Prefeitura encaminha ao Legislativo projeto que atualiza taxa de fiscalização sanitária

02/12/2003

Substitutivo atende reivindicações feitas em audiência pública

Denize Assis

O Executivo Municipal encaminhou ao Legislativo na última segunda-feira,1 de dezembro, um substitutivo total ao projeto de lei 651/02 que estabelece a taxa de fiscalização sanitária no município.

A taxa é cobrada de todos os estabelecimentos que estão sujeitos à ação da Vigilância Sanitária. São instituições que desempenham atividades que se relacionam com produtos e serviços de interesse à saúde como alimentos, medicamentos, produtos de higiene e de limpeza, consultórios, clínicas, laboratórios e serviços coletivos e sociais como academias de ginástica entre outros.

"A taxa é recolhida para remunerar o custo deste trabalho e os valores são repassados ao Fundo Municipal de Saúde para aperfeiçoamento da própria vigilância e sua aplicação está sujeita ao controle social por meio do Conselho Municipal de Saúde", diz Salma Balista, enfermeira sanitarista coordenadora da Vigilância e Saúde Ambiental de Campinas.

Com a aprovação do substitutivo, a Secretaria de Saúde pretende destinar os recursos para dar maior agilidade ao atendimento das solicitações submetidas à vigilância, por meio da aquisição de equipamentos e melhoria na capacitação do quadro de pessoal. Salma informa que as demandas nesta área têm aumentado e se tornado mais complexas.

O substitutivo corrige valores cobrados atualmente pelo município, que estão desatualizados em relação aos praticados pelo Estado e por municípios da região, e institui o valor da taxa de acordo com o tipo de estabelecimento e a complexidade da atividade. Por exemplo, a taxa para licença de funcionamento de uma indústria farmacêutica é maior do que a cobrada para uma indústria de alimentos. Também há diferença de valor entre um hipermercado e um minimercado e também entre uma empresa desinsetizadora e uma academia de ginástica entre outras.

O projeto substitutivo foi elaborado atendendo a sugestões acatadas em audiência pública realizada em 18 de setembro na Câmara de Campinas e os valores sofreram em média uma redução de 30% em relação aos valores praticados pelo Estado para as mesmas atribuições chegando em alguns casos até a 70%.

A enfermeira Salma Balista explica que é competência da Vigilância Sanitária Municipal fiscalizar e controlar todas as ações e serviços que possam oferecer risco à saúde do consumidor e dos trabalhadores. Ela informa que o Estado repassou esta atribuição para a Prefeitura de Campinas em 1992 e, com isso, delegou também a atribuição de recolher esta taxa e, se necessário, aplicar penalidades.

As taxas vêm sendo cobradas pela Prefeitura com base em legislação municipal de 1993. Em 1995, o Estado promulgou lei que acrescentou outras atividades de interesse à saúde e atualizou à época os valores estaduais. Desde então, os valores municipais estão defasados.

De acordo com Salma, com o substitutivo, o município pretende atualizar a legislação e corrigir distorções apontadas pelas entidades que participaram da audiência pública.

A enfermeira informa que a Prefeitura já fez outras tentativas de encaminhamento para a questão mas não obteve sucesso. Em 2.000 a Câmara Municipal arquivou outro projeto encaminhado pelo Executivo sem submeter o projeto a votação. Agora, o substitutivo aguarda, novamente, aprovação.

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