Denize Assis
Dados
divulgados pela Secretaria de Saúde de Campinas nesta
quarta-feira, 21 de janeiro, indicam que nos últimos três
anos o município melhorou e ampliou a assistência às
gestantes. Em 2.000, somente 65% das mulheres de Campinas
conseguiam fazer mais que sete consultas de pré-natal. No ano
passado, o índice subiu para 74%, um aumento de nove pontos
percentuais.
Os dados
incluem a assistência nas redes pública e privada. Se a análise
for restrita a assistência na rede municipal de saúde, o índice
chega aos 80%. A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê,
no mínimo, seis consultas médicas durante a gravidez, mais a
consulta de revisão de parto.
O percentual
de mulheres que inicia o pré-natal logo no primeiro mês de
gravidez também melhorou. Até o ano de 2.000, 59% das
mulheres de Campinas iniciavam o pré-natal somente depois do
quarto mês de gestação. Atualmente, 80% das gestantes
conseguem ser acompanhadas antes do segundo mês.
Segundo a médica
ginecologista Verônica Gomes Alencar, coordenadora municipal
da área da Saúde da Mulher, os principais problemas
ocorridos na gravidez são verificados no primeiro trimestre.
"Por isso, a captação precoce das gestantes é
importante, já que permite diagnosticar e acompanhar doenças
que aumentam o risco da gravidez evoluir para um aborto. Além
disso, possibilita a detecção de doenças congênitas que,
se tratadas, evitam que a criança nasça com problemas",
diz.
Verônica
afirma que a ampliação e melhoria da humanização do pré-natal
e nascimento, por meio do Paidéia – Saúde da Família e do
Cidade-Mãe, foi uma das mais importantes ações
implementadas pela Prefeitura desde 2001 para melhorar a
assistência à saúde da mulher.
Segundo ela,
com a iniciativa, nos últimos três anos, o coeficiente de
mortalidade materna caiu em quatro pontos percentuais depois
de um longo período sem registrar redução. A Secretaria
Municipal de Saúde disponibiliza, na Maternidade de Campinas,
um ambulatório para gravidez de alto risco que presta assistência
a gestantes com problemas como diabetes, hipertensão ou doenças
cardíacas. "As grávidas recebem atendimento especial e
têm exames específicos, como monitorização fetal e
ultrassonografia, e exames laboratoriais. Também contam com
acompanhamento especializado durante o parto, junto com a
equipe da pediatria e do Centro de Lactação - Banco de Leite
Humano, para garantir o acompanhamento do bebê que,
normalmente, nasce prematuro", diz.
Exames
garantidos.
A Secretaria de Saúde também passou a garantir que todas as
gestantes realizem os testes para detecção do HIV e da sífilis.
"Se a mulher chegar à maternidade sem ter realizado os
exames, ela será submetida a testes rápidos", informa
Verônica. "As gestantes soropositivas são encaminhadas
para o Centro de Referência de Doenças Sexualmente Transmissíveis
e Aids para atendimento especializado com uma equipe
multidisciplinar".
Uma outra
experiência de sucesso, segundo a coordenadora da saúde da
mulher, é a regionalização das maternidades. A gestante é
encaminhada para conhecer a maternidade onde vai dar à luz
que, dependendo do Centro de Saúde que ela freqüenta, pode
ser a Maternidade de Campinas, o Centro de Atenção Integral
à Saúde da Mulher (Caism) ou a maternidade do Hospital Celso
Pierro.
O município
ainda garante que, no momento do parto, a mulher possa, se
desejar, estar acompanhada do seu companheiro ou de alguma
outra pessoa de sua confiança. Além disso, as visitas do pai
estão podem ser feitas a qualquer horário em qualquer dia.
Verônica
informa que a Prefeitura de Campinas associa todas as políticas
voltadas para a população feminina com a política de saúde
da mulher. Ela avalia que é este "olhar feminino
intersetorial" que permite definir ações que geram
melhorias de tanto impacto.