Vigilância Epidemiológica

Zika

Vigilância de Síndrome Neurológicas possivelmente associadas aos Arbovírus

Fluxo de Investigação de Síndromes Neurológicas (doc Hospitais)

SINAN - Ficha de Investigação de Síndrome Neurológicas Potencialmente associadas aos Arbovírus

Projeto "Crianças contra Zika" - clipe "O Odioso do Egito", de Zeca Baleiro

Informes Epidemiológicos

 

O que é a febre pelo vírus zika?

É uma doença viral aguda, transmitida principalmente por mosquitos, tais como Aedes aegypti, caracterizada por exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, dor nas articulações, dor muscular e dor de cabeça. Apresenta evolução benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias.

Qual a distribuição da doença?

O vírus zika foi isolado pela primeira vez em primatas não humanos na Floresta Zika, em Uganda, em 1947. Esse é o motivo para a denominação. De 1951 a 2013, evidências sorológicas em humanos foram notificadas em países africanos (Uganda, Tanzânia, Egito, República da África Central, Serra Leoa e Gabão), asiáticos (Índia, Malásia, Filipinas, Tailândia, Vietnã e Indonésia) e da Oceania (Micronésia e Polinésia Francesa). Nas Américas o vírus zika somente foi identificado na Ilha de Páscoa, território do Chile no Oceano Pacífico a 3,5 mil km do continente, no início de 2014.

O zika é considerado endêmico no leste e oeste do continente africano. Evidências sorológicas em humanos sugerem que, a partir do ano de 1966, o vírus tenha se disseminado para a Ásia.

Atualmente há registro de circulação esporádica na África (Nigéria, Tanzânia, Egito, África Central, Serra Leoa, Gabão, Senegal, Costa do Marfim, Camarões, Etiópia, Quênia, Somália e Burkina Faso), Ásia (Malásia, Índia, Paquistão, Filipinas, Tailândia, Vietnã, Camboja, Índia e Indonésia) e Oceania (Micronésia, Polinésia Francesa, Nova Caledônia e Ilhas Cook). Casos importados de zika vírus zika foram descritos no Canadá, Alemanha, Itália, Japão, Estados Unidos, Austrália e Ilha de Páscoa.

Como é transmitida?

O principal modo de transmissão descrito do vírus é por vetores. No entanto, está descrita na literatura científica a ocorrência de transmissão ocupacional em laboratório de pesquisa, perinatal e sexual, além da possibilidade de transmissão transfusional.

Quais são os principais sinais e sintomas?

Segundo a literatura, mais de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas, porém quando presentes são caracterizadas por exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia e dor de cabeça e, menos frequentemente, edema, dor de garganta, tosse, vômitos e haematospermia. Apresenta evolução benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias. No entanto, a artralgia pode persistir por aproximadamente um mês.

Recentemente foi observada uma possível correlação entre a infecção por zika e a ocorrência de Síndrome de Guillain-Barré (SGB) em locais com circulação simultânea do vírus da dengue, porém não confirmada a correlação.

Qual o prognóstico?

Em suma, vem sendo considerada uma doença benigna, na qual nenhuma morte foi relatada e autolimitada, com os sinais e sintomas durando, em geral, de 3 a 7 dias. Não foram descritas formas crônicas da doença.

Há tratamento ou vacina contra o vírus zika?

Não existe tratamento específico. O tratamento dos casos sintomáticos recomendado é baseado no uso de acetaminofeno (Paracetamol) ou Dipirona, para o controle da febre e manejo da dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser considerados. No entanto, é desaconselhável o uso ou indicação de ácido acetilsalicílico e outros drogas anti-inflamatórias em função do devido ao risco aumentado de complicações hemorrágicas descritas nas infecções por síndrome hemorrágica como ocorre com outros flavivírus.

Não há vacina contra o vírus zika.

Segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, mesmo após a identificação do vírus zika no país há regiões com ocorrência de casos de dengue e chikungunya que, por apresentarem quadro clínico semelhante, não permitem afirmar que os casos de síndrome exantemática identificados sejam relacionados exclusivamente a um único agente etiológico.

Assim, independentemente da confirmação das amostras para vírus zika, é importante que os profissionais de saúde se mantenham atentos frente aos casos suspeitos de dengue nas unidades de saúde e adotem as recomendações para manejo clínico conforme o preconizado no protocolo vigente, na medida em que esse agravo apresenta elevado potencial de complicações e demanda medidas clínicas específicas, incluindo-se a classificação de risco, hidratação e monitoramento.

Como evitar e quais as medidas de prevenção e controle?

As medidas de prevenção e controle são semelhantes às da dengue e da chikungunya. Não existem medidas de controle específicas direcionadas ao homem, uma vez que não há vacina ou drogas antivirais.

Prevenção domiciliar

Deve-se reduzir a densidade vetorial, por meio da eliminação da possibilidade de contato entre mosquitos e água armazenada em qualquer tipo de depósito, impedindo o acesso das fêmeas grávidas por intermédio do uso de telas/capas ou mantendo-se os reservatórios ou qualquer local que possa acumular água, totalmente cobertos. Em caso de alerta ou de elevado risco de transmissão, a proteção individual por meio do uso de repelentes deve ser implementada pelos habitantes.
Individualmente pode-se utilizar roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia, quando os mosquitos são mais ativos. Essas roupas podem proporcionar alguma proteção contra as picadas dos mosquitos e podem ser adotadas principalmente durante surtos, além do uso de repelentes na pele exposta.

Prevenção na comunidade

Na comunidade deve-se basear nos métodos realizados para o controle da dengue, utilizando-se estratégias eficazes para reduzir a densidade de mosquitos vetores. Um programa de controle da dengue em pleno funcionamento reduzirá a probabilidade de um ser humano virêmico servir como fonte de alimentação sanguínea e de infecção para Ae. aegypti e Ae. albopictus, levando à transmissão secundária e a um possível estabelecimento do vírus nas Américas.

Os programas de controle da dengue para o Ae. aegypti, tradicionalmente, têm sido voltados para o controle de mosquitos imaturos, muitas vezes por meio de participação da comunidade em manejo ambiental e redução de criadouros.

Procedimentos de controle de vetores

As orientações da OMS e do Ministério da Saúde para a dengue fornecem informações sobre os principais métodos de controle de vetores e devem ser consultadas para estabelecer ou melhorar programas existentes. O programa deve ser gerenciado por profissionais experientes, como biólogos com conhecimento em controle vetorial, para garantir que sejam usadas recomendações de pesticidas atuais e eficazes, incorpore novos e adequados métodos de controle de vetores segundo a situação epidemiológica e inclua testes de resistência dos mosquitos aos inseticidas.

Como denunciar os focos do mosquito?

As ações de controle são semelhantes aos da dengue, portanto coordenadas principalmente para a esfera municipal. Quando o foco do mosquito é detectado e não pode ser eliminado pelos moradores de um determinado local a Secretaria Municipal de Saúde deve ser acionada.

O que fazer caso apareçam os sintomas de febre pelo vírus zika?

Procurar o serviço de saúde mais próximo para receber orientações.

Fonte: Ministério da Saúde