Campinas participa de reunião que avalia situação da dengue no Sudeste

23/09/2005

A Prefeitura de Campinas, por intermédio da Secretaria de Saúde, está participando nesta quinta-feira, 22 de setembro, no Rio de Janeiro, da reunião de avaliação da macro-região sudeste das ações de controle da dengue. A cidade está sendo representada pelo médico sanitarista André Ricardo Ribas de Freitas, da Vigilância em Saúde do município.

A reunião tem por objetivo detalhar as atividades desenvolvidas para a redução dos casos de dengue em todo o país, mais especificamente no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.

No evento, que conta com a presença do ministro da Saúde, Saraiva Felipe, será defendida também a realização de ações conjuntas de mobilização de agentes públicos e da população, com o objetivo de reduzir a ocorrência de surtos da doença no próximo verão.

De acordo com Freitas, o combate à dengue tem de ser um processo contínuo e repetitivo. "Basta as autoridades ou a população descuidar com os métodos de controle do mosquito e a dengue volta a ser um problema de saúde", afirma o médico sanitarista.

Campinas enfrenta surtos epidêmicos de dengue há nove anos consecutivos, sendo que o maior número de casos - 1,4 mil casos -, foi registrado em 2002. Em 2003, houve 450 confirmações e, no ano passado, 24. Este ano, foram registrados 109 casos, sendo que as áreas do Jardim Rosália, na região Norte, e do São Domingos, na região Sul, registraram o maior número de ocorrências.

No município, segundo Freitas, o controle da dengue é desenvolvido a partir de dois parâmetros: número de casos confirmados e infestação pelo Aedes aegypti. O médico sanitarista conta que, nas ações em campo, os agentes e profissionais da Saúde notam que há, por parte da população, uma falta de cuidado com objetos que são largados no quintal e podem acumular água, tornando-se criadouros do mosquito. 

Também são comuns latas e garrafas guardadas de forma inadequada para fins de reciclagem e que, com a água da chuva, acabam se transformando em ambiente propício para reprodução do mosquito. "Sem o mosquito não existe a dengue e, como a doença não tem vacina, um dos instrumentos que a gente usa é o controle do Aedes", explica Freitas.

No Brasil, a partir de 1994, houve uma notável e não contida expansão da dengue para novas áreas, sendo o período mais crítico o ano de 2002, quando houve o registro de mais de 794 mil casos em cerca de 3,6 mil municípios brasileiros infestados pelo Aedes aegypti.

Na região sudeste, de janeiro a julho deste ano, o número de casos de dengue apresentou uma redução de 7,5% em comparação com o mesmo período de 2004, mas observa-se uma tendência de aumento, sobretudo impulsionada pelo verão.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, há situações epidemiológicas mais graves que a do Brasil, em que a dengue passou a ter tal incidência que a doença se constitui numa das principais causas de mortalidade infantil. É o que ocorre, por exemplo, na Malásia e Tailândia. A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 80 milhões de pessoas se infectem anualmente em cem países, de todos os continentes, com exceção da Europa. Deste total, cerca de 550 mil necessitam de hospitalização e pelo menos 20 mil morrem da doença.

Os sintomas da dengue são febre e dores de cabeça, no corpo e atrás dos olhos. O doente pode apresentar também dor nas juntas e manchas vermelhas na pele.

Cláudia Xavier - jornalista do Decom
Especial para o portal da Saúde

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