A Secretaria de Saúde
de Campinas iniciou na última segunda-feira, 16 de dezembro,
uma nova pesquisa sobre a infestação do mosquito da dengue –
Aedes aegypti – na cidade. O estudo, chamado de
pesquisa de índice de breteau, aponta a quantidade de
recipientes infestados pelas larvas do mosquito a cada 100 residências.
O levantamento é um dos indicadores que norteia as ações de
combate à dengue. O resultado deve sair em 10 dias.
O último
breteau, promovido entre 7 e 24 de outubro, apontou as áreas de
abrangência dos Centros de Saúde Anchieta, na região Norte, e
São José, na região Sul, como as de maior infestação do
mosquito da dengue. O terceiro maior índice foi verificado na
área do CS Taquaral, na região Leste, seguido das áreas do CS
Esmeraldina e Vila Rica, região Sul, e do CS Centro, região
Leste.
Além do
breteau, para enfrentar a dengue, também precisam ser
considerados outros indicativos tais como áreas com casos
confirmados da doença, áreas com casos suspeitos e quantidades
e tipos de criadouros encontrados em cada região.
Enquanto parte
das equipes da Secretaria de Saúde realiza o estudo de breteau,
outros profissionais estão trabalhando em arrastões. Na
segunda-feira, 16, a ação foi na área do Centro de Saúde
Conceição. Na terça, na área do Centro de Saúde Costa e
Silva. Os dois serviços estão localizados na região Leste.
Nesta quinta, 19, as atividades ocorrem no CS Dic III, na
Sudoeste, e na sexta, 20, na área do São Bernardo, região
Sul.
Ainda na região
Sudoeste, nas áreas de abrangência dos Centros de Saúde Dic
I, Dic III e União dos Bairros, foram colocadas telas em caixas
d’água em mais de 400 residências. Nesta quinta, 19, os
profissionais estão mapeando a área do Jardim Rosalina para
levantar em quantas casas será necessário promover a colocação
de telas. Os arrastões nas ocupações localizadas na região
do Centro de Saúde Dic III estão sendo feitos a cada 15 dias.
Cerca de 18 mil pessoas moram em 14 ocupações nas áreas do
Dic III e Dic I.
A população
das cinco regiões de subdivisão da cidade também vem sendo
incentivada, em atividades diárias, a tomar medidas simples
para identificar e eliminar os focos do Aedes aegypti. E,
em toda Campinas, cidadãos entraram nesta batalha com boa
vontade e muita criatividade. As escolas, em parceria com os
Centros de Saúde, incluíram o tema no dia-a-dia dos alunos e
professores.
Empresas do
município também estão mobilizadas para acabar com a dengue,
por meio do Projeto Criadouro Zero, da Secretaria de Saúde.
Representantes dos trabalhadores e profissionais da área médica
da empresas estão atuando para conscientizar funcionários
sobre os perigos da doença e as formas de combatê-la no
ambiente de trabalho.
A Unimed, a
Acic (Associação Comercial e Industrial de Campinas), Tetra
Pak, Sindicatos, Hospital Albert Sabin, Ciesp, CPFL (Companhia
de Força e Luz), Fundação DPaschoal e a Cooperativa Veiling
de produtores de plantas de Holambra também se aliaram à
Secretaria de Saúde no combate à doença.
Neste final de
ano, aproveitando o grande fluxo de pessoas no Centro da cidade,
a Secretaria de Saúde tem promovido ações educativas. Faixas
estão sendo colocadas em 50 pontos diferentes da região
central e do Cambuí para chamar a atenção da população.
A Secretaria de
Saúde também está incrementando a atuação nos chamados
pontos de risco, que são locais que, pela natureza de sua
atividade, oferecem mais condições para a proliferação do
mosquito como ferros-velhos, borracharias etc.
Ênfase na região
Sul –
A batalha desencadeada pela Prefeitura contra a dengue se
espalhou por toda cidade. Mas a região Sul recebe cuidado
especial porque foi lá que foram confirmados a maior parte dos
doentes. Desde janeiro, foram registrados 816 casos de dengue
naquela parte da cidade. Também foi lá, na área do Campo
Belo, que a Vigilância Epidemiológica confirmou os nove casos
da forma hemorrágica da doença.
No momento, o
que mais preocupa é a Gleba B, que fica ao lado do Parque Oziel,
onde foram registrados os últimos quatro casos de dengue, na
semana passada. Por isso, as equipes estão dando ênfase às
atividades desencadeadas naquela comunidade. Os moradores
receberam, gratuitamente, caixas d’água. Foram instaladas
telas para impedir o acesso do mosquito.
As limpezas e
arrastões são semanais. Também tem sido promovida aplicação
de BTI - larvicida biológico - em água que não é destinada
ao consumo. As atividades ainda incluem peças de teatro e
brincadeiras educativas. Cartilhas e panfletos com dicas sobre
como eliminar o mosquito são distribuídas para toda população.
Desde janeiro de 2002, Campinas confirmou 1.437 casos de dengue,
dos quais 1.233 são de pessoas que contraíram a doença no
município ou seja, são casos autóctones.