Trabalhos do I Seminário Municipal de Enfermagem

Antecipadamente nos desculpamos com os autores por realizarmos pequenas alterações na formatação de seus trabalhos e esclarecemos que se fizeram necessárias para fins de impressão e reprodução.
comissão científica do I Seminário Municipal de Enfermagem – realizado em Campinas pela SMS, nos dias 11 e 12 de Maio

CONSULTA DE ENFERMAGEM COLETIVA AO PACIENTE  DIABÉTICO INSULINO DEPENDENTE

Mirian Cristina Godoy Alves De Crescenzo
Adriana Aparecida Sacco Alves

Carla Silva
Hiroko Koyama da Silva
Centro de Saúde Prof. Dr. Pedro Agápio de Aquino Neto (Balão do Laranja)

I- INTRODUÇÃO

O Diabetes mellitus é uma doença universal, acometendo mais de 100 milhões de indivíduos em todo o mundo na população brasileira adulta, 7% a 8% das pessoas apresentam diabetes, o que significa cerca de 5 milhões de indivíduos. Nos E.U. A são cerca de 13 milhões.

Seus principais fatores de risco em nosso meio são a hereditariedade, a obesidade e a idade acima dos 50 anos.

Quando o tratamento de longo prazo é inadequado, o diabetes provoca o aparecimento de uma série de complicações incapacitantes e leiam à mortalidade prematura. Como exemplo pode-se citar o fato de que o diabetes é atualmente a principal causa de perda da visão e de amputação não traumáticas dos membros inferiores nos países desenvolvidos. É também responsável por um aumento de quase três vezes do risco de morte por infarto do miocárdio.

Considerando, pois,  seu potencial  de morbi – mortalidade e prevalência, o diabetes constitui-se atualmente num dos mais importantes problemas de saúde da  população, revestindo-se portanto, de grande importância social. Na ênfase desta lógica, torna-se necessário implementar e repensar o conceito e o papel de educador em diabetes na Saúde Coletiva reconhecendo a importância da equipe multidisciplinar  na educação do paciente diabético e de seus familiares.

II - DESENVOLVIMENTO

O C.S. Prof. Dr. Pedro Agápio de Aquino Neto ( CS Balão do Laranja )  é uma unidade que recebe acadêmicos dos diversos cursos da área de saúde da Puc e,  antes mesmo de sua inauguração enquanto unidade pública, a universidade já atuava na região enquanto centro de saúde escola . Portanto, a assistência coletiva aos diabéticos ou grupos de diabetes era executado e coordenado pelo docente de medicina, tendo como apoio operacional um profissional auxiliar de enfermagem da Unidade.

Motivado pelo déficit de equipamentos sociais e de lazer em nossa área de abrangência os componentes deste grupo se formaram tão aderentes que chegaram a dificultar o acesso e integração de novos participantes. Esses usuários inseridos neste grupo se aderiram e se fixaram no grupo com um vínculo muito forte impossibilitando o acesso a novos portadores de diabetes. A mola propulsora dessa nova modalidade de assistência ao diabético, ocorreu em agosto de 1998, por conta da dificuldade do controle efetivo e responsabilizado pela equipe na evolução do diabetes mal controlado, sendo este iniciante a insulinoterapia ou já em uso desta modalidade terapêutica, porém com descompasso no controle.

Com o objetivo do controle efetivo dessa doença crônica-degenerativa, a responsabilização e a canalização do potencial da equipe multiprofissional e multidisciplinar, contrapondo a lógica medicocêntrica, sistematizamos em nosso serviço a consulta de enfermagem coletiva ao paciente portador de diabetes insulinodependente.

 

III – CONCLUSÃO

Com esta nova modalidade de atendimento pudemos detectar pontos positivos no que tange, aos aspectos terapêuticos ao paciente, para a organização do processo de trabalho na área programática do adulto e para o grupo, enquanto atendimento coletivo.

Com relação ao paciente:

  • melhor controle dos níveis glicêmicos

  • aderência ao tratamento

  • maior esclarecimento com relação ao auto cuidado e os sinais de alarme de descompensação diabética

  • maior segurança na aplicação da insulinoterapia, desmistificando alguns tabus pré-existentes

  • criação de vínculo extremamente forte com os profissionais envolvidos e com  o serviço.

Com relação ao serviço:

  • criação de uma referência e retaguarda profissional para o controle efetivo do diabético descontrolado

  • diminuição da freqüência às consultas médicas

  • possibilidade de integração multiprofissional e multidisciplinar, desfazendo a lógica medicocêntrica

  • homogeneização das condutas multiprofissionais  com relação à terapêutica ao diabético.

Com relação ao grupo:

  • aprender à aprender coletivamente através da troca de experiências vivenciadas

  • participação, integração e vínculo entre os componentes do grupo.

Índice

Página atualizada em Setembro / 2001