A Secretaria de
Saúde de Campinas, por meio da Coordenadoria de
Vigilância em Saúde (Covisa), apresentou nesta
terça-feira, 10 de outubro, para gestores e técnicos da
pasta as propostas para intensificação das ações de
controle da dengue para o final de 2006 e 2007.
Na reunião, a
Covisa apresentou a situação da doença no município, no
Estado e País, enfocou a possibilidade de um cenário não
muito favorável para o próximo período e discutiu com as
equipes as medidas para intensificar a ofensiva contra o
Aedes aegypti.
“O aumento da
ocorrência de dengue em regiões localizadas verificadas
em 2005 e 2006 e a continuidade da transmissão em
Campinas, em municípios vizinhos e em outras regiões do
Estado e do País aponta para o risco de novos surtos
epidêmicos. Por isso, o objetivo da Secretaria de Saúde,
com estas medidas, é aperfeiçoar e fortalecer ainda mais
o combate à doença”, afirmou a enfermeira sanitarista
Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica
da Covisa.
Segundo Brigina, as
propostas da Secretaria incorporam ações a serem
implementadas pela própria Secretaria e ações
intersetoriais. A estratégia inclui medidas relativas à
vigilância epidemiológica; controle do vetor;
assistência aos pacientes; ações de educação em saúde,
comunicação e mobilização social; capacitação de
recursos humanos; e acompanhamento e avaliação. “A
integração das ações de controle da dengue na atenção
básica também será reavaliada”, disse Brigina.
Segundo a equipe
técnica da Covisa, o mosquito transmissor da dengue, o
Aedes aegypti, encontrou no mundo moderno condições
favoráveis para sua rápida expansão. Nesse cenário e na
ausência de armas eficazes - como uma vacina -, há um
consenso técnico internacional de que não é factível a
erradicação do mosquito.
“No entanto é
possível que mantenhamos um processo de constante
aperfeiçoamento do programa de combate à dengue com o
objetivo de minimizar a ocorrência de epidemias e,
principalmente, de garantir assistência adequada e
acompanhamento das formas graves, como a febre
hemorrágica da dengue. É com este objetivo que Campinas
apresentou estas propostas”, disse Brigina. A estratégia
deve ser aprovada na próxima reunião a ser realizada na
terça-feira, 19.
Epidemiologia
A dengue é um dos
principais problemas de saúde pública no mundo. A
Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que,
anualmente, 80 milhões de pessoas sejam infectadas em
100 países de todos os continentes, exceto a Europa. Do
total, cerca de 550 mil necessitam de hospitalização e
20 mil morrem em conseqüência da doença.
Em Campinas, em
2006, foram confirmados 463 casos de dengue, sendo 348
autóctones – quando a pessoa é infectada no município
onde mora. Neste período, houve um óbito por dengue com
complicações.
O município
registra transmissão do vírus da dengue há dez anos
consecutivos, com picos epidêmicos em 1998, 2001 e 2002,
sendo que o maior número de casos – 1,4 mil casos - foi
registrado em 2002. Em 2003, houve 450 confirmações; em
2004, 24; e, em 2005, 115.
Os exames
laboratoriais mostram, no município, a circulação do
vírus da dengue dos tipos 1, 2 e 3 nestes anos de
epidemia, sendo que em 2000 houve um óbito de dengue
hemorrágico; na epidemia de 2002 ocorreram 9 casos de
dengue hemorrágico, sem óbitos; e, em 2003, três casos
de dengue hemorrágico, um deles importado.
Denize Assis