Saúde promove Operação Finados de combate à dengue no cemitério

27/10/2004

Talita El Kadri

Equipes do Centro de Saúde (CS) Santa Odila e do Distrito de Saúde Sul iniciam na próxima sexta-feira, dia 29 de outubro, a Operação Finados, de combate à dengue no cemitério da Saudade. Localizado na Região Sul de Campinas, o cemitério possui mais de 40 mil vasos e floreiras nos jazigos. Estes recipientes são potenciais criadouros do mosquito transmissor da dengue porque podem acumular água.

O trabalho será feito em duas etapas, a primeira é educativa e consiste na conscientização das pessoas. A segunda inclui intervenções das equipes de saúde, que vão limpar vasos e floreiras e fazer furos nos recipientes que não possuírem vazão para escoamento da água.

De acordo com o agente de saúde do CS Santa Odila, Celso Herculano da Silva, sete profissionais da unidade vão orientar visitantes e pessoas que atuam na limpeza e manutenção dos túmulos sobre a importância de manter os vasos e floreiras sem água. "Vamos informar sobre a necessidade de perfurar os recipientes e mantê-los sem a adição de areia, que vedam os furos para drenagem de água. Ao acumular água, os vasos e floreiras tornam-se potenciais criadouros e oferecem condição para proliferação de mosquitos", diz.

Segundo ele, as atividades serão desenvolvidas em barracas que terão kits sobre as fases de desenvolvimento do Aedes aegypti, mosquito que transmite o vírus da dengue, e modelos de vasos perfurados por funcionários da Secretaria de Saúde. Os agentes de saúde vão distribuir panfletos educativos e orientar sobre a doença, o mosquito transmissor e as formas de prevenção.

A segunda ação terá início a partir da segunda semana de novembro, quando cerca de 15 profissionais do Distrito de Saúde Sul vão retomar o trabalho de inviabilização de criadouros do Aedes aegypti situados dentro do Cemitério da Saudade, por meio da remoção de resíduos dos vasos e floreiras e perfuração dos recipientes.

Segundo o engenheiro ambiental da Vigilância em Saúde (Visa) Sul, Márcio Lobo, em Campinas, nos anos de 2001 e 2002, a Prefeitura perfurou aproximadamente 100 mil vasos para impedir o acúmulo de água. "No entanto, anualmente é preciso fazer um trabalho de manutenção, já que alguns recipientes voltam a acumular água devido a concentração de sujeira ou porque os visitantes tapam os buracos com massa ou areia", afirma.

O engenheiro ambiental da Visa informou que além dos milhares de vasos existentes no cemitério da Saudade, há, ainda, outros aspectos que tornam o espaço um local de risco para a transmissão da dengue.

"O cemitério está numa área urbanizada e com vários outros pontos de risco nas imediações. São estabelecimentos que, pela natureza de sua atividade, oferecem condições propícias para a proliferação de mosquito, como sucateiros, ferros-velhos, borracharias entre outros". Márcio afirma que o cemitério recebe pessoas de todas as regiões da cidade e, caso alguém seja infectado pela doença, também existe o risco de levar a dengue para outros locais.

Os sintomas da dengue são febre, dor de cabeça e no corpo e fraqueza. Também podem surgir manchas pelo corpo. Ao apresentar algum destes sinais, a pessoa deve procurar rapidamente o Centro de Saúde.

Volta ao índice de notícias