Mortalidade em Campinas Informe
do Projeto de Monitorização dos Óbitos Secretaria
Municipal de Saúde - Prefeitura Municipal de Campinas |
Mortalidade por Acidentes de Trânsito
Os acidentes de trânsito persistem entre as principais causas de óbito na maior parte dos países. No Brasil eles têm sido responsáveis por importante fração da morbimortalidade. Mudanças na legislação sobre o trânsito e a organização de serviços de resgate e de atenção de urgência aos traumatizados têm sido capazes de reduzir, em vários países e regiões, a ocorrência e gravidade dos acidentes e o impacto que provocam sobre a saúde da população em termos de seqüelas e de mortes.
Em Campinas, o grupo de óbitos por causas externas, que incluem os acidentes de trânsito, respondem por ¼ das mortes masculinas (incluídos os homens de todas as idades) e por 5% das femininas (figura 1). É notável a diferença do padrão de mortalidade entre os sexos em moradores do mesmo espaço geográfico e social. Também é impressionante o percentual de causas externas dos homens que residem em Campinas, grupo de causas que ameaça superar as mortes por doenças cardiovasculres (figura 1)
Figura 1 - PRINCIPAIS GRUPOS DE CAUSAS DE ÓBITOS. CAMPINAS, PRIMEIRO SEMESTRE 2003.
Fonte: Banco de Dados de Óbitos de Campinas.
Os acidentes de trânsito (AT), no período 2001-2003 responderam por 18% das mortes por causas externas. Este percentual variou com a idade e com o sexo (figura 2). Os homicídios constituem o principal grupo dentre as causas externas, na maioria das faixas etárias, em ambos os sexos. Os AT são a principal causa nas mulheres de 65 a 74 anos e nos homens de 75 anos e mais (constituindo em geral nas demais faixas etárias, a segunda causa do grupo das causas externas).
A taxa de morte por AT, após aumentos e declínios observados nos últimos 24 anos, vem decrescendo desde 1996 em homens e mulheres residentes em Campinas (Figura 3).
Embora a taxa global venha diminuindo desde 1996, verificamos que o risco de morte por atropelamento sofreu nítido aumento nos idosos, entre 2000-01 e 2002-03, e discreto aumento na faixa de 35 a 64 anos (figura 4). Os demais acidentes de trânsito apresentam taxas menores em 2002-03, relativamente às de 1996-97, em todas as faixas de idade (figura 4).
Figura 2 - PRINCIPAIS CAUSAS EXTERNAS DE ÓBITO SEGUNDO FAIXA ETÁRIA. CAMPINAS, 2001 - 2003.
Sexo masculino
Sexo feminino
Fonte: Banco de Dados de Óbitos de Campinas.
Na lateral direita o número corresponde ao total de óbitos em cada faixa etáriaFigura 3 - COEFICIENTES DE MORTALIDADE POR ACIDENTES DE TRÂNSITO (MÉDIA MÓVEL TRIENAL) SEGUNDO SEXO. CAMPINAS, 1980 A 2003.
Ób/100.000 hab
Fontes: Banco de Dados de Óbitos de Campinas, 2002-2003.
Fundação Nacional de Saúde (MS 1980 - 2001).Figura 4 - TENDÊNCIA DA MORTALIDADE POR ACIDENTES DE TRÂNSITO SEGUNDO FAIXA ETÁRIA. CAMPINAS, 1996 A 2003.
ATROPELAMENTOS
AT EXCLUÍDOS ATROPELAMENTOS
Fonte: Banco de Dados de Óbitos de Campinas.
Observa-se que, se considerados todos os óbitos ocorridos por AT no município o percentual de mortes entre não residentes vem aumentando de um patamar de 15% em 1990 para 30% em 2002-2003 (figura 5). Estes óbitos de não residentes são, em sua maior parte, de moradores de municípios vizinhos, especialmente Sumaré, Hortolândia e Paulínia, mas em o 4 . lugar encontram-se os óbitos de moradores da capital (tabela 1).
O padrão etário dos acidentes de trânsito difere segundo o tipo de acidente. O risco de morrer por atropelamento dos residentes em Campinas aumenta com a idade, enquanto que para os outros tipos de acidente as taxas são mais elevadas nos adolescentes e adultos jovens (figura 6).
Verifica-se que 40% dos óbitos por AT ocorreram na via pública o que indicaria a gravidade do trauma e do acidente (figura 7). Cerca de 80% das lesões foram constituídas por traumatismo craniano ou trauma múltiplo, tanto nos atropelamentos como nos demais AT. O percentual de trauma múltiplo foi um pouco maior nos atropelamentos relativamente aos demais acidentes de trânsito (figura 8).
