Talita El Kadri
Equipes do
Centro de Saúde (CS) Santa Odila e do Distrito de Saúde Sul
iniciam na próxima sexta-feira, dia 29 de outubro, a Operação
Finados, de combate à dengue no cemitério da Saudade.
Localizado na Região Sul de Campinas, o cemitério possui
mais de 40 mil vasos e floreiras nos jazigos. Estes
recipientes são potenciais criadouros do mosquito transmissor
da dengue porque podem acumular água.
O trabalho
será feito em duas etapas, a primeira é educativa e consiste
na conscientização das pessoas. A segunda inclui intervenções
das equipes de saúde, que vão limpar vasos e floreiras e
fazer furos nos recipientes que não possuírem vazão para
escoamento da água.
De acordo com
o agente de saúde do CS Santa Odila, Celso Herculano da
Silva, sete profissionais da unidade vão orientar visitantes
e pessoas que atuam na limpeza e manutenção dos túmulos
sobre a importância de manter os vasos e floreiras sem água.
"Vamos informar sobre a necessidade de perfurar os
recipientes e mantê-los sem a adição de areia, que vedam os
furos para drenagem de água. Ao acumular água, os vasos e
floreiras tornam-se potenciais criadouros e oferecem condição
para proliferação de mosquitos", diz.
Segundo ele,
as atividades serão desenvolvidas em barracas que terão kits
sobre as fases de desenvolvimento do Aedes aegypti, mosquito
que transmite o vírus da dengue, e modelos de vasos
perfurados por funcionários da Secretaria de Saúde. Os
agentes de saúde vão distribuir panfletos educativos e
orientar sobre a doença, o mosquito transmissor e as formas
de prevenção.
A segunda ação
terá início a partir da segunda semana de novembro, quando
cerca de 15 profissionais do Distrito de Saúde Sul vão
retomar o trabalho de inviabilização de criadouros do Aedes
aegypti situados dentro do Cemitério da Saudade, por meio
da remoção de resíduos dos vasos e floreiras e perfuração
dos recipientes.
Segundo o
engenheiro ambiental da Vigilância em Saúde (Visa) Sul, Márcio
Lobo, em Campinas, nos anos de 2001 e 2002, a Prefeitura
perfurou aproximadamente 100 mil vasos para impedir o acúmulo
de água. "No entanto, anualmente é preciso fazer um
trabalho de manutenção, já que alguns recipientes voltam a
acumular água devido a concentração de sujeira ou porque os
visitantes tapam os buracos com massa ou areia", afirma.
O engenheiro
ambiental da Visa informou que além dos milhares de vasos
existentes no cemitério da Saudade, há, ainda, outros
aspectos que tornam o espaço um local de risco para a
transmissão da dengue.
"O cemitério
está numa área urbanizada e com vários outros pontos de
risco nas imediações. São estabelecimentos que, pela
natureza de sua atividade, oferecem condições propícias
para a proliferação de mosquito, como sucateiros,
ferros-velhos, borracharias entre outros". Márcio afirma
que o cemitério recebe pessoas de todas as regiões da cidade
e, caso alguém seja infectado pela doença, também existe o
risco de levar a dengue para outros locais.
Os sintomas
da dengue são febre, dor de cabeça e no corpo e fraqueza.
Também podem surgir manchas pelo corpo. Ao apresentar algum
destes sinais, a pessoa deve procurar rapidamente o Centro de
Saúde.