Saúde alerta equipes sobre risco da leptospirose

12/01/2005

Denize Assis

Preocupada com o risco da leptospirose, a Secretaria de Saúde de Campinas sensibilizou suas equipes para que estejam alertas para os sintomas e façam o diagnóstico e tratamento precoces da doença. O objetivo é evitar as complicações e mortes. "Com as chuvas freqüentes que têm atingido a cidade, aumenta o risco da população exposta a enchentes ser infectada", afirma a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas.

Nos primeiros 10 dias deste ano, três casos suspeitos da doença foram notificados à Visa. Em 2004, foram confirmados 18 casos na cidade, sendo 14 deles no período de janeiro e maio. Não houve mortes. No ano anterior, 38 moradores de Campinas adoeceram por leptospirose, dos quais 14 entre janeiro e maio e 24 entre agosto e dezembro com uma concentração de 17 casos nos últimos dois meses do ano. Do total, quatro foram a óbito.

Segundo Brigina, a doença ocorre durante o ano todo, porém sua maior incidência se dá nos meses de verão. A enfermeira informa que a leptospirose é causada por uma bactéria chamada leptospira presente na urina de roedores como o rato. Em situações de enchentes e inundações, a urina destes animais, presentes em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama.

"O homem, ao entrar em contato com lama ou com a água contaminadas pode infectar-se, especialmente se tiver cortes ou arranhaduras na pele ou nas mucosas", diz. Brigina afirma ainda que a infecção também pode se dar por meio da ingestão de alimentos, medicamentos e da água de beber contaminados.

Por isso, além do alerta aos profissionais de saúde, a Secretaria de Saúde orienta que, ao apresentar sintomas, principalmente se tiver passado por alguma situação de risco como ter entrado em contato com enchente ou alagamento ou com água de rio, a pessoa deve procurar rapidamente o centro de saúde de referência para o bairro onde reside ou, se a unidade estiver fechada, o pronto-socorro da sua região.

Os sinais são febre, dor de cabeça, fraqueza, dor no corpo, principalmente na barriga da perna e calafrios, que aparecem de sete a quinze dias após a contaminação. Não existe vacina contra a doença.

Cuidados. Segundo a Vigilância em Saúde de Campinas, além do trabalho da Prefeitura, o apoio e conscientização da população são fundamentais na prevenção da leptospirose. São atitudes que vêm sendo difundidas entre a comunidade pelas equipes de saúde como eliminar os ratos e evitar sua multiplicação, mantendo o meio ambiente o mais limpo possível. O lixo doméstico deve ser posto fora de casa, em local alto, pouco antes do caminhão de coleta passar.

Buracos entre telhas, paredes e rodapés devem ser vedados. Quintais, terrenos vagos e ruas devem ser mantidos limpos e os córregos sem entulhos e outros objetos. À noite, objetos de animais domésticos devem ser lavados e guardados. Terrenos baldios devem ser limpos, murados e livres de lixo.

A caixa d'água precisa ser mantida limpa e tampada e os canos com aparas que impeçam a subida dos ratos ao reservatório. O contato direto com as águas ou com a lama que sobrar das enchentes deve ser evitado sempre. Chão, paredes, objetos caseiros e roupas atingidas pela enchente devem ser lavados com sabão e água sanitária (1 copo de água sanitária para 1 balde de 20 litros de água). Todos os alimentos e remédios atingidos pela inundação devem ser descartados. Se a caixa d'água foi invadida, evitar o uso desta água antes da desinfecção do reservatório.

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