As taxas de mortes por AT do Brasil e de países da América Latina são elevadas se comparadas a alguns países desenvolvidos mas as diferenças são especialmente expressivas nas taxas de morte por atropelamento (tabela 2). Em Campinas, as taxas de mortalidade por atropelamento, além de elevadas estas taxas têm o agravante de apresentarem-se crescentes nos últimos anos entre os idosos.
Figura 5 - PROPORÇÃO DE NÃO RESIDENTES ENTRE O TOTAL DE MORTES POR ACIDENTES DE TRÂNSITO OCORRIDAS EM CAMPINAS, 1981 A 2003.
Fontes: Banco de Dados de Óbitos de Campinas, 2002-2003.
Fundação Nacional de Saúde (MS 1980 - 2001).Tabela 01 - MORTES POR ACIDENTES DE TRÂNSITO OCORRIDAS EM CAMPINAS DE RESIDENTES DE OUTROS MUNICÍPIOS, 2001-2003
TENDÊNCIA DA MORTALIDADE POR ACIDENTES DE TRÂNSITO SEGUNDO TIPO DE ACIDENTE E FAIXA ETÁRIA. CAMPINAS, 2002 - 03.Figura 6 -
Fonte: Banco de Dados de Óbitos de Campinas
Figura 7 PROPORÇÃO DE ÓBITOS POR AT SEGUNDO SEXO, LOCAL DE ÓBITO E TIPO DE ACIDENTE. CAMPINAS, 2001 - 2003.
Sexo masculino
% |
Sexo feminino
% |
ACIDENTES DE TRÂNSITO SEGUNDO TOPOGRAFIA DA LESÃO E TIPO DE ACIDENTE. CAMPINAS, 2001 - 2003.Figura 8 -
Fonte: Banco de Óbitos de Campinas
Foram excluídos 27 diag por complicação precoce do trauma em Atropelamentos e 73 nos DemaisTabela 02 - MORTALIDADE POR ACIDENTES DE TRÂNSITO SEGUNDO SEXO E TIPO DE ACIDENTE EM VÁRIOS PAÍSES
coeficientes padronizados por idade (óbitos/100.000 hob) segundo população mundial
Fonte:World Health Statistics Annual www.who.orgNo interior da cidade, os residentes de diferentes áreas de abrangência das unidades básicas de serviços de saúde apresentam riscos muito diferenciados, seja quanto ao total dos AT seja quanto às mortes por atropelamento (figura 9). Destacam-se pelas elevadas taxas: S Marcos, S Vicente, S Quirino, Perseu, S Bárbara, S Cristóvão e S Domingos. Além destes, as taxas por atropelamento também se destacam no S José, B Vista, V Rica, U Bairros e Ipaussurama.
O declínio observado na taxa global da mortalidade por AT em Campinas aponta os efeitos positivos da nova legislação de trânsito e do conjunto de medidas e serviços que vem sendo organizados para atendimento de resgate e de urgência aos traumatizados. Os dados apontam, entretanto, a possibilidade de redução das taxas observadas. Constata-se a necessidade de prevenção dos atropelamentos, em especial da população idosa, pois a vulnerabilidade deste grupo tende a aumentar com o crescimento da longevidade, e este é um segmento demográfico de relevância crescente na população. Dada a natureza evitável da mortalidade por acidentes de trânsito, torna-se importante monitorar a evolução das taxas para avaliar o impacto das medidas de controle e de cuidado aos traumatizados que vem sendo implementadas.
Fig 9 - COEFICIENTES DE MORTALIDADE POR AT , DESTACANDO OS ATROPELAMENTOS, SEGUNDO RESIDÊNCIA POR ÁREA DE ABRANGÊNCIA DOS CENTROS DE SAÚDE. CAMPINAS, 2001- 2003.
Fonte: Banco de Óbitos de Campinas. Excluídas as áreas de abrangência dos CS Figueira, 31 de Março, Joaquim Egídeo, Floresta e Ipê pelo pequeno número de óbitos por AT.
Mapa 01 - COEFICIENTES DE MORTALIDADE POR ACIDENTES DE TRÂNSITO SEGUNDO ÁREA DE RESIDÊNCIA. CAMPINAS, 2001 - 2003.
1 Coeficientes por 100.000 habitantes
2 Local de residência segundo as áreas de abrangência dos centros de saúde.
NÚMERO
DE ÓBITOS SEGUNDO ÁREA DE ABRANGÊNCIA DOS CENTROS
DE SAÚDE.
Janeiro - Junho, 2003.
Obs.: ( ) nº de óbitos; 8 óbitos com área desconhecida
FONTE: BANCO DE DADOS DE ÓBITOS DE CAMPINAS
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