomou as duas doses da vacina em 10 de maio e 12 de junho. Entretanto, de acordo com o médico infectologista da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), Rodrigo Angerami, a vacina passa a conferir algum nível de imunidade a partir de duas semanas. "Ela atinge o maior nível de proteção em um período entre quatro e seis semanas após a aplicação", afirma. Segundo o infectologista, neste caso não houve tem hábil para que a proteção atingisse o nível considerado ideal.

Angerami reforça a importância da vacinação, principalmente nos grupos considerados mais vulneráveis. Devem ser vacinadas as pessoas com mais de 60 anos, crianças maiores de seis meses e menores de dois anos, gestantes, trabalhadores da saúde e portadores de doenças crônicas.

Neste ano foram notificados 127 casos de síndrome respiratória aguda em pessoas moradoras de Campinas, sendo 14 confirmados para vírus da gripe H1N1, seis confirmados como outros subtipos do vírus da gripe, 73 descartados e 34 exames sendo analisados pelo Instituto Adolfo Lutz. Em julho, o vírus H3N2 causou a morte de um homem de 68 anos, portador de várias doenças crônicas.

A vacina

A vacina contra a gripe continua disponível nos 63 centros de saúde da cidade. A prevenção é trivalente e imuniza contra os vírus A (H1N1 e H3N2) e B.

A vacinação contra a gripe é segura, eficaz, não transmite o vírus e é um dos meios de proteger este grupo prioritário contra complicações causadas pelo vírus, como pneumonias e sinusites. Ela ainda diminui as internações hospitalares, além de reduzir a transmissão e, consequentemente, a ocorrência de surtos.

Cuidados

O infectologista ressalta a importância do tratamento precoce. "É essencial que a procura por atendimento médico ocorra precocemente na ocorrência de gripe em grupos mais vulneráveis. O tratamento precoce pode evitar complicações", diz. O sintoma principal é a febre, principalmente se acompanhada de tosse e/ou dor de garganta. "Sinais de complicação incluem, por exemplo, falta de ar, dor torácica e prostração", explica.

O médico sanitarista André Ribas Freitas afirma que os três tipos de vírus da gripe podem causar doença grave. "Além da vacina para os grupos de risco, é importante ter cuidados básicos de higiene, como lavar as mãos quando estiver em locais públicos e, ao chegar em casa, evitar contato das mãos com a boca e o nariz, deixar os ambientes ventilados e evitar aglomerações", afirma.

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