Denize Assis
A Secretaria de
Saúde de Campinas castrou nas últimas quarta-feira e
quinta-feira, 7 e 8 de janeiro, 17 gatos que ficaram em
quarentena desde julho de 2003. Os animais, 11 machos e 6 fêmeas,
foram apreendidos no Bosque dos Jequitibás e ficaram em observação
porque havia o risco de terem sido infectados pelo vírus da
raiva. O isolamento dos gatos por seis meses foi necessário
para prevenir o aparecimento de outros casos da doença na área
do parque depois da confirmação de um morcego com raiva no
local.
A raiva é uma
doença fatal que ataca todos os mamíferos. É transmitida pelo
contato de um animal contaminado para outro mamífero por meio
de mordedura, lambedura ou arranhão. De acordo com o médico
veterinário Ricardo Conde Rodrigues, coordenador do Centro de
Controle de Zoonoses (CCZ) de Campinas, havia possibilidade de
que algum dos animais que vivem soltos no bosque tivesse tido
contato com o morcego doente e, assim, passasse a ser um
potencial transmissor para o ser humano ou para outro mamífero.
"Por isso,
conforme prevê o Ministério da Saúde, colocamos os animais em
quarentena", diz Ricardo. Segundo ele, após o período de
observação, os gatos foram esterilizados, vacinados e agora
serão colocados para adoção. "A castração deve
facilitar este processo", afirma Ricardo.
Cinco casos.
Em 2003, Campinas registrou cinco casos de raiva em morcegos.
Duas das ocorrências foram na área de Barão Geraldo, Região
Norte da cidade, uma foi na Região Sul, também houve o
registro das proximidades Bosque dos Jequitibás, Região Leste,
e um quinto caso em Sousas, também Região Leste.
O último caso
de raiva em humano em Campinas foi registrado em 1981. Em cão,
a última ocorrência foi em 82 e, em gato, em 2000. "O
controle da doença na cidade só é possível porque a cada
suspeita o município desencadeia todas as ações de bloqueio.
Também mantemos campanha de vacinação anual gratuita",
afirma a médica veterinária Jeanette Trigo Nasser, da
Secretaria Municipal de Saúde.