Prefeitura em Ação intensifica ofensiva contra a dengue em Campinas

30/10/2006

A Prefeitura de Campinas mobilizou na tarde desta segunda-feira, 30 de outubro, coordenadores e técnicos de setores das Secretarias Municipais de Educação, Saúde, Infra-Estrutura, do Departamento de Comunicação, além de representantes da Sanasa, Defesa Civil e da Câmara Municipal para reunião com o objetivo de integrar o trabalho de enfrentamento da dengue às ações do Prefeitura em Ação.

O Prefeitura de Ação promove, durante quatro dias no mês, serviços essenciais e urgentes em uma área apontada pela Administração como prioritária. São ações como tapa-buraco, recolhimento de resíduos de ruas e avenidas, esgotamento de fossas, limpeza de bocas-de-lobo, desobstrução de ramais de galerias de águas pluviais, capina e corte de grama em escolas, poda de árvores e outros serviços como construção de lombadas, pinturas de guias, melhorias da rede de esgoto etc.

Com a execução destes serviços, a expectativa da Administração é que problemas que se acentuam com a chegada do período de calor e chuvas, como inundações e risco de doenças, sejam minimizados.

A idéia é que, a partir de agora, com a participação da Secretaria de Saúde, o trabalho contemple também locais de maior risco de ocorrência dengue – que são áreas infestadas pelo mosquito, locais com registro de casos e com concentração de pontos de risco como ferros-velhos, borracharias, comunidades com concentração de catadores.

Na reunião, ficou acertado que na próxima etapa do Prefeitura em Ação, nos dias 9, 10, 11 e 12 de outubro, na área do Ouro Verde, região sudoeste, o trabalho vai contar com as equipes da Saúde, Educação, Defesa Civil e Cultura, que vão atuar nos locais apontados pelos técnicos das respectivas pastas como importantes para a prevenção dos problemas.

Na prática, os servidores da Saúde vão atuar nos pontos de risco, telar caixas d´água e promover trabalhos educativos e de remoção de criadouros nas escolas apontadas pela Secretaria de Educação. A Secretaria de Cultura vai realizar manutenção em piscinas e praças de esportes. Também será realizada atividade educativa com catadores, inclusive com distribuição de ‘bags’ – sacolões de raf para guardar materiais. Um grande arrastão para remoção de criadouros do mosquito da dengue será realizado no dia 11.

Para esta etapa, a Administração vai mobilizar mais de 200 servidores de todas as secretarias envolvidas. Também serão disponibilizadas mais de 100 máquinas e caminhões.

Para comunicar a população sobre as atividades, a Prefeitura vai utilizar carros de som e distribuir filipetas de casa em casa nos bairros a serem trabalhados. As escolas vão comunicar as famílias por meio de bilhetes enviados aos pais.

Segundo a Secretaria de Saúde um dos pontos a serem trabalhados vai ser a área de abrangência do Centro de Saúde Aeroporto, que apresenta grande infestação do mosquito da dengue, tem transmissão da doença e é passível de inundação.

Depois da área do Ouro Verde, a próxima a receber o Prefeitura em Ação será a região norte, nos bairros na abrangência do São Marcos, Santa Mônica, Anchieta, Eulina, Santa Bárbara entre outros. A ação está prevista para início de dezembro em dias ainda a serem definidos.

Saiba sobre a dengue.

A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, anualmente, 80 milhões de pessoas sejam infectadas em 100 países de todos os continentes, exceto a Europa. Do total, cerca de 550 mil necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em conseqüência da doença.

Atualmente, no Brasil vários Estados enfrentam epidemia de dengue entre os quais Goiás, Ceará, Mato Grosso do Sul, Rondônia e São Paulo. No Estado de São Paulo, municípios como Araçatuba, Catanduva, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Hortolândia, Sumaré e Campinas, além do município de São Paulo enfrentam surtos epidêmicos.

Em São José do Rio Preto já foram registrados 12.343 casos. Ribeirão tem mais de 3.700 ocorrências e Araçatuba e Catanduva, 2.354 e 2.551 respectivamente. Campinas registrou este ano 746 casos e é um dos municípios com a menor incidência (número de casos por 100 mil habitantes) da doença no interior, com 70,4/100 mil.

Segundo técnicos da Secretaria de Saúde de Campinas, o mosquito da dengue, o Aedes aegypti, encontrou no mundo moderno condições favoráveis para se proliferar, proporcionadas pela urbanização acelerada e mudanças climáticas, além da intensa utilização de recipientes descartáveis e de plástico e de vidro, excelentes criadouros.

“Nesse cenário, e na ausência de armas eficazes, como uma vacina, há um consenso técnico de que não é factível a erradicação do mosquito. No entanto, é possível manter um processo constante de combate à dengue de maneira a minimizar a ocorrência de epidemias e, principalmente, as formas graves. Os resultados das ações de Campinas são bons e estão sendo melhorados, como acontece agora com a inserção dos trabalhos no Prefeitura em Ação”, diz o secretário de Saúde de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva.

Denize Assis

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