Nesta categoria encaixa-se o personagem
Claudio (Thomas Trabacchi), um executivo gay
bem-sucedido e com um relacionamento estável. Sua
preocupação com a enfermidade não exige mais que o
coquetel de medicamentos diário e um check-up mensal no
hospital. O relativo bem-estar permite, inclusive, que
ele se apaixone por um jovem garçon e dê uma reviravolta
em sua vida.
Mais informações à Imprensa: (19) 8115 –
4856, 3236 – 3711 ou 3234 500, com Eli Fernandes
PROGRAMAÇÃO CINEMA MOSTRA AIDS CAMPINAS
Dia 04/10 (quarta-feira)
15h – AS HORAS
19h - DIAS
Dia 05/10 (quinta-feira)
15h – FILADELFIA
19h – O PRAZO FINAL
Dia 06/10 (sexta-feira)
15h - TUDO SOBRE MINHA MÃE
Dia 09/10 (Segunda-feira)
15h – WA N´WINA
19h – TRAINSPOTTING: SEM LIMITES
Dia 10/10 (terça-feira)
19h – ANTES DO ANOITECER
Dia 11/10 (Quarta-feira)
15h – HOUSE OF LOVE
O OUTRO LADO DA AIDS
19h - A FAMILIA DE FELIX
FILMES: CINEMA MOSTRA AIDS CAMPINAS – Até
11/10 – exceto final de semana
AS HORAS
(The Hours )
EUA, 2002, 116min.
Direção: Stephen Daldry
No personagem de Ed Harris, um escritor
soropositivo, angustiado e à beira da morte, está uma
das representações mais perturbadoras da aids no cinema
recente. A dor da tragédia é dividida com sua ex-amante
(Meryl Streep), num momento em que esta organiza uma
festa para homenageá-lo. A reação perante a doença é
simbólica de um período e de uma personalidade que,
antes de procurar conviver com o vírus, caminha para o
desespero e a entrega. O episódio no filme de Stephen
Daldry ( Billy Elliot) é uma adaptação para os
dias atuais do romance Mrs Dalloway, de Virginia
Woolf, e se soma a mais duas histórias --- uma sobre a
vida da escritora inglesa (interpretada por Nicole
Kidman) e outra de uma dona de casa em crise (Julianne
Moore).
DIAS
( Giorni)
Itália, 2001, 90min
Direção: Laura Muscardin
A fita italiana pertence a um terceiro
movimento na representação da aids pelo cinema. Depois
dos filmes sobre os primeiros casos da doença, os dramas
dos soropositivos e dos títulos engajados na
conscientização e no sexo seguro, esta produção é uma
das poucas a enfocar a convivência possível com o vírus
HIV. Nesta categoria encaixa-se o personagem Claudio
(Thomas Trabacchi), um executivo gay bem-sucedido e com
um relacionamento estável. Sua preocupação com a
enfermidade não exige mais que o coquetel de
medicamentos diário e um check-up mensal no hospital. O
relativo bem-estar permite, inclusive, que ele se
apaixone por um jovem garçon e dê uma reviravolta em sua
vida.
FILADÉLFIA
( Philadelphia) )
EUA, 1993, 125min
Diretor: Jonathan Demme
Em tom melodramático e pisando em ovos,
Hollywood encontrou seu jeito para abordar até então um
tema no mínimo indigesto para a indústria do cinema. E
como, ainda por cima, atrair o grande público
reconhecidamente conservador? A saída foi chamar um ator
que é uma espécie de namoradinho da América e abusar da
emoção. Tom Hanks, vencedor do Oscar pelo papel,
certamente dá dignidade ao advogado vítima da Aids que
processa sua firma por suposto preconceito. Acredita que
tenha sido demitido por ser portador do vírus. Consegue
cooptar um colega de menor calibre para defendê-lo
(Denzel Washington), que vem carregado de preconceitos,
medos etc e terá de testar seus próprios limites. Com
tantas justificativas, recalques e temores, o filme
termina por cair num novelão desbragado e hoje deve ser
debatido como referência ou não na representação da
doença pelo cinema. À época, pelo menos, as entidades
gays se incomodaram e muito com alguns preconceitos
perpetrados pelo diretor Jonathan Demme.
