Denize Assis
Preocupada
com o aumento do número de casos de leptospirose no verão,
quando as chuvas são freqüentes e intensas, a Secretaria de
Saúde de Campinas quer alertar equipes do Paidéia – Saúde
da Família, dos hospitais e demais profissionais da rede
municipal de saúde para o diagnóstico e tratamento precoce
da doença. O objetivo é diminuir as complicações e mortes
entre pessoas acometidas.
Em Campinas,
de acordo com a Vigilância em Saúde da Prefeitura, a
leptospirose tem sido importante causa de morte entre adultos
em idade produtiva, na faixa etária entre 25 e 45 anos. No
ano de 2.000, foram confirmados 27 casos, dos quais sete
morreram, o que representa uma taxa de mortalidade de 26%. Em
2.001, foram 39 confirmações com nove mortes (23%).
Em 2.002, a
vigilância em saúde registrou 20 casos e dois óbitos (10%)
e, até 5 de dezembro do ano passado, foram confirmadas 21
notificações e duas mortes (9,52%). O dado de 2003 é provisório.
"A
letalidade esperada da doença é de 9% a 20% conforme a
gravidade do caso e as condições de assistência",
informa o médico sanitarista Vicente Pisani Neto, coordenador
da Vigilância em Saúde. Segundo ele, nessa época do ano, as
notificações da doença aumentam por causa do contato das
pessoas com áreas atingidas por enchentes ou alagamentos.
As equipes do
Paidéia já estão de sobreaviso. No entanto, a Secretaria de
Saúde de Campinas promove, em 29 de janeiro, treinamento
sobre leptospirose/dengue para profissionais da rede pública
municipal. O evento acontece no Salão Vermelho da Prefeitura,
das 8h às 13h. As inscrições podem ser feitas 30 minutos
antes da abertura.
Transmissão.
A leptospirose é uma doença grave transmitida ao homem
principalmente pela urina do rato. A bactéria é eliminada no
meio ambiente e pode sobreviver principalmente em locais úmidos,
como lama, água e margens de córregos.
"O
homem, ao entrar em contato com lama ou com a água
contaminadas pode infectar-se, especialmente se tiver cortes
ou arranhaduras na pele ou nas mucosas", diz a enfermeira
sanitarista Brigina Kemp, da Saúde Coletiva da Prefeitura.
Ela informa ainda que a infecção também pode se dar por
meio da ingestão de alimentos, medicamentos e da água de
beber contaminados.
Após ser infectado, o homem pode manifestar os sintomas da
doença num prazo de 7 a 14 dias. E os sinais são vômitos,
dores musculares, principalmente na barriga da perna, dor de
cabeça, coloração amarelada da pele, calafrios, alteração
de volume urinário, febre elevada, fraqueza e hemorragias na
pele e mucosas.
"Ao apresentar sintomas, principalmente se tiver passado
por alguma situação de risco para a leptospirose como ter
entrado em contato com enchente ou alagamento, a pessoa deve
procurar rapidamente sua equipe do Paidéia no centro de saúde
de referência para o bairro onde reside ou, se a unidade
estiver fechada, o pronto-socorro da sua região", diz
Brigina.
Quadro:
Medidas de
prevenção
Eliminar os
ratos e evitar sua multiplicação, mantendo o meio ambiente o
mais limpo possível;
O lixo doméstico
deve ser posto fora de casa, em local alto, pouco antes do
caminhão de coleta passar;
Buracos entre
telhas, paredes e rodapés devem ser vedados;
Quintais,
terrenos vagos e ruas devem ser mantidos limpos e os córregos
sem entulhos e outros objetos;
À noite,
objetos de animais domésticos devem ser lavados e guardados;
Terrenos
baldios devem ser limpos, murados e livres de lixo;
A caixa d'água
precisa ser mantida limpa e tampada e os canos com aparas que
impeçam a subida dos ratos ao reservatório.
Em caso de
enchente:
O contato
direto com as águas ou com a lama que sobrar das enchentes
deve ser evitado sempre;
Chão,
paredes, objetos caseiros e roupas atingidas pela enchente
devem ser lavados com sabão e água sanitária (1 copo de água
sanitária para 1 balde de 20 litros de água;
Todos os
alimentos e remédios atingidos pela inundação devem ser
descartados;
Se a caixa d'água
foi invadida, não usar esta água antes da desinfecção do
reservatório.