A
Prefeitura de Campinas mobilizou na tarde desta
segunda-feira, 30 de outubro, coordenadores e
técnicos de setores das Secretarias Municipais de
Educação, Saúde, Infra-Estrutura, do Departamento de
Comunicação, além de representantes da Sanasa,
Defesa Civil e da Câmara Municipal para reunião com
o objetivo de integrar o trabalho de enfrentamento
da dengue às ações do Prefeitura em Ação.
O
Prefeitura de Ação promove, durante quatro dias no
mês, serviços essenciais e urgentes em uma área
apontada pela Administração como prioritária. São
ações como tapa-buraco, recolhimento de resíduos de
ruas e avenidas, esgotamento de fossas, limpeza de
bocas-de-lobo, desobstrução de ramais de galerias de
águas pluviais, capina e corte de grama em escolas,
poda de árvores e outros serviços como construção de
lombadas, pinturas de guias, melhorias da rede de
esgoto etc.
Com a
execução destes serviços, a expectativa da
Administração é que problemas que se acentuam com a
chegada do período de calor e chuvas, como
inundações e risco de doenças, sejam minimizados.
A
idéia é que, a partir de agora, com a participação
da Secretaria de Saúde, o trabalho contemple também
locais de maior risco de ocorrência dengue – que são
áreas infestadas pelo mosquito, locais com registro
de casos e com concentração de pontos de risco como
ferros-velhos, borracharias, comunidades com
concentração de catadores.
Na
reunião, ficou acertado que na próxima etapa do
Prefeitura em Ação, nos dias 9, 10, 11 e 12 de
outubro, na área do Ouro Verde, região sudoeste, o
trabalho vai contar com as equipes da Saúde,
Educação, Defesa Civil e Cultura, que vão atuar nos
locais apontados pelos técnicos das respectivas
pastas como importantes para a prevenção dos
problemas.
Na
prática, os servidores da Saúde vão atuar nos pontos
de risco, telar caixas d´água e promover trabalhos
educativos e de remoção de criadouros nas escolas
apontadas pela Secretaria de Educação. A Secretaria
de Cultura vai realizar manutenção em piscinas e
praças de esportes. Também será realizada atividade
educativa com catadores, inclusive com distribuição
de ‘bags’ – sacolões de raf para guardar materiais.
Um grande arrastão para remoção de criadouros do
mosquito da dengue será realizado no dia 11.
Para
esta etapa, a Administração vai mobilizar mais de
200 servidores de todas as secretarias envolvidas.
Também serão disponibilizadas mais de 100 máquinas e
caminhões.
Para
comunicar a população sobre as atividades, a
Prefeitura vai utilizar carros de som e distribuir
filipetas de casa em casa nos bairros a serem
trabalhados. As escolas vão comunicar as famílias
por meio de bilhetes enviados aos pais.
Segundo a Secretaria de Saúde um dos pontos a serem
trabalhados vai ser a área de abrangência do Centro
de Saúde Aeroporto, que apresenta grande infestação
do mosquito da dengue, tem transmissão da doença e é
passível de inundação.
Depois
da área do Ouro Verde, a próxima a receber o
Prefeitura em Ação será a região norte, nos bairros
na abrangência do São Marcos, Santa Mônica,
Anchieta, Eulina, Santa Bárbara entre outros. A ação
está prevista para início de dezembro em dias ainda
a serem definidos.
Saiba
sobre a dengue.
A
dengue é um dos principais problemas de saúde
pública no mundo. A Organização Mundial de Saúde
(OMS) estima que, anualmente, 80 milhões de pessoas
sejam infectadas em 100 países de todos os
continentes, exceto a Europa. Do total, cerca de 550
mil necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em
conseqüência da doença.
Atualmente, no Brasil vários Estados enfrentam
epidemia de dengue entre os quais Goiás, Ceará, Mato
Grosso do Sul, Rondônia e São Paulo. No Estado de
São Paulo, municípios como Araçatuba, Catanduva,
Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José do Rio
Preto, Hortolândia, Sumaré e Campinas, além do
município de São Paulo enfrentam surtos epidêmicos.
Em São
José do Rio Preto já foram registrados 12.343 casos.
Ribeirão tem mais de 3.700 ocorrências e Araçatuba e
Catanduva, 2.354 e 2.551 respectivamente. Campinas
registrou este ano 746 casos e é um dos municípios
com a menor incidência (número de casos por 100 mil
habitantes) da doença no interior, com 70,4/100 mil.
Segundo técnicos da Secretaria de Saúde de Campinas,
o mosquito da dengue, o Aedes aegypti,
encontrou no mundo moderno condições favoráveis para
se proliferar, proporcionadas pela urbanização
acelerada e mudanças climáticas, além da intensa
utilização de recipientes descartáveis e de plástico
e de vidro, excelentes criadouros.
“Nesse
cenário, e na ausência de armas eficazes, como uma
vacina, há um consenso técnico de que não é factível
a erradicação do mosquito. No entanto, é possível
manter um processo constante de combate à dengue de
maneira a minimizar a ocorrência de epidemias e,
principalmente, as formas graves. Os resultados das
ações de Campinas são bons e estão sendo melhorados,
como acontece agora com a inserção dos trabalhos no
Prefeitura em Ação”, diz o secretário de Saúde de
Campinas, José Francisco Kerr Saraiva.
Denize
Assis