O PRAZO FINAL
(The 24th Day)
EUA, 2004, 97min
Direção: Tony Piccirillo
Produção independente americana que adota
uma fisionomia inesperada para o tema Aids. O thriller
de suspense consagrado em Hollywood embala aqui o
encontro entre o metrossexual Tom (Scott Speedman) e o
aspirante a cineasta Dan (James Marsden). O primeiro
leva o novo conhecido para seu apartamento e lá
confidencia o relacionamento no passado com um gay
soropositivo que o infectou. Tom acredita que Dan foi
esse parceiro. Aprisiona-o, então, e munido de uma
amostra do sangue da vítima ameaça: se o resultado do
teste for positivo, ele morre.
TUDO SOBRE MINHA MÃE
(Todo sobre Mi Madre)
Espanha/França, 1999, 105min
Direção: Pedro Almodóvar
Em Madri, Manuela (Cecilia Roth) perde o
filho precocemente e parte para Barcelona a fim de
encontrar o pai do garoto vinte anos depois, agora um
travesti chamado Lola. A sua viagem é também um rito de
passagem para um novo e desconhecido mundo, do qual faz
parte, por exemplo, Irmã Rosa (Penélope Cruz), uma
freira grávida e portadora do vírus HIV. Bem ao seu
estilo irreverente e com uma carga melodramática
peculiar, o cineasta espanhol Pedro Almodóvar confronta
o espectador com o tema da aids sem fazer da doença um
foco de especial atenção em seu cinema. É a personagem,
digamos, complexa da religiosa que dará a Manuela uma
esperança de reiniciar sua vida e à história um sentido
de renascimento.
WA N'WINA
(Wan'wina)
África do Sul, 2001, 52min
Diretor: Dumisani Phakathi
O jovem diretor sul-africano retorna a
seu bairro natal, em Soweto, para colher depoimentos de
amigos de infância. O objetivo: saber como a Aids afetou
o cotidiano deles. As conversas giram em torno de
relacionamentos, tradições, tabus, amor e sexo. Entre os
colegas estão Phumla e Timothy, que expõem suas emoções
ao relatar a dureza das ruas e as escolhas que foram
forçados a fazer. Com a câmera no ombro e incisivo nas
perguntas, Phakathi faz um mergulho em suas raízes para
revelar o abismo existente entre a realidade e as
campanhas de prevenção contra a doença em seu país.
TRAINSPOTTING: SEM LIMITES
(Trainspotting)
Inglaterra, 1996, 94 min
Direção: Dany Boyle
Inspirado no best-seller de Irvine Welsh,
o diretor Danny Boyle realizou mais um polêmico retrato
da juventude sem rumo. Sem enaltecer nem condenar o
comportamento dos protagonistas, focaliza um bando de
escoceses viciados em heroína. Essa comédia barra pesada
caiu nas graças da imprensa inglesa, recebeu aplausos no
Festival de Cannes e obteve sucesso de público. Por
outro lado, em nome da moral e dos bons costumes, houve
tentativas de proibi-la em diversos países. O narrador
Mark (Ewan McGregor), e seus colegas Spud (Ewen
Bremner), Sick Boy (Johnny Lee Miller), Begbie (Robert
Carlyle) e Tommy (McKidd) levam a vida "vendo o trem
passar", como sugere a gíria britânica do título. Ou
seja, não estão nem aí para trabalho, escola ou família.
Na Edimburgo dos dias de hoje, eles vivem a beira de
perigos como a overdose ou a aids. Mas no desfecho, nem
todos se dão mal.
