Denize Assis
Dados da
Vigilância em Saúde da Prefeitura de Campinas indicam
aumento na incidência da leptospirose em 2003 no município.
Em 2002, foram confirmados 20 casos e dois óbitos. No ano
passado, dados preliminares apontam que houve 31 confirmações
e quatro mortes. A informação foi divulgada nesta
quinta-feira, 29 de janeiro, durante seminário ´Alerta
Vermelho para Dengue e Leptospirose´ promovido pela
Secretaria Municipal de Saúde com a colaboração da
Secretaria Estadual de Saúde.
De acordo com
a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Saúde Coletiva de
Campinas, a região Sudoeste, que detém o menor Índice de
Condições de Vida (ICV) do município, registrou o maior
coeficiente de incidência na cidade. A área de abrangência
do Centro de Saúde São Quirino, na região Leste, também
chama a atenção pelo número de casos. A maioria das ocorrências
está relacionada com enchentes e novembro foi o mês em que
houve mais casos confirmados.
A médica
sanitarista Márcia Buzzar, da Divisão de Zoonoses do Centro
de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde
(CVE), aproveitou o seminário desta quinta, 29, para alertar
os profissionais de saúde sobre a incidência e a necessidade
do diagnóstico, notificação e tratamento precoce da
leptospirose. "É preciso atuar para que a letalidade não
aumente", disse. Também é fundamental, segundo a
sanitarista, desenvolver atividades de divulgação de sinais
e sintomas da doença e de conscientização sobre como
reduzir riscos.
Transmissão.
A leptospirose é uma doença grave transmitida ao homem
principalmente pela urina do rato. A bactéria é eliminada no
meio ambiente e pode sobreviver principalmente em locais úmidos,
como lama, água e margens de córregos.
"O
homem, ao entrar em contato com lama ou com a água
contaminadas pode infectar-se, especialmente se tiver cortes
ou arranhaduras na pele ou nas mucosas", afirmou Brigina.
Ela informou ainda que a infecção também pode se dar por
meio da ingestão de alimentos, medicamentos e da água de
beber contaminados.
Dengue.
Durante o seminário, a médica veterinária Roberta Fernandes
Spínola, diretora da Divisão de Doenças Transmitidas por
Vetores e Zoonoses do CVE, disse que 490 municípios paulistas
estão infestados pelo mosquito transmissor da dengue (Aedes
aegypti). Segundo ela, nas cidades como Campinas, os
pratos e vasos de planta e os materiais inservíveis (potes,
latas, copos etc) são os principais criadouros do inseto.
A médica
sanitarista Naoko Silveira, da Saúde Coletiva de Campinas,
destacou a necessidade da vigilância epidemiológica ágil e
eficaz, do controle do mosquito (controle entomológico) e das
ações de educação e comunicação para o combate à doença.
"Em Campinas, o trabalho descentralizado dos Centros de
Saúde, a capacitação de pessoal da atenção básica e o
fortalecimento da rede para o diagnóstico e tratamento
precoce têm sido fundamentais para o controle da doença",
disse.
A dengue é
uma doença causada por vírus. Os sintomas são febre, dor de
cabeça e no corpo e fraqueza. Também podem surgir manchas
pelo corpo. Ao apresentar algum destes sinais, a pessoa deve
procurar o Centro de Saúde ou o Módulo de Saúde do Paidéia
que é referência para seu bairro. Em 2003, Campinas
registrou 455 casos de dengue, dos quais 383 referem-se a
pessoas que foram infectadas no próprio município (casos autóctones).