A
Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria de Saúde,
vai intensificar a ofensiva contra a febre maculosa a
partir desta semana. Desde a última quinta-feira, 18 de
outubro, está em curso nas cinco de regiões de
abrangência do município uma nova metodologia que
permite mapear áreas de risco de transmissão desta
doença através da notificação do parasitismo humano,
mapeamento de áreas de infestação de carrapato do gênero
Amblyomma (vetor da febre maculosa) e de áreas
com casos confirmados.
A
sobreposição destas diferentes informações permite
conhecer melhor em todo município áreas de infestação,
indicando prioridades para que as equipes da Secretaria
de Saúde possam desencadear ações de controle e
minimizar os riscos. “Até então, a Secretaria de Saúde
trabalhava a partir de casos suspeitos notificados. Este
projeto permite agregar novos conhecimentos, indicando
áreas a partir do parasitismo humano e da infestação
ambiental, o que torna nosso trabalho mais eficaz”,
afirma a enfermeira sanitarista Brigina Kemp,
coordenadora da Vigilância Epidemiológica da
Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental (Covisa).
A
sanitarista informa que o novo projeto vem sendo
elaborado desde o final de 2005 e envolve uma grande
organização logística, inclusive com o município
assumindo funções que antes eram somente de atribuição
da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen),
como a pesquisa sobre a infestação do carrapato –
pesquisa acarológica.
De acordo
com o Brigina, os Centros de Saúde vão ser capacitados
para notificar casos de parasitismo humano, ou seja: de
pessoas parasitadas pelo carrapato. Esta estratégia -
que vai demandar um trabalho conjunto entre unidades
básicas de saúde, Vigilâncias em Saúde (Visas) e Centro
de Controle de Zoonoses (CCZ) - será uma das formas de
mapear áreas de infestação.
Numa outra
frente de trabalho, as equipes das Visas, em parceria
com a Sucen, vão até o campo para avaliação do local e,
se necessário, vão levantar a infestação e investigar a
espécie de carrapato. “Nosso foco será o carrapato do
gênero Amblyomma”, diz Brigina. As informações sobre
estas áreas também serão registradas em relatório para a
Covisa.
As equipes
das Visas vão ser capacitadas por técnicos da Sucen para
este trabalho de campo e os profissionais vão atuar com
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) próprios para
esta ação.
De acordo
com o secretário de Saúde de Campinas, José Francisco
Kerr saraiva, esse mapeamento permitirá às autoridades
do município identificar e investigar os locais
prováveis de risco de infecção e se antecipar aos casos.
“A Prefeitura, por meio de Secretaria de Saúde e num
trabalho intersetorial com outras secretarias, vai
monitorar as áreas, desencadear ações de controle e
intervenção ambiental. A população também será orientada
sobre a importância de evitar as áreas infestadas e não
deixar seus animais adentrá-las. Também vamos cobrar a
iniciativa privada e outros proprietários para fazer sua
parte”, disse Saraiva.
Ocorrências.
A
Secretaria de Saúde também informou nesta sexta-feira,
20 de outubro, que mais dois casos de febre maculosa
foram confirmados em Campinas. Os dois são da região
leste, em áreas nas proximidades da divisa com
Jaguariúna. As duas ocorrências, em pessoas do sexo
masculino com idades de 68 anos e 18 anos, não têm
vínculo epidemiológico, isto é não estão relacionadas.
As pessoas foram tratadas e estão bem, em casa.
Com isto,
são oito os casos de febre maculosa confirmados desde
janeiro de 2006 em Campinas. Deste total, quatro pessoas
morreram. Em 2004, foram confirmados nove casos e, em
2005, sete. Não houve óbitos em 2004 e 2005.
Denize
Assis