ANTES DO ANOITECER
(Before Night Falls)
EUA, 2000, 125 min
Diretor: Julian Schnabel
O foco desse drama biográfico é antes de
tudo o amor e a rebeldia --- na política, no sexo, na
vida--- que a Aids consome num epílogo melancólico. O
herói desregrado em questão é o escritor cubano Reinaldo
Arenas (1943-1990), jovem homossexual de origem pobre
que divide seu tempo entre os prazeres idílicos da ilha,
a literatura, os parceiros e a boa disposição para o
engajamento político. Chega a se unir aos
revolucionários para levar Fidel Castro ao poder. Mas
quando este chega lá, mostra pouca ou nenhuma simpatia
por algumas categorias, gays e artistas incluídos.
Arenas pena sete anos na prisão e por fim migra para
Nova York, onde adoece e morre. O diretor Julian
Schnabel, para usar uma expressão apropriada a sua face
de pintor, por vezes carrega nas tintas. Mas o
realizador conta com uma interpretação forte e cativante
de Javier Bardem, como Arenas, especialmente na passagem
da prisão, quando também Johnny Depp marca presença no
papel do travesti Bon Bon.
HOUSE OF LOVE
(House of Love)
EUA/Namíbia, 2001, 26min
Direção: Cecil Moller
O curta-metragem integra a série
documental de 33 títulos Steps for the Future, uma
espécie de mapeamento da Aids no sul da África, hoje a
região com maior incidência de soropositivos no mundo.
Outro título do pacote, Wa 'N Wina, filmado na África do
Sul, está previsto na seleção do ciclo Cinema Mostra
Aids. No caso, o cenário é o pequeno porto Walvis Bay,
na Namíbia, e as personagens as prostitutas locais. Elas
dependem das rápidas visitas dos marinheiros para
sobreviver e contam ao diretor Cecil Moller os motivos
que as levaram ao trabalho. Falam ainda de amor, sexo,
pecado e uma noção muito pessoal de redenção, enquanto o
fantasma da Aids ronda seu cotidiano.
O OUTRO LADO DA AIDS
(The Other Side of Aids)
EUA, 2004, 87 min
Diretor: Robin Scovill
A premissa deste documentário é no mínimo
controversa e fez alarde nos festivais em que foi
exibido. O diretor Robin Scovill explora a teoria de que
o vírus HIV não é o agente causador da Aids. Como
argumento inicial, ele traz o exemplo da mulher
Christine Maggiore, soropositiva que se mantém saudável
desde 1992 sem tomar medicamentos. Cita, inclusive, que
os dois filhos do casal, amamentados pela mãe, também
não foram medicados e mantêm-se imunes à doença. A fita,
então, busca depoimentos semelhantes de mais dez adultos
infectados, alguns sob efeito dos coquetéis, outros não.
Comparecem também casos de crianças que tornaram-se alvo
de disputas de pais soropositivos e a Justiça, o que
envolve a polêmica se elas devem ser tratadas
antecipadamente ou não. São ouvidos ainda especialistas,
médicos e políticos responsáveis pelas ações
governamentais. Até a banda Foo Fighters, responsável
pela trilha sonora, tem sua vez como promotora de
informações alternativas sobre a Aids.
A FAMÍLIA DE FELIX
(Drôle de Félix )
França, 2000, 95min
Direção: Olivier Ducastel e Jacques
Martineau
Outro exemplo, assim como Dias, de
um olhar renovado sobre a Aids. Aqui, a doença deixa de
ser o fator dramático impulsionador da trama, embora
conte nas atribuições dadas ao protagonista. O jovem
Félix (Sami Bouajila), filho de imigrantes árabes na
França, integra a geração de soropositivos que sobrevive
com a ajuda dos coquetéis. Depois de perder o emprego,
ele abandona o namorado e parte numa viagem pelo
interior do país atrás do pai que nunca conheceu. No
caminho, diverte-se, encontra novos parceiros e
personagens que coincidem com seu desejo de
reestruturação familiar.
Realização:
Grupo Pela Vidda/SP
Museu da Imagem e do Som
Programa Municipal de DST/Aids
de Campinas
Prefeitura de Campinas
Programa Estadual de DST/Aids