Preocupada com
esta realidade, a Secretaria de Saúde lança, na próxima
sexta-feira, 22 de novembro, o Projeto Criadouro Zero. O projeto
é direcionado a funcionários ligados às Cipas (Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes) e Sesmt (Serviço de
Engenharia e Segurança de Medicina do Trabalho), sindicalistas
e profissionais dos ambulatórios das indústrias.
A idéia é que
eles sejam conscientizados sobre a realidade da doença em
Campinas e passem a atuar no seu ambiente de trabalho como
multiplicadores, divulgando os meios de combater o mosquito. O
Criadouro Zero será lançado às 9h desta sexta-feira, no salão
Vermelho da Prefeitura.
Pneus
– Na quinta-feira, 21, profissionais da Secretaria de Saúde
discutem a destinação ambientalmente adequada dos pneus no
município. Os pneus são potenciais criadouros do mosquito da
dengue. A discussão será na Cati, das 9h às13h, no Seminário
sobre Balanço da implantação da resolução Conama 258. O
Condema (Conselho de Meio Ambiente), Dir XII (Direção Regional
de Saúde), Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e a Associação
Nacional da Indústria participam do evento.
Arrastão
– Também na quinta-feira, haverá operação para eliminar
criadouros do mosquito da dengue, Aedes aegypti, na área do
Centro de Saúde Dic 1, na região Sudoeste da cidade onde,
somente este ano, já foram confirmados 149 casos da doença. A
operação tem início na rua 17, próximo ao Supermercado
Ferreira.
Na mesma
quinta, agentes comunitários de saúde e outros profissionais
do Distrito de Saúde Norte iniciam colocação de telas em
recipientes de água no Shalon, na região do Centro de Saúde
Santa Bárbara. O local tem perto de 400 residências e a ação
deve durar, pelo menos, dois dias. A região Norte confirmou,
neste 2002, 191 casos de dengue.
Prédios
abandonados
– A Secretaria de Saúde também está preocupada com as
dezenas de construções abandonadas inacabadas em Campinas. A
água da chuva escorre pelas escadas, empoça nas lajes e se
acumula nos buracos onde funcionariam os elevadores. Com isso,
estes prédios transformam-se em ambientes propícios para a
proliferação do Aedes aegypti, transmissor da dengue.
Por isso, a
Prefeitura está promovendo a limpeza destas áreas. A maioria,
porém, está fechada, o que impede o acesso dos técnicos da Saúde.
Somente nas áreas centrais de Campinas, existem 38 construções
abandonadas, 10 pertencentes à falida Encol. Nestes casos é
necessário descobrir quem são os proprietários ou recorrer a
outros meios para poder entrar nos locais.
A primeira ação
de limpeza foi numa construção abandonada na rua José
Inocenso de Campo, 66, no Centro. A Secretaria de Saúde retirou
4 toneladas de material do local, utilizado por moradores de rua
para guardar entulhos e material para reciclagem.
Dificuldades
– Uma das maiores dificuldades encontradas pelos profissionais
de saúde no combate à dengue em Campinas ainda é a falta de
acesso às residências. Em bairros como Jardim Aurélia, Chapadão
ou na Cidade Universitária, na região Norte da cidade, pelo
menos 30% das residências não são vistoriadas porque os
moradores não permitem, não estão em casa ou porque o imóvel
está abandonado. E uma casa infestada com o mosquito da dengue
oferece risco para toda vizinhança. Além disso, a megaoperação
promovida pela Secretaria de Saúde recentemente apontou que a
maior parte dos criadouros está dentro das casas, nos pratos de
vasos de planta e nas garrafas.