Denize Assis
No Dia
Nacional de Combate à Dengue, que acontece neste sábado, 29
de novembro, a Prefeitura de Campinas promove uma grande operação
troca-treco no Parque Valença, na Região Noroeste da cidade,
e atividades educativas no Centro de Saúde Carvalho de Moura,
Região Sul, e no Shopping Unimart. A ações encerram a
programação da Secretaria de Saúde desenvolvida desde
segunda-feira em toda cidade para alertar a população sobre
a necessidade do combate ao mosquito Aedes aegypti, que
transmite a doença.
Desde a última
segunda-feira, a Prefeitura tem agitado as cinco regiões de
subdivisão do município com as mais diferentes formas de
manifestações para chamar a atenção para a questão da
dengue. Nas escolas, os sintomas e as formas de evitar a doença
passaram a fazer parte do currículo e a dengue virou tema de
gincanas, concursos, teatros de fantoches, palestras e de
muitos motivos para brincar.
Agentes
comunitários e outros profissionais de saúde estão
alertando sobre os perigos da doença em toda cidade. Foram
promovidos arrastões em vários locais e limpeza em prédios
abandonados para remoção de criadouros. É Campinas
mobilizada para impedir a entrada de uma nova epidemia.
A cidade
notificou em 2003, até ontem, 452 casos de dengue, o que
representa redução de 70% em relação ao total registrado
em 2002, quando foram confirmados 1.462 casos, dentre eles
nove registros da forma hemorrágica, que pode levar à morte.
A
coordenadora das ações preventivas da dengue na Prefeitura,
a psicóloga Fernanda Borges, explica que este sábado é uma
data que dá ênfase para o combate à dengue. No entanto, ela
alerta aos campineiros que não é preciso esperar pelo Dia
Nacional de Combate para que eles se certifiquem de que não
estão criando em casa o mosquito transmissor da doença.
"É
necessário tomar providências diariamente. Até pequenos
objetos podem servir de criadouros. Na época de chuva, por
exemplo, uma tampinha de garrafa pode servir como local de
reprodução do mosquito", alerta Fernanda. E, segundo
ela, basta somente um pouco de boa vontade e atenção para
transformar o ambiente em um local livre de dengue. "São
medidas simples como ajustar pratos aos vasos, manter garrafas
de cabeça para baixo, pneus cobertos, lixos e cisternas
tampados e a caixa d’água limpa e bem vedada", reforça.
A Secretaria
de Saúde de Campinas também quer fazer da semana que marca o
Dia Nacional de Combate à Dengue uma oportunidade para
sensibilizar e incentivar os profissionais de saúde do município
para que suspeitem da doença e investiguem todo caso de febre
a esclarecer acompanhada ou não de outros sintomas como dor
de cabeça, dores musculares e no corpo, dor atrás dos olhos
e manchas na pele (exantemas).
De acordo com
dados atualizados na última quinta-feira, 27, pela Vigilância
Epidemiológica Municipal, em novembro foram notificados
apenas 41 casos suspeitos de dengue em Campinas. Este é o
menor número de suspeitos registrados este ano. No mesmo período
de 2002, foram 210.
Segundo a
equipe da Vigilância Sanitária, isto aumenta a chance de que
algum caso ocorra sem ser diagnosticado o que pode trazer várias
conseqüências como a ocorrência de novos surtos ou de casos
de graves da doença.
"Por
isso é importante que as equipes de saúde pensem em dengue e
investiguem e notifiquem os casos para a Vigilância Epidemiológica.
A detecção precoce dos casos é fundamental para a adoção
de medidas de controle e para impedir a proliferação da doença",
explica a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Secretaria
de Saúde de Campinas.
Segundo
Brigina, embora o município enfrente epidemia de dengue desde
1998, a doença está sob controle. "No entanto, para
mantermos esta situação é necessário que o sistema de saúde
seja ágil e identifique rapidamente os casos", disse a
enfermeira.