Campanha contra pólio atinge 25% no "Dia D" e vai até 30 de agosto

17/08/2015

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Mais de 25% das crianças de seis meses a cinco anos incompletos de Campinas receberam a dose de vacina contra a poliomielite neste sábado, 15 de agosto, “Dia D”. O balanço é do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), da Secretaria de Saúde de Campinas. A meta é atingir 95% desta população, constituída por 60.327 crianças, até o dia 30 de agosto, quando se encerra a campanha. Crianças que ainda não receberam a vacina devem procurar qualquer um dos 64 centros de saúde do município. 

O resultado do primeiro dia de vacinação é considerado bom pela coordenadora do Programa de Imunização, Andrea Barbosa. “No ano anterior, atingimos apenas 15% desta população no primeiro dia de vacinação. Este número alcançado agora é o resultado do esforço de nossos profissionais, que inovaram em nossas unidades trazendo atrações, e da mídia, que divulgou amplamente a campanha”, explica Andrea. 

“Embora o Brasil esteja livre da paralisia infantil, é fundamental dar continuidade às campanhas de vacinação para evitar a reintrodução do vírus no País, uma vez que ele ainda circula em alguns deles”, diz a coordenadora do Programa. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), dez países registraram casos de poliomielite em 2013 e 2014, sendo que três deles são considerados endêmicos (Paquistão, Nigéria e Afeganistão). 

No “Dia D”, também foram atualizados os cartões com o registro das vacinas aplicadas nas crianças de zero a cinco anos para imunização de outras doenças.  

Os endereços dos Centros de Saúde podem ser encontrados no site da Prefeitura de Campinas (www.campinas.sp.gov.br) ou pelo telefone 156. 

 

Certificação 

Em 1994, o Brasil recebeu da Organização Panamericana de Saúde (Opas) o certificado da Erradicação da Transmissão Autóctone do Poliovírus Selvagem, juntamente com os demais países do continente americano. O último caso da doença registrado no Brasil foi em 1990. O resultado foi possível devido à estratégia de vacinação adotada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), que teve início em 1980. 

O Plano Estratégico e a Erradicação da Pólio (2013-2018) tiveram origem na assembleia da Organização Mundial da Saúde (OMS) realizada em 2012. O documento declara a finalização da pólio como uma “emergência programática global para saúde pública”, e traça quatro objetivos principais: a detecção e interrupção da transmissão do poliovírus; o fortalecimento dos programas de imunização; a contenção do poliovírus e a certificação da interrupção da transmissão; além do legado de planejamento. 

Atualmente, o Ministério da Saúde realiza a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite todos os anos, com a imunização de crianças entre seis meses de idade e cinco anos incompletos. Na mobilização de 2014, realizada junto a estados e municípios, mais de 11,9 milhões de crianças foram vacinadas.

 

Esquema vacinal 

Além da campanha anual, a vacina contra a paralisia infantil faz parte do Calendário Nacional de Vacinação e fica disponível durante todo o ano nos postos de saúde do município. Na vacinação de rotina, a dose é recomendada a todas as crianças menores de cinco anos aos dois, quatro e seis meses e um ano e três meses (15 meses) de idade, além da dose de reforço, ao completar quatro anos. As campanhas são realizadas como oportunidade para atualização do esquema vacinal. 

Atualmente, são ofertados dois tipos de vacina: a VIP (Vacina Inativada Poliomielite), utilizada no início de esquema de vacinação, e a VOP (Vacina Oral Poliomielite), utilizada como dose de reforço. 

 

Poliomielite 

A doença é infectocontagiosa grave e a única forma de prevenção é a vacinação. Na maioria dos casos, a criança não vai a óbito quando infectada, mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso, provocando paralisia irreversível, principalmente nos membros inferiores.  

A doença é causada pelo poliovírus e a infecção se dá, principalmente, por via oral.

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