5.1 - Imunização
•
Recomendações para vacinação
Estratégia
primária
- A
vacinação dos contatos deve ser baseada na identificação de um
caso de
varíola, e na vacinação das pessoas que tiveram contato com um caso de
varíola, ou muito provavelmente tiveram este contato, pois essas
pessoas são as que têm grande chance de desenvolver a doença.
Se
contatos forem vacinados, em até 4 dias, após o contato com o caso
de
varíola, estes poderão estar protegidos de desenvolver a doença, ou
podem
desenvolver uma doença menos severa. À medida que a transmissão
da varíola se dá, usualmente, através do contato íntimo, exceto em
circunstâncias especiais, as pessoas que têm contato íntimo domiciliar
com um doente são as que têm maior risco de desenvolver a doença,
e, por isso, a vacinação delas deve ser priorizada.
Indivíduos
que, muito provavelmente, entraram em contato com um contato
assintomático de um caso de varíola (membros do mesmo domicílio),
também devem ser vacinados para prevenir a infecção destes indivíduos,
pois podem desenvolver a doença mais tarde. Soma-se a isso, a
possibilidade de isolamento dos indivíduos contagiosos (aqueles que
apresentam exantema) para prevenir o contato com os não vacinados,
ou
indivíduos suscetíveis, durante o período de infecciosidade (do
início do rash
até que todas as crostas tenham caído), limitando a posterior
oportunidade
de transmissão da doença. A vigilância intensiva dos outros contatos e
dos casos potenciais na área, ajudará a identificar outros grupos
para a vacinação focal e o isolamento.
As
estratégias de vacinação contra a varíola, em um surto, devem estar
baseadas em:
• Identificação
rápida e o isolamento dos casos de varíola;
• Identificação
e vacinação dos seus contatos íntimos;
• Monitoramento
dos contatos vacinados, e isolamento daqueles que desenvolverem febre;
• Vacinação
dos membros do domicílio que não tiverem contra indicação para
vacinação,
a fim de protegê-los, se o contato desenvolver varíola. Os membros
do
domicílio de um contato que não podem ser vacinados, devido a contra
indicações,
devem ficar fora da casa para evitar o contato até o final do período
de
incubação (18 dias) ou 14 dias após a vacinação do contato.
• Vacinar
os trabalhadores da assistência e da saúde pública (médicos,
enfermeiros, etc.) que
estarão envolvidos diretamente na avaliação, tratamento, transporte
ou outras
entrevistas com casos potenciais de varíola.
• Vacinar
outros recursos humanos, de respostas que têm uma probabilidade razoável
de ter contato com pacientes de varíola, ou materiais infecciosos (ex.:
pessoal
militar, emergência, grupos especiais de secretarias de segurança
pública, entre
outros).
Deve ser
fornecida uma caderneta de vacinação a todos os vacinados, na hora da
vacinação.
Este cartão servirá para registrar os procedimentos de seguimento da
vacinação,
ou seja, a confirmação de que a vacina foi recebida e o reconhecimento
das
reações locais.
Se os
recursos humanos permitirem, a vacinação deve ser confirmada e
registrada pelo
pessoal de saúde, sete dias após a vacinação. Se os recursos humanos
não permitirem
seguimento direto para a confirmação da vacina recebida, os vacinados
devem ser
instruídos a entrar em contato com os serviços de saúde, onde foi
realizada a vacinação, para informar que existe uma cicatriz no local da vacina, e
que esta tem alguma
semelhança com a apresentada na caderneta de vacinação.
• Estratégia
suplementar: pode ser instituída ainda uma ampla campanha de
vacinação
em nível nacional, com o objetivo de aumentar a imunidade populacional
para a varíola. Esta atividade pode correr em paralelo, com a busca
ativa e
vacinação dos contatos, e deve seguir as seguintes condições:
O
número inicial de casos de varíola, ou locais identificados de surtos
de varíola
é considerado muito grande, para permitir a busca ativa dos contatos
e realizar
a vacinação, e para ser a única estratégia efetiva de contenção de
um surto.
Os
casos novos não apresentam declínio, depois de duas ou mais
gerações, desde o
caso identificado inicialmente.
As
medidas de controle iniciais não apresentam declínio, no número de
casos novos,
depois de aproximadamente 30% dos estoques de vacina terem sido utilizados.