Denize Assis
A Secretaria de Saúde de Campinas divulgou nesta
quarta-feira, dia 10 de novembro, para todos os serviços e
profissionais de rede municipal de saúde, alerta sobre a
importância da contínua vigilância dos casos suspeitos de
sarampo/rubéola, com a notificação de todas as ocorrências
e a manutenção de alta cobertura vacinal.
O comunicado foi veiculado após a confirmação de um
caso da doença em Afogados da Ingazeira, Pernambuco, na
semana passada. Trata-se de uma criança de 9 meses de
idade, não vacinada contra a doença, que inicialmente foi
notificada como suspeita de rubéola. Todas as medidas de
controle para impedir a ocorrência de outros casos na região
foram desencadeadas e a cidade recebeu uma equipe de técnicos
do Ministério da Saúde para auxiliar nos trabalhos.
A enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Vigilância em
Saúde (Visa) de Campinas, diz que a ocorrência deste caso
alerta para o risco de reintrodução do vírus do sarampo
no Brasil. "A detecção do caso em Pernambuco confirma
que a entrada do vírus do sarampo em nosso país é ameaça
constante", afirma a sanitarista.
O último caso de sarampo autóctone – em que o
paciente adquiriu a doença no Brasil – ocorreu no Estado
de São Paulo, em dezembro de 2000. Casos importados foram
detectados nos estados de São Paulo, em 2001 e 2002, e de
Santa Catarina, em 2003, sem que houvesse transmissão autóctone.
Em Campinas, o último caso autóctone foi registrado em
1999.
Segundo
Brigina, o sarampo é a doença febril exantemática
de maior freqüência no mundo, com uma taxa de mortalidade
importante – milhares de crianças morrem todos os anos -
e de fácil transmissão. Portanto, devido à rotatividade
de viajantes e estrangeiros, o risco de reintrodução do vírus
é constante. "Sendo assim, a vigilância epidemiológica
de Campinas, de cada cidade, dos Estados, do País, precisa
estar sempre sensível para garantir a detecção rápida
dos suspeitos e desencadear as medidas necessárias para
evitar novos casos", afirma. De maio de 2003 a junho de
2004, foram notificados 34 casos suspeitos de sarampo em
Campinas, sendo todos descartados.
A sanitarista informa que há mais de 30 anos a vacina
contra o sarampo está disponível na rede pública de saúde
do Brasil. Ela deve ser aplicada quando a criança completa
o primeiro ano de vida e depois aos cinco anos de idade. A
vacinação é uma das estratégias adotadas pela Organização
Mundial de Saúde para a erradicação da doença. Em
Campinas, a cobertura vacinal contra o sarampo – tríplice
viral - é de 100%.