Campinas discute propostas para aprimorar combate à dengue

25/10/2007

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde mobiliza nestas quinta-feira e sexta-feira, dias 25 e 26 de outubro, equipes de saúde da rede pública municipal, no Hotel Nacional Inn, durante a oficina: Controle da dengue no município de Campinas – atualização de propostas.

O encontro, que acontece das 8h às 17h nos dois dias, é organizado pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde e reúne profissionais das Vigilâncias em Saúde (Visas), do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), coordenadores distritais e dos Centros de Saúde, além de representantes do Departamento de Saúde e do Conselho Municipal de Saúde.

“Durante a oficina vão ser revistas diretrizes do Programa Municipal de Controle da Dengue, tendo como base o mapa de risco que acaba de ser elaborado pela equipe técnica da Covisa, com objetivo de aperfeiçoar e fortalecer as estratégias de controle, inclusive com a possibilidade de contratação de profissionais para atuar especificamente no combate ao Aedes aegypti”, diz a médica veterinária Andréa Von Zuben, coordenadora das ações da dengue em Campinas.

A oficina foi dividida em dois momentos. Nesta quinta-feira, as equipes da Covisa, das Visas e CCZ discutiram três eixos temáticos: as ações de controle do vetor; vigilância epidemiológica, principalmente revendo a vigilância laboratorial; e gestão e ações educativas.

Amanhã, sexta-feira, dia 26, coordenadores dos Distritos e dos Centros de Saúde, representantes do Departamento de Saúde e do Conselho Municipal de Saúde somam-se ao público desta quinta-feira para discussões onde serão apresentadas as diretrizes técnicas do Programa Municipal de Controle da Dengue e as atribuições de cada nível.

Segundo a equipe técnica da Covisa, o mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, encontrou no mundo moderno condições favoráveis para sua rápida expansão, proporcionadas pela urbanização acelerada e mudanças climáticas, além da intensa utilização de recipientes descartáveis de plástico e de vidro, excelentes criadouros. Nesse cenário e na ausência de armas eficazes - como uma vacina -, há um consenso técnico internacional de que não é factível a erradicação do mosquito.

“No entanto é possível que mantenhamos um processo de constante aperfeiçoamento do programa de combate à dengue com o objetivo de minimizar a ocorrência de epidemias por meio de ações de rotina eficazes. É com esta diretriz que Campinas realiza esta oficina”, afirma Andréa.

A coordenadora afirma que o trabalho de combate à dengue é exaustivo e exige ações diárias. Ela diz ainda que o poder público sozinho não consegue ter um resultado definitivo no controle da dengue, porque isto depende também da ação de cada cidadão, de cada segmento da sociedade adotando medidas diárias para o controle do mosquito.

“A adesão da população ainda é muito heterogênea. Por isso, a Prefeitura lançou recentemente a campanha de mobilização social Campinas contra a Dengue”, afirma.

Situação epidemiológica. Durante a oficina, também foi apresentada a situação da doença no município, no estado de São Paulo e no País.

Em 2007, o Brasil registrou mais de 480 mil casos de dengue, sendo 1.076 da forma hemorrágica, com 121 óbitos. No estado, atingido este ano pela maior epidemia da história, foram registrados mais de 64,9 mil, dos quais 59 hemorrágicos. Dezesseis pacientes morreram.

Em Campinas, foram registrados mais de 4,7 mil casos da doença – casos confirmados laboratorialmente. Deste total, 13 são da forma hemorrágica. Uma pessoa morreu.

O município registra transmissão do vírus da dengue há dez anos consecutivos, com picos epidêmicos em 1998, 2001 e 2002, sendo que o maior número de casos antes de 2007 – 1,4 mil casos - foi registrado em 2002.

Os exames laboratoriais mostram, na cidade, a circulação do vírus da dengue dos tipos 1, 2 e 3 nestes anos de epidemia, sendo que em 2000 houve um óbito de dengue hemorrágico; na epidemia de 2002 ocorreram 9 casos de dengue hemorrágico, sem óbitos; e, em 2003, três casos de dengue hemorrágico, um deles importado. Este ano, o vírus que está em circulação é o 3.

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