Campinas reforça Vigilância da Influenza

15/10/2009

Autor: Denize Assis

Para aprimorar a vigilância da Influenza A (H1N1), Campinas vai monitorar casos de síndrome gripal - febre acompanhada de tosse ou dor de garganta - em hospitais-sentinela do sistema público e privado de Saúde da cidade. A proposta foi discutida nesta quarta-feira, dia 14 de outubro, em reunião do Comitê Assessor Municipal da Influenza A (H1N1). O início dos trabalhos será definido na próxima semana, após encontro com os hospitais envolvidos.

Esse monitoramento agrega mais um indicador à vigilância da Influenza, além das Doenças Respiratórias Agudas Graves (DRAGs), para identificar o perfil de gravidade e a evolução da nova gripe no município. O estudo vai contribuir, ainda, para detecção precoce de uma segunda onda epidêmica na cidade.

Em Campinas, até o momento, foram confirmados por exames laboratoriais 196 casos de H1N1. Deste total, 115 foram em mulheres, sendo 16 gestantes. Foram 15 óbitos, nove em mulheres. Uma delas estava grávida e morreu após dar à luz a gêmeas. Os bebês sobreviveram.

A fase mais crítica da doença foi o período entre final de julho e início de agosto, quando houve suspensão das aulas. Desde o início de agosto, a Vigilância em Saúde tem registrado declínio no número de casos, o que confirma a eficiência das medidas adotadas pelas autoridades sanitárias. Apesar da queda expressiva, o município mantém a transmissão ativa, com confirmação de uma ocorrência por semana. No período crítico eram cinco por dia.

Além do monitoramento de síndrome gripal, na reunião desta quarta-feira, o Comitê da Influenza A (H1N1) discutiu a proposta de um estudo mais detalhado dos óbitos por H1N1 em Campinas.

Trata-se de uma investigação de cada caso levando em conta idade, início de sintomas, quando a pessoa procurou assistência, início da introdução do antiviral, entre outros detalhes que podem contribuir para identificar que fatores influenciaram na evolução para o óbito.

“O objetivo é aprimorar a assistência”, informa a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Campinas. Segundo Brigina, entre as 15 mortes ocorridas em Campinas, seis não tinham fator de risco. Entre os riscos mais comuns consta obesidade mórbida, com sete casos, e imunodeficiência e diabetes. As mulheres foram mais acometidas, com nove dos 15 óbitos.

Na reunião do Comitê também foi apontada necessidade de reforçar nas escolas a orientação para que crianças com síndrome gripal não freqüentem as aulas. A recomendação se estende para professores e demais funcionários.

Entre profissionais de Saúde será reforçada orientação sobre uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

Para as gestantes, continua a recomendação sobre atividade ocupacional, ou seja: grávidas que atuam em contato direto com o público devem ser remanejadas para outras funções ou, na impossibilidade, ser afastadas do trabalho.

As gestantes constituem um dos principais grupos de risco para a nova gripe – elas são mais suscetíveis e evoluem com maior gravidade, inclusive apresentando maior taxa de mortalidade.

Somente na Secretaria de Educação há 200 grávidas afastadas das salas de aulas. Na Secretaria de Saúde, são cerca de 50 servidoras remanejadas para outras atividades ou até mesmo afastadas.

Sobre o Comitê. O Comitê Assessor Municipal da Influenza A (H1N1) é formado por técnicos e gestores das diversas áreas da Secretaria Municipal de Saúde e por representantes das áreas científicas e de assistência de outros setores da saúde no município, entre os quais Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Pontifícia Universidade Católica de Campinas (Puc-Campinas); Faculdades de Medicina e de Enfermagem da Puc e da Unicamp; Hospitais Celso Pierro, de Clínicas (HC), Mário Gatti e Ouro Verde; Medicina Preventiva da Unicamp; Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism); além da Secretaria de Educação e do Departamento de Comunicação (Decom) da Prefeitura.

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