Nota - Febre Maculosa

06/08/2015

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O Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde), da Secretaria de Saúde de Campinas, confirmou, entre abril e junho deste ano, quatro casos de Febre Maculosa Brasileira (FMB) na cidade, sendo que três deles foram a óbito. A região de Campinas é uma área endêmica para a doença. Somente este ano, na região, foram registradas 15 mortes por maculosa.  

A febre maculosa é uma infecção grave, transmitida pelo carrapato conhecido como estrela. Em nenhum dos casos registrados no município houve relato de frequência em parques e jardins públicos. 

Imediatamente após ser notificado sobre cada caso, o Devisa desencadeou as ações de saúde preconizadas, que incluem intervenções de vigilância epidemiológica e ambiental e ações de educação e mobilização social nos locais prováveis de infecção. 

O primeiro caso foi de uma mulher de 44 anos residente na região Sul de Campinas. A paciente morreu em abril. A segunda ocorrência refere-se a um homem de 61 anos, também residente na região Sul, que contraiu a doença em maio e evoluiu para a cura, ou seja, não houve morte. 

A terceira é de um homem de 36 anos, morador da região Norte do município, que morreu em junho. O quarto caso é de um homem de 46 anos, também morador da região Sul. O óbito foi em junho. 

Todos os casos da região Sul foram em locais diferentes, ou seja, não estão relacionados. 

 

Série histórica 

Em 2014, foram registrados sete casos de maculosa, com cinco óbitos.

Em 2013, foram confirmados seis casos de febre maculosa, com três óbitos.

Em 2012, foram seis casos, com três óbitos.

Em 2011, foram seis casos, com três mortes.

  

Cuidados 

Não existe vacina contra a febre maculosa e não é possível eliminar totalmente o carrapato. Por isso, a população deve evitar frequentar as áreas de vegetação e de mato, onde há infestação de carrapatos-estrela e, portanto, locais de risco. 

Caso a pessoa passe por essas áreas, ou tenha de frequentá-las, deve ficar atenta aos sintomas da doença, que são febre, dor de cabeça, dor intensa no corpo, mal-estar generalizado, náuseas e vômitos. Ao apresentar um desses sinais, a pessoa deve procurar o serviço de saúde e informar que foi parasitada por carrapato. 

Para todas as notificações, são desencadeadas medidas de controle que incluem ações de vigilância epidemiológica —com busca ativa de pessoas com sintomas da doença— e assistência aos pacientes, além de atividades de educação em saúde, em comunicação e mobilização social, assim como ações intersetoriais, como controle e intervenção ambiental. 

 

Saiba mais 

O que é?

A febre maculosa brasileira (FMB) é uma doença infecciosa febril aguda, transmitida por carrapatos. É uma doença grave, de elevada taxa de letalidade. Causada por uma bactéria do gênero Rickttesia (R. rickettsii), é de notificação compulsória, devendo ser informada pelo meio mais rápido disponível, e de investigação epidemiológica com busca ativa, para evitar a ocorrência de novos casos e óbitos. 

Quais os sintomas?

A doença é de difícil diagnóstico, sobretudo em sua fase inicial, mesmo entre profissionais bastante experientes. O início geralmente é abrupto e os sintomas são inespecíficos no começo, incluindo febre, dor de cabeça, dores musculares intensas, mal-estar generalizado, náuseas e vômitos. Em geral, entre o segundo e o sexto dia da doença, surgem erupções cutâneas (exantemas maculopapulares), predominantemente nos membros superiores e inferiores. 

Como se transmite?

Pela picada de carrapato infectado. A contaminação ocorre se permanecer colado à pele por um período que varia de 4 a 6 horas. A doença não é transmitida de pessoa para pessoa. 

Como tratar?

O tratamento consiste na administração precoce de antibióticos (clorafenicol ou doxiciclina). Casos de pacientes não tratados precocemente podem evoluir para formas graves e cerca de 80% deles chegam ao óbito. 

Como se prevenir?

Se for necessário entrar numa área de vegetação e de mato, é recomendável usar calças e camisas de mangas compridas e roupas claras para facilitar a visualização do carrapato. Também é importante inspecionar o corpo para verificar a presença de desse vetor. A limpeza de pastos e a capina da vegetação ajudam no controle da população de carrapatos.

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